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Desenvolvimento Sustentável

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Por:   •  21/5/2013  •  4.938 Palavras (20 Páginas)  •  1.390 Visualizações

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1 A RELAÇÃO HOMEM-NATUREZA

A relação do homem com a natureza sempre aconteceu de forma bastante discrepante: de um lado, o homem, com toda a sua inteligência gananciosa, tentando alimentar os seus desejos de consumo e conforto; do outro, a natureza, com toda a sua exuberância e riqueza, fonte para todas as ações humanas. Em alguns casos, o homem tem que escolher entre sua sobrevivência e a preservação da natureza, como é o caso do agricultor que tira da terra o alimento que leva à mesa. Neste caso, fica o dilema: a natureza ou o homem?

Mas o que preocupa é o desenvolvimento sem limites protagonizado pelo homem em prol de seus objetivos próprios.

Por muitos anos, esse foi o tipo de relação entre o homem e a natureza, até que esta passasse a dar sinal de alerta. Felizmente esse tipo de pensamento foi modificado e, segundo Camargo (2004): A ideia de um novo modelo de desenvolvimento para o século XXI, compatibilizando as dimensões econômica, social e ambiental, surgiu para resolver, como ponto de partida no plano conceitual, o velho dilema entre crescimento econômico e redução da miséria, de um lado, e preservação ambiental de outro. O conflito vinha, de fato, arrastando-se por mais de vinte anos, em hostilidade aberta contra o movimento ambientalista, enquanto este, por sua vez, encarava o desenvolvimento econômico como naturalmente lesivo e os empresários como seus agentes mais representativos. Um dos primeiros problemas ambientais ocorreu com o surgimento das cidades e a satisfação das necessidades dos homens, sempre utilizando os recursos ambientais. A história das cidades do mundo em geral é longa. As primeiras cidades teriam surgido entre quinze e cinco mil anos atrás, dependendo das diversas definições existentes sobre o que define um antigo assentamento permanente como uma cidade. Sociedades que vivem em cidades são, frequentemente, chamadas de civilizações.

A nossa sociedade tem vivido, atualmente, uma gama de problemas, decorrente direta da sua forma de tratar e se relacionar com a natureza. A busca desenfreada pela produção levou o homem a explorar intensamente os recursos disponíveis na natureza, esquecendo que grande parte deles, além de não serem renováveis, quando retirados da natureza em quantidades excessivas, deixam uma lacuna, às vezes irreversível, cujas consequências são sentidas em gerações posteriores, principalmente em relação às mudanças climáticas. Casseti (1991) afirma:

As transformações sofridas pela natureza, através do emprego das técnicas no processo produtivo, são um fenômeno social, representado pelo trabalho, e as relações de produção mudam conforme as leis, as quais implicam a formação econômico-social e, por conseguinte, as relações entre a sociedade e a natureza. Outros problemas ambientais foram trazidos com a Revolução Industrial.

A Revolução Industrial consistiu em um conjunto de mudanças tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo em nível econômico e social. Iniciada na Grã-Bretanha em meados do século XVIII, expandiu-se pelo mundo a partir do século XIX. Ao longo do processo (que, de acordo com alguns autores, registra-se até os nossos dias), a era agrícola foi superada, a

máquina foi suplantando o trabalho humano, uma nova relação entre capital e trabalho se impôs, novas relações entre nações se estabeleceram e surgiu o fenômeno da cultura de massa, entre outros eventos. Essa transformação foi possível devido a uma combinação de fatores, como o liberalismo econômico, a acumulação de capital e uma série de invenções, tais como o motor a vapor. O

capitalismo tornou-se o sistema econômico vigente. A partir da Revolução Industrial, o volume de produção aumentou extraordinariamente: a produção de bens deixou de ser artesanal e passou a ser maquinofaturada; as populações passaram a ter acesso a bens industrializados e deslocaram-se para os centros urbanos em busca de trabalho. As fábricas passaram a concentrar centenas de trabalhadores, que vendiam a sua força de trabalho em troca de salário.

Outra das consequências da Revolução Industrial foi o rápido crescimento econômico. Antes dela, o progresso econômico era sempre lento (levavam séculos para que a renda per capita aumentasse sensivelmente) e, após, a renda per capita e a população começaram a crescer de forma acelerada, nunca antes vista. Por exemplo, entre 1500 e 1780, a população da Inglaterra aumentou de 3,5 milhões para 8,5; entre 1780 e 1880, ela saltou para 36 milhões, devido à drástica redução da mortalidade infantil.

A Revolução Industrial alterou completamente a maneira de viver das populações dos países que se industrializaram. As cidades atraíram os camponeses e artesãos e se tornaram cada vez maiores e mais importantes.

Na Inglaterra, por volta de 1850, pela primeira vez em um grande país, havia mais pessoas vivendo em cidades do que nocampo. Nas cidades, as pessoas mais pobres aglomeravam-se em subúrbios de casas velhas e desconfortáveis, se comparadas com as habitações dos países industrializados hoje em dia.

Mas representavam uma grande melhoria, se comparadas às ondições de vida dos camponeses que viviam em choupanas de palha. Conviviam com a falta de água encanada, com os ratos, o esgoto formando riachos nas ruas esburacadas. O trabalho do operário era muito diferente do trabalho do camponês: tarefas monótonas e repetitivas. A vida na cidade moderna significava mudanças incessantes. A cada instante, surgiam novas máquinas, novos produtos, novos gostos, novas modas. Após a problemática relacionada ao homem x natureza, ocorreram conferências, agendas e leis importantes na tentativa de reverter os problemas causados e acima demonstrados, como:

A Rio-92

Diante de tantas alterações no meio ambiente, somadas às ameaças de extinção de muitos recursos naturais atualmente utilizados pelo homem, autoridades (172 governos) e estudiosos do mundo inteiro reuniram-se, em 1992, no Rio de Janeiro, para a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), conhecida mundialmente como a

“Conferência da Terra”. Ela se tornou, por sua singularidade, um marco na história da humanidade, cujos objetivos básicos giravam em torno da busca por um equilíbrio entre as necessidades ambientais, sociais e econômicas para gerações atuais e presentes. Outro objetivo da Conferência era a construção de uma espécie de associação mundial que contemplasse os países desenvolvidos e em desenvolvimento para estudo e compreensão das questões ambientais, interesse e preocupação igualmente comum a todos. Governos e demais setores da sociedade civil também deveriam

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