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Intervenção Social e Desenvolvimento Humano em Karl Popper

Por:   •  6/6/2016  •  Resenha  •  1.478 Palavras (6 Páginas)  •  435 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

CURSO: ADMINISTRAÇÃO

DISCIPLINA: TÉCNICAS DE PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO

DOCENTE: HÉLIO PONCE CUNHA

DISCENTE: MÁRCIA MOREIRA DE JESUS – marciaarieromj@gmail.com

Resenha 02 – Sobre o capítulo 14 “Intervenção Social e Desenvolvimento Humano em Karl Popper” de autoria de Solange Regina Marin.

Feira de Santana, Bahia - 2016.

O artigo apresenta a importância do desenvolvimento humano e intervenção social, mostra a epistemologia fundada no debate crítico de como considerar teorias e planos sócias simples como tentativas de soluções aos problemas mais relevantes das ciências e das sociedades. Aborda como peça fundamental nesse processo, a definição da intervenção social, podendo ocasionar mudanças na vida das pessoas, mas ao longo do percurso essa intervenção pode apresentar efeitos de forma participativa e crítica ao mesmo tempo.

A definição da intervenção social tem suma importância para o desenvolvimento humano, para isso devem-se observar os fatores sociais que estão relacionados na ordem econômica e social assim como a influência das instituições e tradições entre outros.

O artigo encontra-se organizado em partes, no entanto, o objeto deste trabalho se direciona para procurar responder: A possibilidades da intervenção social? É possível pressupor que o texto discute como a intervenção social é importante para que o Estado se envolva na vida social, atuando como gerenciador capaz de influenciar o indivíduo de forma que o possibilite nas reformas institucionais, na difusão do racionalismo crítico e na tecnologia social gradual envolvido nesse processo de busca do conhecimento restrito.

 O autor articula antes em como distinguir os fins últimos e os fins intermediários. O mesmo faz uma distinção muito importante: permite suspeitar dos planejadores políticos holistas que estabelecem um fim político último- o Estado Ideal- antes de tomar qualquer ação prática. Segundo ele (POPPER, 1957, p.157) somente depois que a pessoa, na posição de planejador, possuir um planejamento para a sociedade, ela começa “to consider the Best ways and means for tis realization,and to draw up a plan for practical action”..

Todavia, a tentativa utópica de construir um estado ideal por meio de um plano para toda a sociedade pode conduzir à ditadura (POPPER, 1957, p.159-60). Mesmo seguindo esse plano utópico pode vim a ser enganoso, pois com o tempo pode ser mudado devido a várias circunstâncias de como seria planejado desde o inicio. E, ainda, é complicado admitir que qualquer intervenção social produzirá todos os resultados esperados. (POPPER, 1957, p16).

 Popper não assume que um ideal nunca poderia se realizado, somente não acredita na reconstrução de uma sociedade de acordo com uma única mente humana. Ele argumenta, também, que qualquer proposta apresentada pela sociedade poderia criar tirania e gerar a privação de liberdade individual e de pensamento desconsiderando os aspectos da vida das pessoas, de suas instituições e tradições.

Segundo Popper, toda pessoa teria o direito de modelar sua vida, desde que isso não interferisse na vida das outras pessoas, ou seja, a pessoa poderá se o que quiser contanto que não viesse prejudicar a sociedade.

Para Popper existem três elementos que caracterizam para o desenvolvimento de uma teoria institucional do progresso: cultura, tradição e instituições sociais. Porém, esse desenvolvimento requer (i) o descobrimento de quais são aas condições necessárias para o progresso tentando imaginar ao mesmo tempo aquelas condições nas quais ele poderia não ser atingido, e (ii) a substituição da propensão ao psicologismo por uma análise institucional (POPPER, 1945,p86-7). Vale salientar, que para Popper é uma maneira de alcançar, através da intersubjetividade, a objetividade da ciência, e o progresso “depends on political factors,on politicalinstitucions that safeguard the freedon of thought:on democracy” (POPPER, 1945,p.87)

A luta de Popper contra a forma totalitária e dogmática de se arquitetar uma intervenção social- o planejamento total para a sociedade é baseado num conhecimento único e certo. Ou seja, ele enfatiza a inconformidade de um plano desse tipo não apenas nos termos práticos, mas também em termos epistemológico.

Popper elabora um método para a intervenção social- a tecnologia social gradual- a qual estabelece uma relação entre planejamento holista, com um ponto de partida certo e único e o método cientifico embasado no conhecimento e na possibilidade de um debate crítico-social.

Nesta direção, o autor recomenda a tecnologia gradual tendo como base um argumento epistemológico, e um argumento prático, visando uma forma de intervenção social com possibilidade de correção de rota ao longo do tempo, respeitando o método cientifico- o debate critico.

Os holistas sugerem uma tecnologia social que (i) negligencia a importância de experimentos passo a passo para a prática social e (ii) contribui pouco para o método experimental, não permitindo adquirir conhecimento através de comparação entre resultados atingidos e previstos. Ou seja, buscam-se as consequências inesperadas de qualquer ação prática desenvolvida. O objetivo é descobrir se alguma ação política ou econômica atine ou na os resultados desejados ou previstos.

Para Popper um determinado experimento pode seguir a sua proposta de método cientifico – o método critico- desde que seja conduzido de uma maneira que não centralize o conhecimento em uma única mente, ou seja, possa ser de forma descentralizada e coletiva, A atitude holística de centralizar o conhecimento suprime as diferenças entre os indivíduos, manipula as mentes e evita descobrir o que as diferentes pessoas realmente pensam, destruindo a possibilidade de pensamento crítico e do aprendizado com os erros.

Para (POPPER, 1944, p122-3), a principal tarefa dos engenheiros sociais graduais é delinear as instituições sociais. Esses engenheiros consideram as instituições de um ponto de vista funcional, quer dizer, as instituições tem que conseguir determinados fins, as quais serão avaliadas de acordo com vários critérios dentre eles a adequação, eficiência e simplicidade com o objetivo de alcançá-los.

As questões políticas do dia a dia podem demandar uma solução pessoal, enquanto que as questões políticas de longo prazo requerem instituições impessoais. Popper trata, então, de questões éticas quando defende a possibilidade de reformas sociais através da tecnologia social gradual. Sendo assim, ele elabora a tecnologia social gradual como uma forma de intervenção social para combater os problemas mais urgentes da sociedade tais como a pobreza e o desemprego.

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