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CORRELAÇÃO PRAGAS, CONTAMINANTES E AFLATOXINAS EM CULTIVARES DE MILHO CONVENCIONAL E TRANSGÊNICO NO ARMAZENAMENTO

Por:   •  27/7/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.855 Palavras (12 Páginas)  •  251 Visualizações

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Introdução

O milho (Zea mays L.) é uma espécie diplóide (2n=20), monóica e alógama, pertencente à família Poaceae onde as evidências indicam que os povos indígenas americanos iniciaram o cultivo, e consequentemente, a domesticação e a seleção do milho (entre 8.000 e 10.000 anos atrás) tendo sido a principal cultura de importantes civilizações como, por exemplo, os astecas, os maias e os incas (MACHADO; PATERNIANI, 1998;PATERNIANI; CAMPOS, 1999), atualmente sendo cultivado em todas as regiões do mundo. No Brasil o milho é o segundo grão mais produzido, sua produção anual perde somente para o grão de soja.

A primeira ideia é o cultivo do grão para atender ao consumo na mesa dos brasileiros, entretanto essa é a menor parte da produção. O principal destino da safra são as indústrias de rações para animais (MAPA, 2012). O uso do milho como alimentação animal é a principal forma de consumo desse cereal, isto é, cerca de 70% do milho produzido no mundo e entre 70 e 80% do milho produzido no Brasil (EMBRAPA MILHO E SORGO, 2009).

As cultivares de milho disponível para o plantio podem ser consideradas do tipo convencional ou transgênicas.  Segundo Borém (1999) as cultivares convencionais são classificadas quanto à metodologia de obtenção em dois tipos principais: híbridos e variedades de polinização aberta. As sementes de milho híbrido possuem alto potencial genético de produção, porque essa técnica permite explorar a heterose (superioridade do cruzamento em relação a qualquer um dos pais), também chamada de vigor híbrido (CRUZ et al.,2011). Os híbridos apresentam como vantagens o maior potencial produtivo e a maior uniformidade morfológica e fenológica, as quais facilitam o manejo da cultura (FANCELLI; DOURADO NETO, 2000).

As variedades de polinização aberta apresentam menor custo inicial e as sementes podem ser utilizadas para outras safras. Conforme afirmaram Cruz et al. (2011) em sistemas de produção agroecológicos ou orgânicos, as variedades também são importantes, pois embora  não restrinjam o uso de híbridos, as variedades são preferidas, já que permitem ao produtor produzir sua própria semente a um preço menor.

Muito tem se discutido sobre milho transgênico, que é uma variedade de milho que foi geneticamente modificado. Nodari e Guerra (2001) definem plantas transgênicas como plantas quem têm inserido em seu genoma, uma ou mais sequências de DNA manipulado em laboratório por técnicas de DNA recombinante ou engenharia genética. Os objetivos perseguidos incluem a resistência a insetos, a herbicidas, a vírus e a outros tipos de infecção (fungos, por exemplo), bem como resistência ao estresse abiótico e modificação de características qualitativas (OECD,1986).

        Uma das grandes vantagens do milho transgênico é o controle de lagartas, segundo Cruz et al. (2011) a  tecnologia para este controle vem embutida nas sementes funcionando como um seguro, podendo até dispensar as aplicações de defensivos e reduzir as perdas em virtude dos danos das lagartas durante todo o ciclo da cultura, conseguindo uma redução de perda entre 16% e 20% de incremento na colheita.

Paes (2006) cita que o milho tem extrema importância para a alimentação de humanos e de animais devido a sua riqueza de nutrientes, ressaltando que além do teor expressivo de carboidratos disponível, o óleo obtido do gérmen é rico em ácido graxo ômega 3, com propriedades funcionais de prevenção de doenças cardiovasculares e controle de dislipidemias. Ele está presente na dieta alimentar humana na forma de: fubá, sucrilhos, milho verde, milho em conserva, pipoca, farinha, amido, flocos de milho, quirera, canjica e outros derivados (MARQUES et al., 2009).

Lorine; Miike e Scussel (2002), definem que armazenar é guardar e conservar o produto, diminuindo ao máximo as perdas, utilizando-se da melhor maneira possível, das técnicas existentes. A armazenagem é uma das operações pelas quais os grãos passam na sua cadeia produtiva, a qual tem início na escolha da área e da cultivar a ser plantada até chegar ao consumidor final. O armazenamento de grãos é realizado nas unidades armazenadoras que podem ser de dois tipos, a granel (sem embalagens) ou em modelo convencional (sacas).

A preservação da qualidade dos grãos da colheita à industrialização é fundamental para a manutenção do processo produtivo, sendo que, a qualidade dos grãos é um parâmetro relevante para comercialização e processamento, podendo afetar significativamente o valor do produto final (PONCIANO; SOUZA; REZENDE 2003; ALENCAR et al., 2009).

Segundo Cruz e seus colaboradores (2011), os principais fatores que podem comprometer a qualidade dos grãos durante o armazenamento, demandando monitoramento e controle, são: as condições estruturais do armazém ou silo; o arejamento e a temperatura da massa de grãos; a umidade; o desenvolvimento de fungos e a presença de insetos, ácaros, roedores e pássaros.

De acordo com Neethirajan et al (2007), o ataque de insetos-praga a grãos, pode ocasionar tanto perdas qualitativas quanto quantitativas. Os insetos adultos e imaturos se alimentam dos grãos e provocam grandes perdas de massa, do poder germinativo e do vigor da semente, do valor nutritivo e do valor comercial dos grãos (SANTOS, 2008).

Os insetos-praga são insetos que sobrevivem e se multiplicam em grãos e outros produtos armazenados, causando perdas econômicas a esses e requerendo a utilização de métodos de controle adequados para minimizar tais perdas. O caruncho-do-milho (Sitophilus zeamais) é um exemplo de inseto-praga de grãos de milho armazenados (CRUZ et al., 2011).

O gorgulho do milho Sitophilus zeamais (Coleoptera: Curculionidae) é uma das principais pragas dos grãos armazenados. São besouros pequenos medindo aproximadamente 3 mm de comprimento, possuem quatro manchas avermelhadas no élitro, as larvas apresentam coloração amarelo-clara com a cabeça mais escura e as pupas são brancas. Os ovos são colocados sobre os grãos e após as larvas eclodirem o perfuram para se alimentarem. Além disso, é uma praga primária interna (ataca grãos inteiros, perfurando-os e se desenvolvendo dentro dos mesmos), pode apresentar infestação cruzada (infesta grãos no campo e também os que estão armazenados), tanto adulta como larvas atacam e danificam os grãos e ainda possui diversos hospedeiros (LORINI,1998; GALLO et al., 2002).

Em virtude de suas características nutricionais e das condições de cultivo e armazenamento, o milho se torna propício ao desenvolvimento de fungos (LAZZARI, 1997; AMARAL et al., 2006). Danos provocados por fungos em grãos vão além dos físicos ou estéticos, podendo também causar o desenvolvimento de toxinas. Algumas espécies de fungos denominados toxigênicos, podem produzir micotoxinas, substâncias químicas provenientes do metabolismo secundário de diversos fungos, capazes de provocar doenças graves, como tumores cancerígenos. No entanto, somente a presença do fungo toxigênico não implica na produção de micotoxina, visto que dependerá da capacidade de biossíntese do fungo e das condições climáticas existentes (NASCIMENTO et al., 2012).

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