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A Epidemiologia e Ciências Sociais

Por:   •  13/1/2018  •  Trabalho acadêmico  •  478 Palavras (2 Páginas)  •  436 Visualizações

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                                      Epidemiologia e Ciências Sociais

Na vertente da epidemiologia, a contribuição das ciências sociais acerca da compreensão e determinação do processo saúde-doença no campo cientifico, bem como premissa para o controle de doenças e agravos são evidenciadas ao longo da história. Ao longo da consolidação temporal, a aproximação da epidemiologia com as ciências humanas se deu com ocorrência dos movimentos proletários, efetivação da filosofia positiva, possibilidade de identificação de causas, revolução da anatomia patológica, entre outros fatos. Dessa forma, a inter-relação entre perfil epidemiológico, indicadores sociais, culturais e históricos perfazem caminhos para a compreensão dos fenômenos saúde-doença na manutenção dos aspectos vivenciais.

No plano teórico da epidemiologia, a interpretação da distribuição de padrões se da através de teorias distintas que permitem maior entendimento. A teoria da multicausalidade trata variáveis independentes que em conjunto resultam na doença e, dessa forma, de acordo com a concepção do filosofo Home, ao relacionar causa como uma sucessão de eventos como acontece no empirismo materialista. Portanto, os fatores sociais, econômicos culturais e demográficos são atributos para a tríade agente-hospedeiro-meio, sendo a individualidade de um fator insuficiente para determinação do processo de saúde. Além disso, observa-se o modelo ecológico proposto por Susser na articulação de vários níveis organizacionais como ambiente físico, sociedade, população, individuo, agindo em consonância na esfera comunitária. Ademais, o modelo da determinação social emerge apontando a organização social no processo saúde doença modificando-se ao decorrer da história no perfil epidemiológico, representação social e frações de classe, sendo o ambiente influenciador mas não o determinante mais importante.

No que tange as estratégias metodológicas, os processos descritivos, observacionais ou experimentais são dependentes do objeto de estudo. Dessa maneira, seja no ramo da epidemiologia ou das ciências sociais ou biológicas, caso esteja analisando a teoria da multicausalidade (estudo ecológico mais frequente) ou da determinação social (analise histórica mais observada) por exemplo, o método empregado é variável. Além da escolha do método, o uso correto de conceitos sociais são imprescindíveis para efetivação de pesquisas epidemiológicas. Todavia, vê-se uma dificuldade de conceituação de classe, estrutura de classe, como o uso indevido de indicadores isolados para conceitualizar classe social, considerando somente ocupação, escolaridade e renda em detrimento da avaliação de indicadores compostos.

Em suma, o que caracteriza fundamentalmente a compreensão do processo saúde doença é evidenciado pela troca e influencia entre ciências sociais e epidemiologia, em uma união  de múltiplos conceitos e múltiplas analises. Assim, a consideração das variadas formas metodológicas são benéficas, como observa-se a abordagem histórica um instrumento para o controle de endemias, refletida no estudo das variáveis sociais na transmissão da Doença de Chagas, bem como a análise do espaço físico como determinante nas diferentes manifestações da Leishmaniose. Mediante ao exposto, a consideração dos diversos modelos evidenciados através de estudos sociais e científicos, permite uma maior compreensão dos processos humanos acerca da epidemiologia, como também do conceito de saúde como um equilíbrio biopsicossocial proposto pelo Ministério da Saúde.

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