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Odontologia - Dentina

Por:   •  1/5/2015  •  Dissertação  •  2.141 Palavras (9 Páginas)  •  1.932 Visualizações

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DENTINA

  • Eixo estrutural do dente e constitui o tecido mineralizado que forma o seu maior volume;
  • Na porção coronária, é recoberta como um casquete pelo esmalte;
  • Na região radicular, forrada pelo cemento;
  • Interiormente, denomina uma cavidade chamada câmara pulpar que contém a polpa dental (único tecido mole do dente);
  • Espessura: maior nas bordas incisais ou cuspídeas e menor na raiz;
  • Crescimento aposicional torna sua espessura maior nos dentes velhos do que nos jovens;
  • Componentes: matriz mineralizada e condutos ou túbulos dentinários que atravessam toda a espessura e alojam os processos odontoblásticos, prolongamentos dos odontoblastos que produzem a matriz colágena da dentina e participam do processo de calcificação da mesma; responsáveis pela formação e manutenção da dentina;
  • Pré-dentina: camada de matriz orgânica não-mineralizada, que separa os corpos celulares dos odontoblastos da dentina mineralizada;
  •  Dentina e polpa: -formam uma unidade estrututal, pois os prolongamentos dos odontoblastos estão incluídos na dentina; -formam uma unidade funcional, pois a polpa mantém a vitalidade da dentina, e esta protege a polpa; -compartilham a mesma origem embrionária, pois ambas derivam do ectomesênquima que forma a papila do germe dentário; devido a isso tudo considera dentina e polpa uma única estrutura integrada = complexo dentino-pulpar;

PROPRIEDADES FÍSICAS

  • Cor: coloração branco-amarelada; como o esmalte é translúcido por seu elevado grau de mineralização, a cor do dente corresponde a cor da dentina; pode depender do: -grau de mineralização (decíduos: tonalidade branco-azulada, pelo menor grau de mineralização); -vitalidade da polpa (dentes desvitalizados coloração acinzentada); -idade (com a idade dentina torna-se mais amarelada); -dos pigmentos (endógenos: degradação da hemossiderina no casos de hemorragia pulpar e ação medicamentosa, ou, exógenos: obturações metálicas);
  • Translucidez: menos translúcida que o esmalte por ser menos mineralizada; em regiões apicais, onde esta é mínima, pode-se ver por transparência o conduto radicular;
  • Dureza: determinada pelo grau de mineralização; muito menor do que a do esmalte e um pouco maior do que a do osso e cemento; em pessoas jovens é comparada a dureza do amálgama de prata;
  • Radiopacidade: depende do conteúdo mineral, e é menor do que a do esmalte e um pouco superior à do osso e cemento; por sua baixa radiopacidade, aparece nas radiografias mais escura do que o esmalte;
  • Elasticidade: essa elasticidade própria da dentina permite compensar a rigidez do esmalte amortecendo impactos mastigatórios; varia de acordo com a porcentagem de substância orgânica e de água que contém;
  • Permeabilidade: maior permeabilidade do que o esmalte devida à presença dos túbulos dentinários, que permites a passagem de distintos elementos ou soluções que a atravessam com facilidade; mecanismos de transporte através dos túbulos: -por difusão; -por pressão dos líquidos intersticiais da polpa; diâmetro e comprimento dos túbulos influenciam o transporte por pressão; é uma das propriedades mais importantes na prática clínica, devido ao sistema de adesão dos biomateriais;

COMPOSIÇÃO QUÍMICA

  • 70% matéria inorgânica, principalmente cristais de hidroxiapatita;
  • 18% de matéria orgânica, principalmente fibras colágenas;
  • 12% de água;
  • Matriz orgânica: constituída por vários componentes como: colágeno tipo I (sintetizado pelo odontoblasto e que constitui 90% dessa matriz); colágenos tipo III, IV, V e VI estão em menores proporções e em diferentes circunstâncias; tipo III - presente na dentina peritubular; tipo IV - presente nos momentos iniciais da dentinogênese; tipos V e VI - descritos em regiões distintas da pré-dentina;
  • Proteínas existentes semelhantes as da matriz óssea: osteonectina, osteopontina e a proteína Gla da dentina;
  • Proteína unicamente da dentina: fosforina dentinária (DDP) que depois do colágeno é o componente mais abundante da dentina; proteína da matriz dentinária 1 (DMP1) e a sialopriteína dentinária (DSP); as 2 primeiras: secretadas pelos odontoblastos participam do processo de mineralização e a última secretada por odontoblastos jovens e pré-odontoblastos participa no processo de interação epitélio-mesênquima, que acompanha o desenvolvimento dos dentes;
  • Proteoglicanos: os mais frequentes são, sulfato de condroitina-4 e o sulfato de condroitina-6, sendo que este predomina na pré-dentina; presentes em maior quantidade nos pré-molares e molares;
  • Proteínas do soro: albumina, fosfolipídeos e fatores de crescimento;
  • Matriz inorgânica: composta por cristais de hidroxiapatita, quimicamente semelhantes ao do esmalte, cemento e osso; analisando o tamanho diferenciam-se do esmalte por serem menores e delgados, sendo mais parecidos com os do tecido ósseo; os cristais se orientam paralelamente em relação as fibras colágenas da matriz dentinária;
  • Fosfato amorfo, carbonatos, sulfatos e oligoelementos como flúor, cobre, zinco, ferro, magnésio, etc;
  • Cálcio que ligados aos componentes da matriz orgânica, atua como reservatório para a formação de cristais de hidroxiapatita;

