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EXTRAÇÃO DE PECTINA INTRODUÇÃO

Por:   •  21/10/2017  •  Relatório de pesquisa  •  1.363 Palavras (6 Páginas)  •  791 Visualizações

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EXTRAÇÃO DE PECTINA

INTRODUÇÃO

Originário da América tropical, o maracujá (Passiflora edulis flavicarpa) é largamente cultivado e processado em todo mundo. O Brasil é o maior produtor mundial, com produção de 480 mil toneladas e área de aproximadamente 36 mil hectares. A Bahia é o principal produtor, seguido por Espírito Santo, Pará, Minas Gerais, Sergipe, São Paulo e Ceará (IBGE, 2005).

Como a quantidade de resíduos provenientes do processamento do suco de maracujá é bastante expressiva, principalmente devido a grande quantidade de fibras, pectina e óleo descartados, há a necessidade de soluções viáveis para o seu reaproveitamento. Assim, a casca do maracujá não pode ser vista como resíduo, mas sim como matéria-prima para extração de pectina (PINHEIRO, 2007).

A casca do maracujá é rica em aminoácidos, proteínas e carboidratos, contendo ainda 10 a 20 % de pectina de qualidade semelhante a da laranja. A pectina do maracujá é constituída de 76 a 78 % de ácido galacturônico, 9 % do grupo metoxila, um pouco de galactose e arabinose; tem propriedades geleificantes e pode ser comparada à pectina dos citros, sendo utilizada como ingrediente funcional na formulação de geléias e sobremesas (MANICA, 1981)

As pectinas compreendem um grupo de polissacarídeos ácidos que podem apresentar grande diversidade em sua estrutura fina. Com isso, há necessidade de pectinas com características estruturais e massa molar distintas levando a produtos com diferentes propriedades funcionais (PINHEIRO, 2007).

A pectina localiza-se nos espaços intercelulares e lamelas centrais dos tecidos vegetais. Em tecidos mais jovens, especialmente das frutas, estas substâncias são formadas em grande quantidade, constituindo-se muitas vezes, em canais amplos que separam as células (CRISTENSEN, 1986; DA SILVA, 1997; TURQUOIS 1999).

As pectinas constituem um grupo de substâncias com expressivo interesse pela indústria de alimentos. Nas últimas décadas, estes compostos vêm sendo utilizados essencialmente na forma de pó, como ingrediente de grande valor, devido a sua capacidade de atuar como agentes geleificantes, principalmente na elaboração de geléias (COELHO, 2008). Além do emprego em alimentos, a pectina vem sendo utilizada para remover metais tóxicos em soluções aquosas e como agente floculante no tratamento de efluentes, apresentando a vantagem de ser biodegradável e atóxica ao meio ambiente e aos seres humanos (YOKOI et al., 2002).

  1. OBJETIVO

Objetivou-se com a aula prática extrair a pectina da casca do maracujá, e assim obter mais informações sobre o processo de extração da pectina.

  1. MATERIAIS E MÉTODOS

A aula prática foi realizada seguindo o fluxograma abaixo (figura1)

[pic 1]

A matéria prima utilizada para a realização da aula prática foi maracujás, adquiridos do comércio local. A seleção dos maracujás foi feita, retirando aqueles que apresentavam defeitos, após isso, ocorreu a lavagem, realizada em três etapas, a primeira em água corrente, na segunda etapa os maracujás foram colocados em solução clorada 50 ppm por 15 minutos para sanitização, e por fim foram submetidos novamente em água corrente. Depois de lavados, os maracujás foram cortados e descascados com o auxílio de uma faca sanitizada (figura 2), e então a polpa dos maracujás forma retidos (figura 3).

[pic 2]

[pic 3]

[pic 4][pic 5]

                                                             

A solução acidificada foi preparada obtendo um pH < 3,0, uma vez que, o baixo pH auxilia na extração da pectina. A etapa de cozimento foi feita em um tempo de 35 – 40 minutos, após cozido houve a retirada do albedo (figura 4), e então foram triturados m um liquidificador até obter uma suspensão. Logo após o etanol foi adicionado obtendo-se então uma “espécie de gel” (figura 5). Após isso, se deve realizar a centrifugação e secagem para então obter a pectina.

[pic 6][pic 7]

 

[pic 8][pic 9]

  1. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na aula prática foi realizada até a etapa de adição de etanol, e desse modo obteve-se uma “espécie de gel” esbranquiçado (figura 5), que posteriormente seria centrifugado e secado para a obtenção da pectina em pó.

Diversos trabalhos têm reportado que fatores como temperatura, pH, tempo e tipo de ácido podem influenciar não somente o rendimento de pectina, mas também a estrutura química do produto final (PAGÁN et al., 2001; LEVIGNE et al., 2002).

De acordo com Mesbahi, Jamalian e Farahnaky (2005), períodos longos de aquecimento na extração da pectina em temperatura acima de 90 °C podem provocar a hidrólise e degradação da pectina, resultando em uma molécula de baixa massa molar.

A extração de pectina com ácido clorídrico e nítrico apresenta algumas desvantagens, tais como poluição e corrosão. Além disso, os resíduos obtidos após a extração da pectina não são muito apropriados para alimentação humana, apesar de serem ricos em fibras dietéticas (RALET e THIBAULT, 1994).

Muitos pesquisadores têm se preocupado em identificar condições ideais de extração com ácidos orgânicos, como o ácido cítrico, para a obtenção de uma pectina de alta qualidade, beneficiando a indústria de alimentos sob o ponto de vista econômico e ambiental. Virk e Sogi (2004) compararam a extração de pectina de maçã com ácido cítrico e ácido clorídrico. O melhor rendimento de pectina extraída a partir da casca da maçã foi obtido com solução de ácido cítrico 1 %, apresentando um rendimento de 78 % de pectina.

D’Addosio et al. (2005) extraíram e caracterizaram a pectina da casca do maracujá amarelo em diferentes estágios de maturação. As extrações foram realizadas com ácido clorídrico, fosfórico e uma mistura dos dois ácidos. A pectina de melhor qualidade, ou seja, maior grau de esterificação e teor de ácido galacturônico, foi obtida quando ácido clorídrico foi utilizado como agente extrator.

  1. CONCLUSÃO

Com a realização da aula prática, foi possível compreender as etapas de extração de pectina da casca do maracujá, bem como sua importância, uma vez que, a pectina é muito utilizada na indústria de alimentos, devido a sua capacidade de formação de gel.  

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