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ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE O RETORNO ESPERADO E AS MEDIDAS DE DESEMPENHO DAS EMPRESAS LISTADAS NA BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO

Por:   •  10/1/2017  •  Artigo  •  5.563 Palavras (23 Páginas)  •  483 Visualizações

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ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE O RETORNO ESPERADO E AS MEDIDAS DE DESEMPENHO DAS EMPRESAS LISTADAS NA BOLSA DE

VALORES DE SÃO PAULO

Tema: Finanças e Governança Corporativa

Resumo

O gerenciamento das empresas de capital aberto demanda, atualmente, um conhecimento abrangente da situação em que elas se encontram, como, também, do mercado financeiro no qual elas atuam. Acompanhar o desenvolvimento desse mercado e analisar suas implicações positivas e negativas pode ser um bom começo para conquistar um maior rendimento. Por esse motivo, utilizar variáveis para mensurar sua relação com o retorno esperado dos ativos é uma premissa básica para quem deseja obter bons resultados dentro desse mercado. Para construção deste estudo, utilizaram-se como norteador o levantamento de Omrani et al. (2011) acerca da possibilidade de utilizar as medidas de desempenho (crescimento das vendas, fluxo de caixa operacional, margem líquida, despesa de capital e lucro sobre valor de mercado), na intenção de descobrir quais variáveis se relacionarão melhor com o retorno esperado dos ativos. Nesta pesquisa, utilizou-se como amostra os ativos negociados na Bovespa, no período de 2010 a 2014, visando analisar a relação entre as medidas de risco e desempenho com o retorno esperado dessas empresas. Os resultados encontrados evidenciam uma influência das medidas de desempenho, com as variáveis fluxo de caixa operacional (ΔFCO), despesa de capital (ΔDC) e crescimento das vendas (ΔVendas), sobre a variável dependente deste estudo, o retorno esperado dos ativos.

 Palavras-chave: Retorno. Medidas de desempenho. Mercado de ações.

  1. Introdução

Diante de um cenário de globalização, as empresas precisam de recursos para financiar suas atividades no curto, médio e longo prazo, e uma das maneiras mais eficazes e que está tornando tendência nos últimos anos é a abertura de capital sendo notável o crescente interesse acerca de assuntos relacionados ao mercado acionário onde, percebe-se que o mesmo vem atuando como um meio de captação de investimento que ajuda no desenvolvimento da economia como um todo. Este sistema financeiro vem tornando-se elemento de pesquisas, especialmente na relação Risco e Retorno existente em seus ativos.

Estudos acerca de riscos inerentes a ativos, como, por exemplo, a teoria do CAPM criada pro Sharpe (1964), alteraram significativamente a visão da Administração Financeira quando incluiu um aperfeiçoamento analítico, que buscava compreender as particularidades do desempenho dos investidores. Nargano, Merlo e Silva (2003) afirmam que, nesse modelo, o retorno esperado de um título em um mercado em equilíbrio está positivamente e (linearmente) relacionado ao seu risco não diversificável, o qual é medido pelo coeficiente Beta.

Outros estudos empíricos, como o de Fama e French (1992) e Bastos et al.(2009),  indicaram que o risco possui características multidimensionais que podem ser explicadas, também, pelas medidas de desempenho, como por exemplo o Índice valor patrimonial da ação/preço e a variável Valor de Mercado da Ação, não podendo o Beta de mercado, oriundo do modelo de Sharpe, criado em 1964, ser capaz de explicar individualmente o retorno médio das ações, como estabeleceu o modelo CAPM. Estes estudos consideram que há medidas de desempenho que podem orientar gestores a atingir resultados que aumentem o valor da empresa e sua riqueza. A partir disso, pesquisas posteriores às de Fama e French (1992) têm encontrado uma relação expressiva entre o retorno esperado dos ativos e as medidas de desempenho (COSTA Jr., NEVES, 2000; XU, 2007; OMRANI et al., 2011; AMORIM et al., 2012).

Diante do exposto, esta pesquisa visa utilizar algumas dessas medidas, para responder ao seguinte questionamento: Qual é a relação entre as medidas de desempenho com o retorno esperado das empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo no período de 2010 a 2014?

Tal estudo justifica-se pelo fato de contribuir para uma melhor compreensão da relação risco e retorno entre os ativos, além de poder verificar como as empresas brasileiras comportam-se diante dessa relação, o que favorece ainda mais a busca por aquisição de dados para a disseminação desse assunto.

  1. Objetivos

 

  2.1 Geral        

Analisar a relação entre retorno esperado e as medidas de desempenho das empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), no período de 2010 a 2014.

   2.2 Específicos

  • Identificar as medidas de desempenho significativas, de acordo com a literatura;
  • Calcular as medidas de desempenho das empresas inseridas na BOVESPA; e
  • Relacionar as medidas de desempenho dessas empresas com o seu retorno esperado.

  1. Fundamentação Teórica

Todas as operações que acontecem dentro do mercado de capitais possuem como evidência a incidência do risco que pode existir em cada uma delas. Acompanhando essa realidade, quando se trata da relação risco e retorno, depara-se com estudos já realizados, nos quais se baseiam os resultados dessa relação. Uma dessas teorias bastante conhecida por pesquisadores da área é a teoria do mercado eficiente. Em sua totalidade, o mercado eficiente trata do valor de um ativo que foi refletido no acordo entre os participantes do mercado sobre o que se espera do seu desempenho (VAN HORNE, 1971 apud ASSAF NETO, 2008).

Quando se afirma que o mercado é eficiente, quer-se dizer que quando as empresas venderem suas ações, elas receberão o valor exato que suas ações realmente valem, e os investidores, por sua vez, receberão somente aquilo que pagaram para obtê-las, tornando a diferença entre o valor de mercado do ativo e o seu custo nula. O que torna, portanto, esse mercado eficiente é a competição que se gera entre os investidores (ROSS et al., 1995).

Assaf Neto (2008) destacou algumas hipóteses importantes nessa teoria, como:

  1. Os preços das negociações não poderiam ser influenciados por qualquer participante delas;
  2. O investidor possui um perfil racional, ou seja, procurará diminuir o risco, dado o retorno que desejam obter, ou buscará aumentar o retorno relacionado ao nível de risco desejado;
  3. Não existirão investidores com acesso privilegiado a informações, uma vez que elas serão disponibilizadas instantaneamente e de forma gratuita para todos que participam;
  4. São disponibilizadas aos investidores diversas fontes de crédito, dando, assim, inexistência ao racionamento de capital;
  5. Não há restrições às negociações dos ativos dentro desse mercado;
  6. As expectativas dos investidores quanto ao desempenho do mercado em tempos futuros se mostrarão homogêneas.

Quando se realizam testes empíricos relacionados à prática, busca-se usar essas hipóteses para facilitar a avaliação dos investimentos e seus riscos. No entanto, Fama (1970 apud FAMA e FRENCH, 1992) determina que há três condições consideradas suficientes para afirmar que o mercado é eficiente, são elas: (a) não deve haver custos em uma negociação; (b) as informações devem ser distribuídas de forma gratuita e eficiente para todos que participam do mercado; e, por último, (c) há uma concordância entre todos os participantes com respeito à absorção das informações feitas pelos preços dos ativos, suas distribuições e seus preços futuros.

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