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Um País de Terceiro Mundo com Tecnologia de Ponta nas Eleições?

Por:   •  30/3/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.939 Palavras (12 Páginas)  •  397 Visualizações

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Um País de Terceiro Mundo com Tecnologia de Ponta nas Eleições?

Candida Maria Fernandes1, Dairan da Silva Delavechia1, Fabieli de Conti2

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha – Campus São Vicente do Sul (IFFarroupilha - SVS)
CEP 97420-000 – São Vicente do Sul – RS – Brasil

1Discente do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) - Centro de Informática Educativa e Tecnológica (CIET)

2Docente do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) - Centro de Informática Educativa e Tecnológica (CIET)

(candida, fabieli@svs.iffarroupilha.edu.br, dairansdelavechia@hotmail.com)

Resumo. O objetivo deste artigo é fazer uma análise da polêmica gerada em torno da segurança do voto eletrônico no sistema eleitoral brasileiro. Nele fala-se sobre a história da criação da urna eletrônica, o sistema usado no processo eleitoral com sua arquitetura geral, básica e do sistema de segurança. Também foi feito uma pesquisa sobre opiniões e decisões de países desenvolvidos quanto à adoção de sistemas semelhantes ao brasileiro para suas eleições.  Por fim foi discutida a segurança e a confiabilidade frente a fraudes eleitorais.

1. Introdução

A Urna Eletrônica é uma criação brasileira, desenvolvida para tornar possível a informatização dos processos eleitorais no país. Nela o eleitor digita diretamente o número do candidato escolhido num teclado próprio para este fim. O voto é então armazenado em um disquete que fica no interior de cada urna, cujos dados só podem ser acessados através dos computadores do TRE. Depois o disquete é levado à central de totalização, de onde os dados são transmitidos, obtendo-se, assim, o resultado final da eleição. A apuração manual – e suas conseqüências que, às vezes, colocava em risco a democracia – foi sendo gradualmente extinta com a urna eletrônica.

        Essa tecnologia de votação eletrônica é um assunto que gera polêmicas: de um lado há a necessidade de melhorar a votação com operações e de um método efetivo de computação de votos, e de outro há um pouco de hesitação devido à segurança efetiva desta tecnologia.

        Muitos países estão tentando melhorar a tecnologia de votação eletrônica para deixá-la mais segura, mas até agora o sistema está longe de ser perfeito, especialmente onde métodos eletrônicos substituíram completamente o método tradicional.

Este artigo teve como teve como objetivo a análise das controvérsias existentes a respeito da segurança do voto eletrônico no sistema eleitoral brasileiro, assim com também realizar estudo sobre a não adoção de sistemas semelhantes por países desenvolvidos nas suas eleições.

2. A História

A urna eletrônica foi desenvolvida por um grupo de engenheiros e pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e do Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), duas instituições governamentais.

Em 1985, houve a implantação de um cadastro eleitoral informatizado pelo TSE, enquanto a urna eletrônica como se concebe hoje só foi desenvolvida em 1995, e utilizada pela primeira vez nas eleições municipais do ano seguinte. Porém foi em 1989, na cidade de Brusque (SC), onde o juiz Carlos Prudêncio realizou a primeira experiência de votação com micro-computadores.

        Para a elaboração do projeto da urna eletrônica, em 1995, o TSE formou uma comissão técnica liderada por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Centro Técnico Aeroespacial (CTA) de São José dos Campos que definiu uma especificação de requisitos funcionais.

O primeiro nome da urna eletrônica foi “coletor eletrônico de votos” (CEV). A máquina teve como objetivo identificar as alternativas para a automação do processo de votação e definir as medidas necessárias à sua implementação, a partir das eleições de 1996, em mais de 50 municípios brasileiros.

O equipamento, responsável pela automatização de 100% das eleições, foi então lançado no Brasil em 1996 e hoje serve de modelo para diversos outros países, que vêm testando a capacidade da máquina para implantação em seus processos eleitorais.

Em março de 2009, o TSE recebeu um prêmio na área de tecnologia pela contribuição no desenvolvimento de urnas eletrônicas. A premiação foi resultado de uma parceria entre a Universidade de São Paulo (USP), a George Washington University e a Business Software Aliance (BSA). A BSA é uma entidade que reúne instituições e empresas da área de tecnologia da informação e promove o evento para destacar ideias que sejam inéditas em todo o mundo.

3. Como funciona a urna eletrônica

A urna eletrônica possui dois componentes básicos: o terminal do eleitor, que é a urna propriamente dita e é também onde os eleitores votam em seus candidatos, e o microterminal, que é utilizado apenas pelos mesários.

Além do teclado e do monitor de vídeo, a urna também possui: uma impressora, utilizada para imprimir os boletins de urna; uma porta para disquete; dois slots para inserção de cartão de memória do tipo flash, que são denominadas de flash interna e flash externa; um conector para teclado; dois conectores USB; um conector para fone de ouvido, usado por eleitores com deficiência visual; um conector para conexão com outros terminais de eleitor e um conector para impressora (estes dois estão instalados no microcomputador utilizado pelos mesários).

O microterminal comunica-se com o terminal do eleitor através de um cabo serial ligado diretamente às placas internas. Cada conjunto de microterminal e terminal de eleitor pode ser interligado a outros dois terminais de eleitores. Dentro deste tipo de configuração, um terminal atua como mestre e os outros dois como escravos. Os terminais escravos funcionam apenas como entrada e saída de informações. Estas informações ficam arquivadas no terminal mestre. Este tipo de configuração é utilizado em seções que possuem um grande número de eleitores.

Todas as urnas eletrônicas utilizam o mesmo programa de votação. O que difere uma urna da outra são os dados inseridos nas mesmas, tais como: designação do município, zona e seção eleitoral; tabela de partidos e candidatos que disputam a eleição em tal seção eleitoral; tabela de eleitores da seção; foto dos candidatos.

4. O Sistema do Processo Eleitoral Eletrônico

Segundo Rezende (2004), simplificadamente, o processo eleitoral pode ser subdividido em cinco etapas subseqüentes:

  1. Cadastramento nos Cartórios Eleitorais;
  2. Identificação do Eleitor nas Seções de Votação;
  3. Votação em Cabina Indevassável;
  4. Apuração dos votos de cada Seção;
  5. Totalização dos Votos de todas as Seções.

4.1 Arquitetura Geral 

Introduzidas em 1996, as urnas eletrônicas brasileiras receberam por função a de ser o dispositivo físico para a execução das etapas 2, 3 e 4. A união das funções de identificação do eleitor e de votação  (etapas 2 e 3) num mesmo equipamento informatizado, sob a premissa constitucional do sigilo do voto, é peculiar das urnas eletrônicas brasileiras. As urnas eletrônicas americanas produzidas pelo mesmo fabricante, Diebold, não possuem a função de identificação, executando elas apenas as etapas 3 e 4.

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