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EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE

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Por:   •  10/5/2013  •  1.933 Palavras (8 Páginas)  •  519 Visualizações

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Educação e Diversidade

ETAPA III

Passo 2

Relações de gênero na sala de aula: atividades de fronteira

e jogos de separação nas práticas escolares

Daniela Auad*

Relações de gênero na sala de aula

A observação das situações e atividades desempenhadas por meninas e meninos na sala de aula, a atenção aos comportamentos de alunos e alunas e a consideração das interações com professoras informam onde e como as diferenças, polaridades e assimetrias de gênero se inscrevem no cotidiano escolar. Desta forma, são

reveladoras tanto as relações toleradas, encorajadas e induzidas, pelas professoras,

entre meninas e meninos, nos diferentes espaços e atividades escolares, quanto são

expressivos os comportamentos e atividades não tão aceitas entre alunas e alunos.

Assim, nos espaços da sala de aula e do pátio5, vão se desenhando o que Claude

Zaidman definiu como as diferentes figuras do jogo mistura/separação de meninas

e meninos (ZAIDMAN, 1995; 1996). Segundo a autora, as figuras diferentes do

jogo mistura/separação correspondem ao modo como as relações de gênero são

consideradas como elementos significativos nas situações vivenciadas por meninas e meninos. A partir da combinação entre mistura e separação, pode haver um

duplo discurso da instituição escolar expresso pelas professoras em relação ao cor4.

Pro-Posições, v. 17, n. 3 (51) - set./des. 2006

Nos processos de diferenciação e de desigualdade entre o feminino e o masculino.

Esse desejo de conhecer as relações de gênero na escola originou-se, em grande

parte, nos movimentos sociais, nas universidades e nos grupos de pesquisa. Assim,

ao longo da década de 90, já havia algumas pesquisas educacionais que buscavam

saber qual uso era feito das relações de gênero para organizar o trabalho na escola

e, em contrapartida, como o trabalho escolar poderia influenciar as relações de

gênero socialmente vigentes. Apesar disso, ao alcançar a primeira década do século XXI, tais pesquisas ainda não são numerosas 1. Trata-se da usual ausência de

produções que agreguem o referencial de gênero aos objetos consagrados na área

das pesquisas educacionais. Nesta perspectiva, o presente texto colabora na diminuição dessa lacuna e, a seguir, informa como as relações de gênero podem ser

consideradas nas descrições e análises das práticas educacionais observadas nas

salas de aula das séries iniciais do Ensino Fundamental.

Resumo: O presente texto, ao considerar gênero como categoria, descreve e analisa

atividades, situações e eventos do cotidiano escolar, na sala de aula. Trata-se de conhecimento produzido no âmbito de pesquisa de doutorado e que busca saber como a escola está, em suas atividades habituais e rotineiras, implicada nos processos de diferenciação e de desigualdade entre o feminino e o masculino. O presente texto reforça ainda a importância de saber qual uso é feito das relações de gênero para organizar o trabalho na escola e, em contrapartida, como o trabalho escolar pode influenciar as relações de gênero socialmente vigentes. Produções francesas, canadenses, catalãs e anglo-saxãs, resultantes de extensa pesquisa em bibliotecas nacionais e internacionais, destacam-se como referenciais teóricos das análises realizadas. Para a produção deste texto, tão importante quanto esse corpus bibliográfico, foi a pesquisa de campo realizada em escola pública de Ensino Fundamental,durante dois anos, na cidade de São Paulo.

Palavras-chave: Relações de gênero; práticas escolares; mixité; igualdade e diferença;

Sociologia da Educação.

A partir de meados da década de 80, no Brasil, tornou-se crescente a necessidade de saber como a escola, em suas atividades habituais e rotineiras, está implicada.

Passo 3

Em nossa sociedade existem algumas concepções sobre o que é ser homem ou ser mulher, perfazendo a idéia de que garotas são mais fracas, mais dependentes, sensíveis, menos agressivas e os garotos são mais fortes, mais independentes, mais práticos e agressivos.

A mulher sempre foi a maior responsável pela criação das crianças – devido às representações da maternidade na docência – e muito cedo acabam por reproduzir a diferenciação sexual.

A participação da escola, na construção de sujeitos femininos e masculinos, está relacionada com a concepção da sociedade. A escola deve abrir espaços para a diversidade e o educador deve ser mediador de culturas porque educação e cultura caminham juntas, e no ambiente escolar as culturas se cruzam.

Na Educação Infantil e nas séries iniciais da Educação Fundamental, os profissionais, em sua maioria, são mulheres, que com alguns estereótipos, ações e atitudes, contribuem para a diferenciação de gênero; por isso, essa profissional, ao realizar seu trabalho, deve analisar que tipo de brinquedos devem ser utilizados, quais tipos de brincadeiras devem ser elaboradas para serem desenvolvidas e praticadas junto aos alunos, e quais tipos de linguagens, imagens, textos didáticos, de literatura e de música serão utilizados para que as diferenças de gênero não sejam tão acentuadas.

O educador deve estar preparado para refletir se os carrinhos e as brincadeiras de lutas podem ser considerados somente brincadeiras de meninos, e as bonecas e brincadeiras quietas somente brincadeiras de meninas. Deve também estar atento quanto à linguagem, para que ela não se torne inconscientemente um ato discriminatório. Por isso, o gestor e os órgãos competentes devem sempre promover o trabalho de formação inicial e contínua com professores, para que eles possam construir práticas educativas em que a questão da diferença e do multiculturalismo se faça cada vez mais presente no dia a dia escolar.

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