ESTRUTURA HISTOLÓGICA DA DENTINA

  • Constituída por unidades estruturais básicas e secundárias;
  • Unidades estruturais básicas: túbulo dentinário e matriz intertubular;

Túbulos dentinários

  • Estruturas cilíndricas delgadas que se estendem por todas a espessura da dentina, da polpa até a junção amelodentinária ou cementodentinária;
  • A parede do túbulo é formada por dentina peritubular ou tubular, constituída por uma matriz mineralizada que oferece estrutura e composição química características; esses túbulos alojam em seu interior o prolongamento odontoblástico principal ou processo odontoblástico; entre este processo odontoblástico e a parede do túbulo existe um espaço pericitoplasmático, ocupado pelo líquido ou fluido dentinário;
  • Processo odontoblástico e o líquido dentinário são responsáveis pela vitalidade da dentina;
  • Esse espaço permite que o fluido se difunda bidirecionalmente, utilize a via centrífuga para nutrir a periferia da dentina e a via centrípeta para conduzir os estímulos;

Morfologia geral dos túbulos dentinários: curvaturas e ramificações

  • Trajeto dos túbulos: em forma de S, a curvatura mais externa desse S é a convexidade coronária e a mais interna é a convexidade apical; nas regiões de cúspides ou incisais, o trajeto é praticamente retilíneo;
  • Na região radicular os túbulos tem uma única curvatura pouco pronunciada de convexidade apical; nas proximidades do ápice radicular são praticamente retos;
  • Essas trajetórias são denominadas curvaturas primárias dos túbulos e se originam devido ao apinhamento progressivo dos odontoblastos durante a formação da dentina;
  • Migração dos odontoblastos: a medida que os odontoblastos produzem sucessivas camadas de dentina, a câmara pulpar se reduz e os corpos dos odontoblastos vão sendo deslocados até o interior do dente, enquanto seus prolongamentos ficam dentro dos túbulos dentinários;
  • Como resultado desse apinhamento tem-se muitos túbulos dentinários nas regiões de dentina próximo à polpa (45.000 a 65.000 por mm²); em regiões mais externas da dentina 15.000 a 20.000 por mm²; na dentina radicular próximo a região pulpar 24.000 por mm²; 12.000 na região periférica;
  • Diâmetro dos túbulos é mais amplo próximo a polpa e mais estreitos na região periférica; essas variações na luz influenciam as alterações de pressão no interior dos túbulos;
  • Esclerose fisiológica: obliteração gradual da luz tubular que ocorre com a idade;
  • Megatúbulos: aumentam localmente a permeabilidade (geralmente na região de cornos pulpares);
  • Curvaturas secundárias: incluídas nas curvaturas primárias; indicam o trajeto em espiral que os odontoblastos realizam enquanto migram até o centro do dente durante a dentinogênese;
  • Na JAD pode se observar alguns túbulos dentinários menores, que não possuem forma típica de clava e que são denominados túbulos penetrantes ou remanescentes; esses túbulos remanescentes se formam durante a odontogênese por um defeito de continuidade da membrana basal que permite a passagem dos prolongamentos odontoblásticos localizados entre os ameloblastos;
  • Na dentina radicular, essas ramificações terminais são bifurcadas; originam-se no terço externo da dentina e finalizam próximo à junção cementodentinária;
  • Características estruturais dos túbulos e suas ramificações são importantes para diferenciar as dentinas coronárias e radicular;

Parede dos túbulos dentinários

  • Os túbulos são rodeados por uma parede denominada dentina peritubular, tubular ou matriz peritubular, altamente mineralizada;
  • A formação da dentina peritubular é produzida após completar a mineralização da dentina intertubular; deposita-se me forma centrípeta em relação ao túbulo dentinário de maneira lenta e gradual e com a idade pode chegar a obliterar parcial ou totalmente os túbulos dentinários;
  • A área da dentina intertubular varia segundo a profundidade da dentina; essas características determinam o índice de permeabilidade dentinária, que é maior próximo à polpa e aos cornos pulpares; as diferenças na permeabilidade dos túbulos podem ser causadas pelas irregularidades dos túbulos, produzidas pela deposição de minerais e colágeno intratubular;
  • Dentina peritubular: carente de colágeno; consequentemente sua matéria orgânica é formada por substâncias não-colagenosas como: glicoproteínas, proteoglicanos e lipídeos; dentina muito mineralizada cujos cristais de hidroxiapatita são ricos em magnésio, carbonato e fosfato de cálcio amorfo;
  • Regiões distintas da dentina peritubular:
  1. Região hipomineralizada externa: região mais externa da dentina peritubular, menos mineralizada, de localização intermediária entre a dentina peritubular e a dentina intertubular;  
  2. Região hipermineralizada média: é a que apresenta maior espessura e um grau mais elevado de mineralização;
  3. Região hipomineralizada interna: é a última região que se forma e, por isso, é muito menos mineralizada do que o resto; essa dentina pode obliterar o canalículo;
  • As paredes do túbulos variam de acordo com a idade e localização;
  • No nível da JAD o túbulo pode estar total ou quase totalmente ocupado pela dentina peritubular;
  • No terço médio da dentina a região peritubular apresenta espessura variável, enquanto na proximidade pulpar é mínima ou pode estar ausente, fazendo com que seu diâmetro aumente consideravelmente;
  • Essas modificações influenciam a histofisiologia dentinária em relação à transmissão de estímulos, sendo esta mais rápida na dentina de um dente jovem do que em um adulto;

