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A Genética Do Envelhecimento

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Por:   •  14/9/2014  •  Tese  •  698 Palavras (3 Páginas)  •  302 Visualizações

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Não há resposta correta quando alguém pergunta: “Que idade você acha que eu tenho?”

Em face de tal dilema, a maioria de nós chuta baixo – errando mais por cortesia do que por honestidade. Mas a verdade é que adivinhar com precisão a idade de alguém é tarefa difícil e talvez seja melhor deixá-la para trabalhadores de parques de diversão e atores de rua.

Por que algumas pessoas simplesmente parecem mais velhas (ou jovens) do que realmente são? Cientistas podem ter encontrado a resposta.

A idade cronológica é muito diferente da idade biológica – a condição dos cromossomos após cada divisão celular – de acordo com Nilesh Samani da University of Leicester, co-autor de um relatório publicado na Nature Genetics em 7 de fevereiro. A idade biológica, afirma Samani, é relacionada ao comprimento dos telômeros – extensões de DNA ao final dos cromossomos que protegem esses preciosos pacotes de genes do desgaste diário. Os cientistas acham que, quando nascemos, nossos telômeros têm um certo comprimento que vai diminuindo conforme nossas células se dividem e, como resultado, nós envelhecemos.

Mas nem todos os telômeros nascem iguais. O comprimento dos telômeros varia de pessoa para pessoa, mas é similar em irmãos, o que sugere que pode estar sob algum tipo de controle genético. Samani e seus colegas analisaram mais de 500 mil variações genéticas (ocorridas naturalmente, com diferenças em um único nucleotídeo) abrangendo o genoma de células sanguíneas coletadas de quase 3 mil pessoas. Os pesquisadores descobriram que indivíduos que carregavam uma determinada variação tinham telômeros mais curtos – o que significa menos proteção para esses frágeis genes. A variação é próxima de um gene chamado de componente RNA da telomerase, ou TERC em inglês, e estudos recentes em animais mostraram que uma baixa expressão do TERC está associada a telômeros mais curtos e envelhecimento biológico acelerado.

Os telômeros das pessoas que carregam uma cópia da variação pareceram, em média, de três a quatro anos mais velhos, de acordo com seus comprimentos, do que aqueles de alguém da mesma idade cronológica sem a variação. Também havia um efeito relacionado à quantidade de genes: duas cópias do gene variante (herdadas uma de cada um dos pais) resultavam em um envelhecimento de seis a oito anos maior – o que significa que uma pessoa de 50 anos que carregasse duas cópias desse gene, teria os telômeros de alguém com 58 anos. Os resultados sugerem que algumas pessoas são geneticamente programadas para envelhecer a uma taxa de velocidade maior, de acordo com o co-líder do estudo, Tim Spectos, do King’s College London.

As chances de carregar essa variação são relativamente altas, observa Samani. “Nas populações que estudamos, cerca de 7% das pessoas carregavam duas cópias da variante e cerca de 38% carregavam uma”. Mas ainda não se sabe se telômeros mais curtos fazem com que seus portadores pareçam fisicamente mais velhos do que realmente são. “Ainda não examinamos esse ponto – é uma questão interessante”, considera ele; refletindo sobre como medir a idade aparente de uma pessoa em um próximo estudo. “Talvez tiremos fotos dos participantes e montemos um painel ‘adivinhe a idade’”, adiciona o pesquisador,

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