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Desenvolvimento ABC do Desenvolvimento Urbano

Por:   •  14/12/2018  •  Resenha  •  1.876 Palavras (8 Páginas)  •  369 Visualizações

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CAPÍTULO 4:

O quarto capitulo do livro ABC do Desenvolvimento Urbano, Marcelo Lopes de Souza analisa a cidade, a qual é uma entidade sócio-espacial complexa, por suas configurações internas e o modo de produzir espaço, e não pelas suas interações e influências sobre uma região como ele havia feito nos capítulos anteriores.

As cidades apresentam diferentes tipos de espaço. Há áreas onde predomina o uso residencial, onde não se encontra nada muito além do que um comércio de bairro, já em alguns espaços concentram-se o comércio e os serviços, que se apresentam como localidades centrais intra-urbanas.

Essa localidade, na maior parte das cidades tem na sua parte mais histórica, o seu “centro”, que é onde a cidade foi fundada e posteriormente se expandiu até o tamanho de uma moderna área de negócio, chamada de CBD (central business district).

        Entretanto, com o crescimento das cidades o CBD não consegue suprir as demandas de bens de consumo. Dessa forma, os centros de bairro aparecem e em muitas circunstâncias, começam a exercer uma influência maior do que o CDB. Esse fato ocorre por que o comércio mais refinado e caro quer estar próximo do público que tem maior poder aquisitivo, que não se encontra mais no centro.

Além disso, devido ao clima de insegurança que existe nas grandes cidades, foi criado outra forma de descentralização das atividades, que é o shopping center, o qual vem crescendo de forma vertiginosa e ocupando o lugar dos subcentros tradicionais. Os shoppings, que passavam uma ideia de “exclusividade” começaram a se adaptar as condições do espaço em que estão inseridos e com isso, surgiu a figura do “shopping popular”.

O autor também discute os espaços residenciais, os quais se diferenciam pelo ângulo socioeconômico. A renda normalmente é um fator predominante, contudo, o fator étnico está entrelaçado, visto que ainda a maioria dos moradores de favela é afrodescendente ou tem alguma descendência. Tal fato só demonstra que apesar da “liberdade”, ainda não há uma real inclusão, com falta de educação, moradia digna e qualificação profissional.

A diferenciação das áreas residenciais também tem relação com a classe social do indivíduo, que é ligada a posição que ele ocupada nas etapas de produção. As grandes classes, são os empresários ou capitalistas, os trabalhadores assalariados e os profissionais liberais independentes, contudo, há frações de classes, que são as subdivisões. Ademais, o pertencimento a um grupo étnico, cultural-linguístico ou religioso também são importantes na definição dos espaços.

        Levando em conta essas diferenciações entre as áreas da cidade, foram criados modelos de organização interna da cidade. O objetivo deles é simplificar para ou o pesquisador entender melhor seus estudos ou para facilitar a explicação de forma didática.

        O primeiro e mais famoso modelo é o de E. Burguess, no qual a cidade aparece como um conjunto de círculos concêntricos, com o centro como um distrito central de negócios, depois dele área de transição (área de obsolescência, com guetos, boemia e etc), em seguida a área residencial da classe trabalhadora e por fim, a área residencial das camadas privilegiadas. Em primeiro plano, esse modelo não colocava uma estrutura social mais ou menos justa, mas os indivíduos competindo entre si, podendo ser comparada à teoria da seleção natural de Darwin.

        Contudo, tal modelo não dava conta da realidade espacial das cidades. Com o passar do tempo foram criados outros modelos, porém sempre foi insuficiente pois as cidades eram mais heterogêneas do que os autores queriam mostrar.

No começo da década de 90, o autor teve a oportunidade de modelar a organização interna do Rio de Janeiro, o autor classifica as ocupações em quatro tipos de organizações sociais: o núcleo, que é a parte de ocupação mais densa, onde não há grande carência de infra-estrutura técnica; a periferia, que apresenta predominância de loteamentos irregulares e espaços ociosos; o espaço de atração da auto-segregação, que tem vários condomínios exclusivos; e a franja rural-urbana, espaços predominantemente rurais que estão sendo tomados pela lógica urbana de uso da terra.

O esquema relativo à segunda metade do século XIX, corresponde a um rio de janeiro com CBD ainda em formação e em cujo entorno existiam inúmeros cortiços e casas-de-cômodo. Já em meados dos anos 20,a maior parte dos cortiços havia sido erradicada da área central e as favelas se multiplicavam. Em meados dos anos 40, há uma clara distinção da periferia, onde proliferam os loteamentos irregulares, em contraposição ao núcleo, onde as favelas se multiplicam. No começo dos anos 70, há o ápice da remoção das favelas, com as populações sendo transferidas para os conjuntos habitacionais. Por fim, no começo do século XXI, há a formação do espaço de atração da auto-segregação como uma extensão da Zona Sul, abrigando um subcentro de comércio e serviços.

CAPÍTULO 5

        O quinto capitulo fala sobre a violência e os problemas urbanos. A violência tem se manifestado tanto na cidade como no campo, das mais variadas formas. Dessa forma, há alguns exemplos de violência conectados diretamente as cidade: violência no trânsito, os quebra-quebras de protestos, os conflitos entre quadrilhas rivais de traficantes, os choques de gangues de ruas ou bairros diferentes. Há dois problemas que são os principais associados às cidades: a pobreza e a segregação residencial.

        A pobreza, apesar de não ser algo exclusivo das cidades, apresenta nela características peculiares de expressão espacial (favelas, periferias pobres, áreas de obsolescência) e de estratégias de sobrevivência, legais e ilegais, como o tráfico de drogas de varejo. Já a segregação residencial é um problema somente das cidades, que agrava os preconceitos já que dificulta  a interação entre os diferentes grupos sociais. A segregação  é resultado de inúmeros fatores, que vão desde a pobreza (e o racismo) até o papel do Estado na criação de disparidades espaciais em matéria de infra-estrutura e no favorecimento dos moradores de elite. Para superá-la é necessário primeiro a superação desses problemas. A segregação deriva de desigualdades e, ao mesmo tempo, retroalimento desigualdades, pois condiciona a perpetuação de preconceitos e a existência de intolerância e conflitos.

A flexibilidade de deslocamento proporcionada pelo transporte sobre rodas não deve cegar quanto ao alto custo econômico e ecológico. Assim, a quantidade de automóveis cresce sem que o desenvolvimento dos eixos urbanos acompanhe proporcionalmente, gerando engarrafamentos que prejudicam todas as classes sociais. Para solucionar os problemas é necessário que haja uma combinação entre os vários meios.

As pessoas reagem de maneiras diferentes aos problemas urbanos, conforme a classe social e as circunstanciais que se encontram: migrando para outra parte da cidade ou mesmo outra cidade e até outra região, enclausurando-se em “condomínios exclusivos” organizando-se para reivindicar, saqueando supermercados, quebrando trens e incendiando ônibus em sinal de protesto.

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