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OLIGOIDRÂMNIO E POLIDRÂMNIO

Por:   •  22/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.100 Palavras (9 Páginas)  •  2.454 Visualizações

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FACULDADE JK UNIDADE II

REGIANE SENA DA CUNHA

OLIGOIDRÂMNIO E POLIDRÂMNIO

GAMA-DF

2015

REGIANE SENA DA CUNHA[pic 1]

OLIGOIDRÂMNIO E POLIDRÂMNIO

Trabalho de complemento do curso apresentado a Faculdade Jk Unidade II com exigência parcial para obtenção de nota de Enfermagem da Saúde da Mulher, Materna e Neonatal.

Orientadora: MSC Kelle R.M. Magalhães

GAMA-DF

2015

SUMÁRIO[pic 2]


  1. INTRODUÇÃO

  1. OLIGOIDRÂMNIO

A oligoidrâmnio é caracterizado pela acentuada redução do volume de líquido amniótico. Considera-se oligoidrâmnio situações em que o volume de LA é inferior a 300 ou 400 mL, embora existam dificuldades para a estimativa exata deste volume durante a gravidez. As principais causas determinantes são ruptura prematura das membranas (RPM), insuficiência placentária, anomalias congênitas, aneuploidias fetais e uso de medicações pela mãe durante a gravidez.

A hipoperfusão placentária é, provavelmente, a responsável pela associação com hipertensão arterial, tabagismo materno, pós-maturidade e crescimento fetal restrito. A prevalência de anomalias congênitas varia entre 4,5 e 37%. Merecem destaque especial as que comprometem o sistema urinário, principalmente agenesia, displasias e obstrução do trato urinário fetal. Após a 24ª semana gestacional, as anomalias renais já não representam as principais hipóteses etiológicas do oligoidrâmnio e outras causas devem ser procuradas. Vale destacar, também no oligoidrâmnio precoce diagnosticado no segundo trimestre, em virtude do efeito mecânico sobre o feto, a presença de alterações faciais e esqueléticas. Quando é diagnosticado precocemente, no segundo trimestre da gestação, geralmente está relacionado com malformação fetal, sendo as mais comuns as alterações renais fetais principalmente as patologias obstrutivas. Outra importante causa de oligoâmnio é o retardo de crescimento intra-uterino (RCIU) decorrente de alterações da perfusão renal fetal secundária às alterações placentárias.

As aneuploidias estão presentes em 0,4 a 4,4% dos casos. A associação entre restrição simétrica do crescimento fetal e oligoidrâmnio sugere possível anormalidade do cariótipo. Alguns medicamentos também estão vinculados à diminuição do volume âmnico. Os inibidores da prostaglandina sintetase, como a indometacina, provocam oligoidrâmnio ao reduzir o fluxo vascular renal. Os inibidores da enzima conversora da angiotensina, como o captopril, permitem sua instalação ao promover hipertensão fetal, insuficiência renal e anúria, ocasionalmente associadas à morte do feto.

Contudo, a mais importante causa de oligoâmnio é representada pela rotura prematura de membranas (RPM), responsável por cerca de quatro de todos os casos de oligoâmnio. A etiologia não consegue ser bem esclarecida, sendo portanto, o oligâmnio, considerando idiopático. Associa-se a várias complicações perinatais. Além da maior mortalidade perinatal, quando mais precocemente ocorre, maior a possibilidade de deformidades esqueléticas fetais e hipoplasia pulmonar. Quanto maior a intensidade do oligoâmnio, pior a evolução da gestação. O oligoâmnio associa-se a sofrimento fetal, asfixia neonatal e morte perinatal. Quando decorre de rotura prematura de membranas, associa-se, ainda, a infecção materna e perinatal.

O oligoidrâminio, quando relacionado à insuficiência placentária, apresenta como mecanismo fisiopatológico, a redução gradativa da produção de LA, provocada pelos fenômenos adaptativos desencadeados pela hipoxemia provoca resposta circulatória fetal, com centralização da circulação. Desta forma, os mecanismos cardiocirculatórios regulam a distribuição do débito cardíaco fetal com aumento do fluxo sanguíneo destinado aos órgãos nobres (cérebro e coração) em detrimento de outros órgãos como os rins e pulmões. A diminuição gradativa do volume de LA torna o cordão umbilical suscetível a compressão e, em graus extremo de oligoidrâmnia, isto pode ser fator determinante do óbito fetal.

O aprimoramento da ultra-sonografia e seu uso rotineiro nas gestações de alto risco possibilitaram o desenvolvimento de várias técnicas para avaliação do volume de líquido amniótico. Destacam-se as semiquantitativas, tais como o índice de líquido amniótico (ILA) ou a medida do maior bolsão de LA, que superaram sobremaneira as técnicas exclusivamente clínicas. A avaliação do volume de líquido amniótico pela técnica do ILA foi descrita inicialmente por Phelan et al., sendo denominada de técnica dos quatro quadrantes. Este método mostrou ser de fácil realização e padronização, com boa reprodutibilidade. O ILA de valor inferior ou igual a cinco centímetros caracteriza o diagnóstico de oligoidrâmnio; ao passo que valores inferiores a 3,0 cm caracterizam oligoidrâmnio grave.

Com base na importância do diagnóstico do oligoidrâmnio, particularmente nas gestações de alto risco, o acompanhamento evolutivo do volume de líquido amniótico é considerado um dos passos fundamentais para adequada propedêutica da vitalidade fetal. A oligoidramnia, quando instalada até o 2º trimestre, tem prognóstico reservado, e a mortalidade perinatal, relatada em trabalhos anteriores, varia entre 43 e 100%. Sugere-se, em virtude do desfecho frequentemente desfavorável, a busca do fator etiológico.

  1.  DIAGNÓSTICO

O oligoidrâmnio é diagnosticado pelo ILA (quando o somatório dos diâmetros verticais dos maiores bolsões é inferior a 5,0 cm ou ao percentil 5 para a idade gestacional) ou pela técnica do MBV, com o maior bolsão vertical medindo menos que 2,0 cm. Uma meta-análise realizada por Nabhan e Abdelmoula verificou que o ILA incrementa o diagnóstico de oligoidrâmnio (OR=2,33; IC=1,67-3,24; p <0,0001), sem alteração das admissões em unidades de tratamento intensivo (UTIs) neonatais (RR=1,15; IC=0,69-1,91; p=0,59), aumentando as taxas de indução do parto (RR=2,10; IC=1,60-2,76) e de cesarianas por sofrimento fetal (OR=1,07; IC=1,07-1,97; p=o,016).

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