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O crescimento do mercado para os processos químicos de tratamento de superfície

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Por:   •  2/10/2013  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.260 Palavras (10 Páginas)  •  516 Visualizações

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O mercado de processos químicos para tratamento de superfície está aquecido. Como relata Douglas Fortunato de Souza, presidente da Associação Brasileira de Tratamento de Superfície (ABTS), em 2007 o setor apresentou um aumento de vendas em volume da ordem de 11% e a estimativa é de que em 2008 o desempenho seja ainda melhor, com um crescimento de 15%. Mas nem tudo reluz no setor. O aumento de custos dos insumos sinaliza a necessidade de uma correção de preços. Por outro lado, a introdução de inovações, muitas das quais com potencial de reduzir significativamente o impacto ambiental dos processos, ocorre de forma lenta no Brasil.

A ABTS calcula que o mercado de processos químicos para tratamento de superfície tenha movimentado algo como US$ 200 milhões no último ano. Este faturamento é dividido praticamente ao meio entre os processos de pré-tratamento de superfície para posterior pintura ou proteção a óleo, e o plating, o qual por sua vez é dividido em duas categorias: acabamentos decorativos (80% deste segmento), e acabamentos técnicos, para peças que exigem tratamento anticorrosivo.

O bom desempenho vivido pelo setor, avalia Fortunato, está diretamente relacionado com a estabilidade econômica e com o aumento do crédito. Fatores que têm impulsionado as vendas no mercado interno de automóveis, eletrodomésticos e imóveis, três grandes consumidores de itens que exigem proteção anticorrosiva, e também de peças com acabamentos decorativos galvanizados.

Este desempenho da indústria de tratamento de superfície tem atraído o interesse de players estrangeiros, que sondam o mercado brasileiro com o intuito de investimentos locais, provavelmente por meio de aquisição de empresas nacionais. “Hoje temos cinco ou seis empresas estrangeiras pesquisando o mercado, interessadas em vir para o Brasil”, afirma o dirigente.

Como lembra o presidente da ABTS, por volta de 90% dos processos químicos para tratamento de superfície comercializados no país têm origem de fabricação estrangeira. As empresas, no Brasil, fazem a formulação final da mistura e realizam ajustes para se adequar às características climáticas de cada região do país. Nos últimos anos, portanto, o fortalecimento do real perante o dólar americano tem contribuído muito para segurar os preços finais dos processos comercializados. O problema, porém, é que a escassez de inúmeros insumos no mercado mundial está gerando uma pressão nos

preços. Alguns insumos têm encarecido muito rapidamente. Em apenas três meses, relata o executivo, o preço da sacarina sódica aumentou 430%; o ácido sulfúrico, 150%. Assim como todos os derivados ácidos têm registrado forte aumento de preços.

Em média, informa Fortunato, os custos dos processos químicos para tratamento de superfície subiram entre 15% e 20% nos últimos meses. Por enquanto, apenas metade deste aumento foi repassada para os clientes, em média uns 8% de reajustes. Mas na avaliação do presidente da ABTS, à medida que os estoques dos fornecedores de processos químicos forem sendo renovados, os reajustes serão repassados. “É inevitável, estes aumentos chegarão aos nossos clientes, apesar de todos os esforços para amenizar este impacto”, diz. Divulgação

Fortunato: preço alto dos químicos eleva custos

Entre as iniciativas da indústria de processos químicos para reduzir o impacto dos aumentos de custos, relata o executivo, está o investimento em equipamentos para a recuperação e reaproveitamento de ácidos. Por outro lado, diz Fortunato, a nova legislação de transporte de produtos químicos (em vigor a partir de junho de 2008), exigindo embalagens resistentes a impactos homologadas pelo Inmetro e rotulações com a especificação técnica dos itens transportados na embalagem, além da restrição ao transporte de cargas incompatíveis em um mesmo veículo, gerou um aumento de custos para o setor.

Substituição de metais pesados – Os processos de tratamento de superfície, cujo principal objetivo nas aplicações em metais é o combate à corrosão, há muito tempo já alcançaram patamares de qualidade compatíveis com as necessidades das indústrias. As inovações tecnológicas em curso visam principalmente a reduzir o impacto ambiental dos processos e, assim, se adequar às exigências de uma sociedade cada vez mais preocupada com a sustentabilidade de suas decisões de consumo.

Na Europa, no Japão e em vários estados norte-americanos, o cromo hexavalente, tradicional insumo em processos de tratamento de superfície, tem sido banido por causa da sua característica cancerígena e agressiva ao meio ambiente. Por enquanto, o principal substituto é o cromo trivalente, menos agressivo.

No Brasil, porém, o hexavalente ainda é admitido e, na opinião de Fortunato, continuará majoritário enquanto não houver uma exigência legal de sua proibição. A substituição do insumo, no país, se dá mediante apenas às exigências dos mercados consumidores. Sendo assim, ela ocorre de forma irregular. Segundo o presidente da ABTS, nas aplicações com finalidade técnica para a cadeia automotiva a adoção do cromo trivalente já é uma prática plenamente aceita, respondendo por quase a totalidade dos processos.

Já para outras aplicações técnicas e também nos segmentos decorativos, o cromo trivalente ainda é pouco usual no Brasil, apesar de utilizado em larga escala em países como Estados Unidos e China. Segundo Fortunato, os processos com cromo trivalente apresentam uma resistência mais baixa à corrosão, algo em torno de 30%. É possível, porém, igualar a resistência por meio de aditivos. Mas esta solução acaba 40% mais cara, daí a baixa adesão entre os aplicadores à substituição do material. A aceitação do cromo trivalente é mais baixa entre as aplicações com finalidade decorativa. Neste segmento de mercado, o cromo trivalente está em apenas 3% das aplicações. O motivo é o brilho, mais azulado, da peça cromada com o cromo hexavalente ser considerado mais bonito. No processo com o cromo trivalente, o resultado é uma cor mais acinzentada.

Apesar de mais caro, o uso do cromo trivalente exige menos recursos no tratamento dos efluentes, reduzindo a diferença real de custos entre os dois processos. O problema, portanto, está em convencer o usuário, principalmente as indústrias de galvanização, a assumir de imediato um custo de insumos mais elevado, em troca de um ganho com uma economia no tratamento de efluentes, o qual nem sempre é realizado de forma adequada. Mesmo diante deste desafio, o presidente da ABTS aposta no futuro dos processos de menor impacto ambiental. “Por mais lenta que seja a migração,

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