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A modernização da agropecuária

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Por:   •  16/5/2013  •  Trabalho acadêmico  •  2.381 Palavras (10 Páginas)  •  555 Visualizações

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A AGROPECUÁRIA BRASILEIRA

A modernização da agropecuária

1- A atividade agrária brasileira vem se modernizando bastante nas últimas décadas. Ela vem se transformando num ramo de atividade industrial, a exemplo do que acontece em diversos países do mundo inteiro. Desde os anos 1970 vem se registrando no Brasil um aumento considerável nas vendas de agrotóxicos e na comercialização de máquinas agrícolas, como cultivadores e tratores (de quatro rodas e de esteira). E o crescimento dos agribusiness tem sido intenso, notadamente no Centro-Sul do país.

1.1- Ao contrário do que acontece em inúmeros outros países, o território brasileiro não apresenta áreas que impedem a prática da agropecuária. Até no Sertão nordestino, de clima semi-árido, cultiva-se algodão arbóreo e cria-se gado desde o período colonial. Se irrigado, o sertão pode ser um grande celeiro de bons produtos agrícolas para o consumo interno e para a exportação. Basta lembrar o pólo agroindustrial na região de Juazeiro-Petrolina, nas vizinhanças do rio São Francisco, onde a irrigação criou uma área produtora e exportadora de frutas e até de vinhos. Apesar disso, apenas cerca de 27% da área total do território brasileiro é ocupada por atividades agropecuárias: cerca de 21% correspondem às terras usadas pela pecuária e 6% são áreas de cultivos agrícolas. Isso revela uma certa subutilização do território brasileiro.

1.2- É lógico que seria absurdo imaginar que 100% do nosso território fosse ocupado com cidades, estradas ou reservas florestais e territórios indígenas, bem como preservar a flora e fauna de certas regiões, especialmente da Amazônia e do pantanal Mato-Grossense, mas existem enormes extensões de terras desmatadas e não ocupadas produtivamente. O uso de apenas 27% do território nacional – e principalmente pela pecuária extensiva, que é pouco produtiva – mostra que existe uma ocupação irracional da terra.

1.3- Os solos mais férteis, as máquinas agrícolas mais modernas e outros recursos técnicos destinam-se à agricultura de exportação ou à agricultura voltada para abastecer as indústrias, com os cultivos de soja, café, cana-de-açúcar e fumo, entre outros. A produção de alimentos para o mercado interno fica em segundo plano. Nas últimas décadas, por exemplo, reduziram-se ass áreas de cultivo de feijão e de mandioca, produtos voltados essencialmente para a alimentação da população nacional, em favor da soja e da laranja, cuja procura aumentou no mercado internacional. Nos anos 1980 e 1990, a exportação do suco de laranja cresceu muito, principalmente no período em que ocorreram geadas na Flórida, Estados Unidos, grande área mundial de cultivo e beneficiamento de laranja, que perdeu boa parte de sua produção.

1.4- O incentivo às lavouras de exportação faz parte da política econômica definida pelo governo, segundo a qual a qual a exportação de produtos agrícolas deve produzir divisas para ajudar no pagamento da enorme dívida externa do país. este, aliás, é o papel mais importante desempenhado pela agropecuária no conjunto da economia brasileira: fornecer divisas. Em segundo lugar, a agricultura é um importante fornecedor de matérias-primas para a industria, como algodão, álcool, fumo e couro, por exemplo. Por sinal, grande parte dos produtos industrializados que o Brasil exporta é constituída por gêneros alimentícios semi-elaborados, como suco de laranja, café solúvel, açúcar, óleos vegetais e carnes e frangos fervidos e embalados. Por último, e secundariamente, a agropecuária produz alimentos para uma população nacional cada vez mais urbanizada.

1.5- O aumento da mecanização e do uso de agrotóxicos que ocorre, com maior intensidade, nas lavouras de soja, laranja, cana-de-açúcar e café significa que a modernização agrícola está limitada, pelo menos em grande parte, ao cultivo de gêneros para exportação e de matérias-primas para a industria.

1.6- Agricultura tradicional é aquela feita sem o uso de máquinas e outros recursos técnicos, continua sendo praticada para produzir alimentos para o mercado interno: feijão, arroz, milho, mandioca, batata, etc. Apenas a cultura de trigo, que é um alimento básico, modernizou-se bastante no início da década de 1990, graças a incentivos que o setor recebeu do governo durante anos. O aumento da área cultivada permitiu diminuir parte da importação desse produto. Mas, a partir de meados dos anos 1990, o cultivo brasileiro de trigo sofreu uma nova retração em virtude da expansão do Mercosul e, conseqüentemente, da entrada de trigo argentino mais competitivo.

1.7- A prioridade dada às lavouras de exportação resultou na compra no exterior de um número cada vez maior de gêneros alimentícios, incluindo, em alguns anos, carne, leite em pó, alho, cebola e até feijão e arroz. Por tudo isso, o Brasil ocupa ao mesmo tempo o quarto lugar no quadro da exportação mundial de alimentos e sexto lugar no da subnutrição – isto é, número total de subnutridos –, só perdendo para países da Ásia (Índia, Bangladesh, Paquistão, Filipinas e Indonésia). Não há dúvida que nos países africanos em geral existe uma proporção ou porcentagem bem maior de subnutridos. Mas, como eles normalmente possuem uma população relativamente baixa em comparação com a Índia, o Paquistão ou o Brasil, o número total de subnutridos é menor. De acordo com o Fundo das nações Unidas para a Infância (Unicef), meio milhão de crianças brasileiras morrem de fome atualmente.

Estrutura fundiária e reforma agrária

2- A explicação para a fome e a subnutrição no Brasil encontra-se, principalmente, na péssima distribuição das propriedades agrárias do país: enquanto um pequeno número de grandes proprietários concentra a maioria das terras, uma multidão de pequenos proprietários divide entre si uma área muito menor.

2.1- Cerca de 53% dos imóveis rurais do país correspondem aos minifúndios ou pequenas propriedades. Embora numerosos, os minifúndios ocupam somente cerca de 2,6% da área total das propriedades do país. sem incentivos do governo e desenvolvendo uma agricultura tradicional, os pequenos proprietários, às vezes, não conseguem retirar do seu trabalho nem mesmo a sobrevivência de sua família.

2.2- Os latifúndios, que correspondem a 2,4% do total dos imóveis rurais brasileiros, ocupam 78% do total da área das propriedades rurais. Em muitos casos, essas grandes propriedades não são utilizadas para a criação ou cultivo.

2.3- Cerca de 4% do total de imóveis rurais do Brasil correspondem à chamada empresa rural, formada por médias e grandes propriedades. As empresas rurais desenvolvem atividades

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