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APLICAÇÃO DA TEORIA DAS FILAS NA AVALIAÇÃO DO USO DE LEITOS DE UTI PARA COVID-19

Por:   •  9/8/2022  •  Projeto de pesquisa  •  6.114 Palavras (25 Páginas)  •  74 Visualizações

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     APLICAÇÃO DA TEORIA DAS FILAS NA AVALIAÇÃO DO USO DE LEITOS DE UTI PARA COVID-19 NA CIDADE DE SÃO PAULO

Julya Estevão de Oliveira 1 & Lucas Henrique de Oliveira 2

Departamento de Engenharias e Tecnologia do Centro Universitário Norte do Espírito Santo da Universidade Federal do Espírito Santo, Rodovia BR 101 Norte, Km. 60, Bairro Litorâneo, CEP 29932-540, São Mateus.

INTRODUÇÃO

No fim do ano de 2019, mês de dezembro, o mundo todo foi noticiado e ficou em alerta sobre os casos de pneumonia que estavam sendo notificados no município de Wuhan, província de Hubei na China, pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Se tratava de uma nova doença viral, a pandemia do SARS-COVS-2, COVID-19 ou como passou a ser chamada popularmente Coronavírus, que não havia sido identificada antes em seres humanos (OPAS, 2021). No Brasil, o primeiro caso registrado de coronavírus ocorreu na quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020, um homem de 61 anos que deu entrada no Hospital Israelita Albert Einstein, foi confirmado pelo Ministério da Saúde (OMS). A falta de informações e estudos concretos a respeito do vírus, e seu rápido contágio fizeram com que fossem necessárias ações e medidas para deter seu contágio tais como, lavar as mãos com água e sabão, cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel para tossir ou espirrar e descartá-los, uso de máscaras, etc. Além dessas medidas a OMS também recomendou o distanciamento social, com lookdown em diversas cidades pelo mundo afora, no intuito que o vírus fosse estudado com mais detalhes e pudessem ser desenvolvidas vacinas (UNA-SUS, 2020).

Inicialmente, o atendimento para os casos de Coronavírus eram feitos de forma despreparada, justamente por está em fase de estudos e não se saber ao certo como tratá-los. No entanto, esse quadro logo foi mudado e os atendimentos passaram a ser feitos de maneira mais preparada, principalmente devido ao alto número de novos casos diários, que desde o início da pandemia são aproximadamente 468 milhões de casos registrados, e de óbitos no mundo todo somam mais de 6,07 milhões (Our World In Data, 2022). Segundo a Câmara Municipal do Estado de São Paulo (2020), a rede de saúde do estado está organizada e preparada para receber os casos, visto que durante os picos de contaminação chegou a contar com 1445 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para tratamento da COVID-19. Em casos de sintomas que possam ser semelhantes ao da doença, é recomendável a procura de um ponto de atendimento mais próximo. Dessa forma cabe ao especialista da área, dessa unidade avaliar o paciente e determinar se será necessário o encaminhamento para um hospital de maior complexidade, que tenha referência em tratamento de casos mais graves da COVID-19 (Câmara Municipal de São Paulo, 2020).

Uma das ferramentas mais comuns para problemas de análise da exigência de mercado se trata do gerenciamento de filas, sendo crucial para a melhoria da qualidade do serviço prestado. O tratamento na administração do processo de filas tem grande influência no tempo de atendimento, controle e planejamento da capacidade do sistema, tendo grande impacto na hora da decisão de melhorias do processo (Rodrigues et al, 2016).

A teoria de filas em processos quando aplicado em fluxos de otimização, é possível ter um resultado mais refinado e detalhado, abrindo possibilidades para diversas escolhas relacionadas ao controle do processo (Perdoná et al, 2017). Desta forma, faz-se o seguinte questionamento referente ao trabalho: Como é possível mensurar a quantidade de leitos  de UTI para tratamento da COVID-19 usados e disponíveis e quais os parâmetros ideais? Portanto, fez-se necessário um levantamento de informações das principais características dos modelos de filas e suas relações fazendo uma análise detalhada que explore as publicações disponíveis pelas Secretária Municipal e a Estadual de Saúde, que indiquem essa efetividade de seu uso para atingir o objetivo desta pesquisa, mensurar os leitos disponíveis e usados de todos os Hospitais da cidade de São Paulo e avaliar a partir de qual taxa de ocupação o sistema começa a apresentar uma lotação além de sua capacidade.

REFERENCIAL TEÓRICO

Teoria de Filas

No ramo da Pesquisa Operacional se encontra a Teoria de Filas, que é uma técnica na qual se utiliza conceitos matemáticos para fazer a representação, a análise, do fenômeno de formação de filas, e através de um sistema realiza a representação de um sistema (Hillier et al, 2013).  A técnica basicamente compreende na realização de uma modelagem matemática dos processos que causam a espera, permitindo assim que seja analisado o desempenho de um sistema com demandas programadas e/ou aleatórias, para que seja possível dimensionar sua capacidade da melhor forma, reduzindo gargalos e evitando desperdícios, para um resultado mais satisfatório tanto para a organização quanto para os clientes (Barbosa et al, 2016). Segundo Moreira (2007) afirmar que sempre haverá filas no caso da demanda superar a capacidade, nem sempre condiz com a realidade, visto que a variação entre o tempo de chegada e o atendimento influenciarão neste fato. O autor continua analisando que para os consumidores a formação de filas é devido a demanda ser superior a capacidade de atendimento do local, havendo mais clientes do que postos de serviço de atendimento. Logo, nota-se a importância de se gerenciar e do sistema de filas propriamente falando, visando a opinião dos clientes na avaliação da qualidade do serviço como um todo, mostrando a necessidade de uma gestão bem aplicada (Gianesi & Corrêa, 2007).

Caracterização de um sistema de filas

Em um sistema de filas, os principais componentes são os clientes aguardando atendimento e os atendentes que os realizam, ao chegar no local ou entrar em contato com a prestadora de serviço o cliente pode aguardar na fila ou ser atendido logo. O surgimento de filas se dá por causa do fluxo grande de pessoas ou processos em um sistema, após a finalização de um serviço, a fila “anda” e é feito o atendimento do próximo cliente nela (Taha, 2008).

Zanardi & Viali (2020) reiteram que a classificação mais usada para o sistema de filas é o de Kendall, esse modelo é representado por meio de A/B/C/Z/K/m ou A/B/C.  Segundo Lima et al. (2016; citado por Gross et al, 2008; Camelo et al, 2010) o sistema de filas é caracterizado por seis elementos: processo de chegada dos clientes, padrões de serviços prestados, disciplina da fila, capacidade do sistema, número de canais de atendimento e estágios do serviço; que podem ser descritos da seguinte forma:

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