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Análise de modelos e práticas de planejamento e controle da produção na indústria farmacêutica

Tese: Análise de modelos e práticas de planejamento e controle da produção na indústria farmacêutica. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  8/4/2013  •  Tese  •  6.664 Palavras (27 Páginas)  •  972 Visualizações

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Análise de modelos e práticas de planejamento e controle da produção na indústria farmacêutica

RESUMO

O presente artigo aborda a questão da baixa utilização de modelos analíticos nos processos de decisão em planejamento da produção e estoques nas empresas. Para identificar as possíveis razões deste fato, foi realizado um estudo de caso em empresas da Indústria Farmacêutica Brasileira, por meio de visitas e entrevistas com os responsáveis pelo planejamento da produção. As empresas consideradas são multinacionais de grande porte, localizadas na região metropolitana de São Paulo. A partir dos resultados das pesquisas de campo e bibliográfica, verificou-se que a complexidade matemática e a falta de experiência dos profissionais com o desenvolvimento e implantação de modelos analíticos são os principais fatores que explicam a baixa utilização destes modelos nas empresas. Finalmente, os autores propõem algumas ações referentes a: i) formação profissional; ii) parcerias com empresas de tecnologia de informação; iii) pesquisa acadêmica na área de planejamento da produção e estoques.

Palavras-chave: Pesquisa operacional, planejamento e controle da produção, MRP, teoria e prática.

ABSTRACT

In this paper the reader will find a descriptive research, which aims to identify the reasons why people don't use operations research models in the production and inventory management. A case study is conducted in the Brazilian Pharmaceutical Industry by means of personal interviews with the operations managers of some sampled multinational companies. The results of the field research and the literature review show that both the complexity and the lack of experience with the operations research approach prevent the development and use of decision support systems based on more sophisticated models. Finally, in order to bridge the gap between theory and practice in the production and inventory management field, the authors suggest several actions in the following key areas: i) the professional education; ii) the partnership between academics and the IT companies; iii) the academic research in the field of production and inventory management.

Key words: Operations research, production planning, MRP, theory and practice.

INTRODUÇÃO

Em 1996, a IFORS - The International Federation of Operational Research Societies, entidade que reúne as principais sociedades de Pesquisa Operacional, promoveu sua 14ª Conferência Internacional com o tema: "Operations Research - Bridging the Theory and Practice of Decision Making". A escolha deste tema para a conferência evidencia uma preocupação da comunidade acadêmica com respeito às dificuldades e limitações, por parte das organizações, na utilização de uma vasta gama de conhecimentos da Pesquisa Operacional. Esta preocupação está expressa também em artigos como, por exemplo, Meredith (2001), Reisman; Kirschnick (1994), Nemhauser (1994) e Geoffrion (1992).

Na Engenharia de Produção, as áreas de Planejamento e Controle da Produção e Logística são, tradicionalmente, as que apresentam maior potencial para o desenvolvimento e aplicação de modelos de otimização. Johnson; Montgomery (1974) e Hax; Candea (1984) constituem duas referências clássicas sobre a modelagem matemática dos problemas de planejamento, programação e controle da produção. Graves et al. (1993) reúnem diferentes trabalhos, onde se discutem os problemas de otimização da produção e estoques, incluindo os casos mais complexos com múltiplos produtos e estágios de produção.

Freqüentemente, encontram-se na literatura acadêmica, artigos divulgando resultados expressivos obtidos por empresas e outras organizações com a utilização de modelos de otimização. Em especial, a revista Interfaces, editada pela INFORMS - Institute for Operations Research and Management Science, tem como linha editorial promover a publicação de artigos que descrevem a aplicação de modelos de otimização em casos reais. Lin et al. (2000), Camm et al. (1997), Leachman et al. (1996), Arntzen et al. (1995) e Lee et al. (1993) podem ser citados como exemplos de destaque na aplicação de modelos de otimização na gestão da produção e estoques em empresas de manufatura.

Por outro lado, sabe-se que a utilização de modelos analíticos de apoio à decisão, nos processos de planejamento da produção e estoques em empresas, é ainda incipiente. Sanders; Manrodt (1994) fazem um levantamento sobre as práticas de previsão de demanda em empresas norte-americanas e constatam que a maioria delas não emprega técnicas estatísticas na previsão de demanda. Buxey (1995) analisa a divergência entre teoria e prática de planejamento da produção, a partir de uma pesquisa com trinta empresas australianas. Conclusões semelhantes, acerca da adequação dos modelos de planejamento agregado, podem ser encontradas no estudo de Nam; Logendran (1992).

Dentre as linhas de pesquisa ligadas ao Planejamento da Produção e Estoques, a Teoria de Programação (Scheduling Theory) é aquela que, provavelmente, reúne os maiores desafios e volume de produção científica no campo da Pesquisa Operacional. Contraditoriamente, é nesta área também que se observam as maiores dificuldades de aplicação prática. Wiers (1997), Maccarthy; Liu (1993), Dudek et al. (1992), Buxey (1989), Mckay et al. (1988) e Graves (1981) discutem os problemas de programação da produção e as razões para a baixa inserção dos modelos de otimização na indústria.

Pacheco (1999) aborda este tema no contexto brasileiro, a partir de um estudo de casos em empresas que, segundo critérios definidos pelo autor, deveriam investir na melhoria dos processos de programação da produção. Apesar da importância estratégica da programação da produção, constatou-se que o emprego de modelos clássicos de otimização é muito pouco difundido no conjunto de empresas considerado. Maccarthy; Fernandes (2000) apresentam uma classificação dos sistemas de produção que contribui para uma melhor compreensão dos problemas e conseqüente aplicação de modelos de apoio à decisão em planejamento e programação da produção.

Uma abordagem alternativa para os problemas de planejamento da produção, bastante difundida nas empresas, está associada ao modelo MRP - Material Requirements Planning, criado nos Estados Unidos no final dos anos 60 e início dos 70. O modelo auxilia na execução da produção, determinando as necessidades de materiais conforme a estrutura dos produtos

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