Conteúdo dos túbulos dentinários

  • O interior dos túbulos é ocupado pelo prolongamento odontoblástico; entre esse prolongamento e a parede do túbulo existe o espaço pericitoplasmático ocupado por um líquido tecidual rico em sódio e pobre em potássio;
  • Processos odontoblásticos: prolongamentos citoplasmáticos que deixam os odontoblastos à medida que formam a dentina; determinam a morfologia dos túbulos;
  • Fibras nervosas amielínicas provenientes da polpa penetram até determinada distância o espaço pericitoplasmático, também se podem distinguir algumas fibras de colágeno dispostas circularmente e inclusive cristais de hidroxiapatita;
  • Na luz tubular também podem ser obsevados prolongamentos das células dendríticas da polpa;
  • Em relação as fibras nervosas que penetram nos túbulos, foi descrito que 40% delas inervam a dentina que circunda os cornos pulpares e que tal porcentagem diminui progressivamente em direção ao ápice;
  • O fluido tecidual da dentina, que se comunica com o da polpa, circula pelo espaço pericitoplasmático e pode ocupar regiões que os odontoblastos deixam livres;
  • Quando se abre uma cavidade e os túbulos são expostos, um movimento do líquido é produzido não apenas na superfície, mas também na profundidade, pressionando as fibras nervosas dentais e desencadeando dor;
  • A existência de túbulos dentinários determina que a dentina seja muito permeável;
  • Também constituem uma via de acesso rápido para microrganismos provenientes de cáries;
  • Na dentina de dentes jovens com ápices em desenvolvimento, os túbulos são mais amplos e permeáveis, facilitando ainda mais a infiltração de bactérias e suas toxinas;
  • Além disso, pode permitir a penetração de distintos materiais odontológicos de uso reparador;

Matriz intertubular ou dentina intertubular

  • Distribui-se entre as paredes dos túbulos dentinários e seu componente fundamental é constituído por fibras de colágeno, que formam uma malha fibrilar entre a qual e sobre a qual se depositam os cristais de hidroxiapatita semelhantes aos existentes na dentina peritubular;
  • Dureza: região próxima a JAD, 0,51 +/- 0,02; região próxima a polpa 0,15 +/- 0,03;
  • A diminuição da dureza da dentina pode ser atribuída muito mais a diminuição da dureza da dentina intertubular do que ao aumento do número de túbulos por área que existe na região da dentina próximo à polpa;
  • Nessa matriz podem ser encontrados todos os componentes que constituem a matéria orgânica da dentina;
  • Unidades estruturais secundárias: se originam das unidades básicas por variações da mineralização resultante da inter-relação das unidades básicas com o esmalte ou cemento periféricos;
  1. Linhas incrementais ou de crescimento:
  • A dentina, assim como o osso, cresce por aposição, tipo de crescimento que determina a formação das linhas incrementais;
  1. Linhas de von Ebner: A formação da dentina não é um processo contínuo, apresenta ritmos com períodos de formação se alternando com períodos de descanso, essas fases de descanso aparecem as linhas; que são limites entre as distintas fases alternadas de atividade e repouso na dentinogênese; formação na região coronária, mais rápida, região apical mais lenta; trajeto perpendicular em relação aos túbulos dentinários; região do material depositado entre as linhas é bem calcificada;
  2. Linhas de Owen: alterações no processo de calcificação da dentina; homólogas as estrias de Retzius; são linhas hipomineralizadas mais largas que as linhas de von Ebner; largura está relacionada com a duração da causa que as origina;
  • A linha de contorno mais visível é a linha neonatal, produzida durante o período de nascimento; seu desenvolvimento termina quando o latente ajusta sua vida ao  novo ambiente;
  • Nutrição inadequada ou enfermidade febril de longa duração fica marcado com linhas de contorno acentuado ou em menor número; por isso o dente é considerado um registro ideal para avaliação da saúde de um indivíduo;
  1. Dentina interglobular ou espaços de Czermack:

  1. Camada granulosa de Tomes:
  2. Linhas ou bandas dentinárias de Schreger:
  3. Junção amelodentinária e cementodentinária:

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