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Ocorrência de fungos toxigênicos e micotoxinas em erva-mate comercializada em Camaquã-RS

Por:   •  7/6/2017  •  Projeto de pesquisa  •  2.580 Palavras (11 Páginas)  •  458 Visualizações

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Ocorrência de fungos toxigênicos e micotoxinas em erva-mate 

comercializada em Camaquã-RS 

Projeto 

Isadora Bortowski e Luanda Conrado  

TCA 4V  

Elaboração de Projetos Ambientais  

Professor Gabriel Rockenbach 

Camaquã, 20 de julho de 2016

  1. INTRODUÇÃO

A erva-mate (Ilex paraguariensis St. Hil. var. Paraguariensis) é uma planta medicinal que tem sua origem na América do Sul e tem importância socioeconômica na Argentina com aproximadamente 64%, Paraguai 5% e Brasil 31% (VASCONCELLOS, 2012).  Este último contém a maior ocorrência, que está mais concentrada na região Sul do país, onde a produção e o consumo são em grande escala (BERNARDI, 2005). Está planta é consumida como chá, tererê ou chimarrão -bebidas típicas da região- e, por isso, possui grande importância econômica para os três estados do Sul do país (CHU, 1991).

O chimarrão é uma bebida preparada através da infusão à quente de suas folhas e talos moídos, e a ingestão deste vegetal pode conter muitos benefícios, como adquirir cálcio, sais minerais, vitaminas C e D, outros (BERNARDI, 2005). Entretanto, durante a produção para comercializar, podem ocorrer contaminações através do contato com os esporos dos fungos. Os fungos estão presentes no solo e, em diferentes fases do processamento, principalmente na colheita e na secagem. Com as lesões nas superfícies das folhas e o armazenamento inadequado podem influenciar na contaminação e desenvolvimento destes fungos patogênicos (CHU, 1991). O processo de secagem da erva-mate é o mais crítico para ocorrer a contaminação, pois pode ocasionar pontos de reabsorção de umidade durante o período de armazenamento, o que favorece o desenvolvimento fúngico e leva a problemas de conservação do produto e a possível ocorrência de micotoxinas (CHU, 1991). Estas são produzidas por fungos e podem permanecer nos alimentos mesmos após a remoção dos fungos nos processos de industrialização, além de apresentar uma elevada toxicidade tanto para seres humanos quanto para animais (MOSS, 1991; PITT, 2000; TANIWAKI e SILVA, 2001; BITTENCOURT et al., 2003).

A elevada temperatura de consumo do chimarrão pode favorecer a extração de micotoxinas, caso estejam presentes, transferindo-as para a infusão, podendo assim ser ingeridas (INCA, 1999). Trabalhos relacionados à erva-mate, sobretudo em microbiologia, ainda permanecem escassos e a abordagem ao estudo de fungos toxigênicos, assim como ao de micotoxinas são ainda mais raros.

  1. OBJETIVO

Objetivo geral: 

Avaliar a presença de fungos toxigênicos na erva mate comercializada no município de Camaquã-RS.

Objetivo específico: 

Avaliar a ocorrência de micotoxinas, produzida por fungos, na erva mate analisada.


  1. JUSTIFICATIVA E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 

 A prática de análise de fungos toxigênicos na erva-mate é de grande importância, pois diversos estudos, entre eles os realizados pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, relatam a relação da alta temperatura do chimarrão como solvente de compostos fenólicos presentes na erva-mate, causando uma maior incidência de câncer de esôfago e orofaríngeo em humanos.

  1. Fungos toxigênicos

Desde a descoberta da aflatoxina em 1960, é reconhecida a capacidade de muitos fundos de origem alimentar em produzir toxinas. As micotoxinas representam um sério risco para a saúde humana e animal, embora a gravidade dos casos de envenenamento seja muito variável (KURUTA & UENO, 1984). Ademais, nem todos os fungos produzem toxinas e a presença de uma micotoxina e o risco associado somente podem ser determinados depois da extração e identificação da mesma. A presença do fungo não assegura que exista a micotoxina, esta permanece no alimento ainda que o fungo tenha desaparecido; um fungo pode produzir mais de uma micotoxina; uma determinada toxina pode ser formada por mais de uma espécie de fungo (FONSECA, 1974; SWANSON, 1987). Nos produtos agrícolas, os fungos toxigênicos podem produzir as toxinas antes da colheita ou após a colheita. Em ambos os casos a fonte original dos fungos é o campo. A invasão dos fungos antes da colheita é governada principalmente pela planta hospedeira e por outras interações biológicas (ex. insetos), enquanto que o crescimento fúngico pós-colheita, pelo produto agrícola, fatores físicos e fatores biológicos (TANIWAKI e SILVA, 2001).

  1. Micotoxinas

As micotoxinas são produto do metabolismo secundário de fungos e sua presença em alimentos e rações representa um risco à saúde humana e animal. Elas podem ser encontradas em uma ampla variedade de alimentos e rações decorrentes da contaminação invisível (pois normalmente não se observa dano aparente), no campo durante o desenvolvimento da planta, colheita, armazenamento e processamento. Cerca de 300 micotoxinas já foram descritas mas apenas cerca de 20 dessas são encontradas em alimentos e rações, em níveis que possam ser considerados de risco para a saúde (COLE e COX, 1981; SWANSON, 1987). Estas são compostos que diferem muito em suas propriedades químicas, biológicas e toxicológicas e a grande variação na natureza química, implica na necessidade de um grande número de métodos de extração (PURCHASE, 1974).

A produção de toxinas pelos fungos pode afetar os demais microrganismos, dificultando o seu crescimento, mas o contrário também é possível, pois certos microrganismos podem inibir a produção de toxinas, removê-las ou degradá-las. Há estudos em que as toxinas são produzidas em menor quantidade quando os fungos toxigênicos crescem em presença de outros microrganismos (TANIWAKI e SILVA, 2001). Os efeitos tóxicos das micotoxinas atingem humanos e animais, podendo causar efeitos alérgicos e imunossupressores até câncer. Micotoxinas apresentam quatro tipos de toxicidade: aguda, crônica, mutagênica e teratogênica (PITT, 2000).

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