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Henri Lefebvre: Urbanismo

Por:   •  29/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.001 Palavras (5 Páginas)  •  709 Visualizações

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Henri Lefebvre foi um sociólogo marxista e filósofo francês do século XX. Autor do livro “A Revolução Urbana”, defende, nesta obra, a conjuntura da sociedade atual como uma “sociedade urbana” resultante de uma urbanização completa. No pensamento de Lefebvre, essa urbanização só seria alcançada no momento em que a industrialização superasse a produção agrícola, que até então, dominava as cidades medievais. Dessa forma, a vida agrária deveria sucumbir ao tecido urbano, termo utilizado por Lefebvre para designar o “conjunto das manifestações do predomínio da cidade sobre o campo”. O autor destaca também a diferença entre cidade e urbano, considerando urbano como um processo virtual em construção.

Lefebvre descreve o urbanismo utilizando uma linha temporal, traçando um percurso que vai desde a cidade política, passando pela cidade comercial e chegando a cidade industrial.

A cidade política é caracterizada pela ordem e hierarquia, núcleo de acumulação não só de riquezas como também de conhecimento. Deveria servir como um centro administrativo e deixar restritas as atividades comerciais. A cidade comercial é determinada por uma centralidade dos pontos de comércio. Essa centralidade não era considerada somente espacial como também de influência, visto que o comércio era a base organizacional da cidade. Lefebvre deixa também em evidência a existência mútua de ambos modelos de cidades, considerando que o surgimento da cidade comercial não significava a extinção da cidade política e sim que esta passou a ser subordinada a primeira. Já a cidade industrial é identificada pela ruptura da predominância do campo em relação às cidades. Neste contexto, o campo passa a ser apenas um lugar em torno da cidade dependendo e abastecendo a mesma.

. A cidade industrial precede a chamada zona crítica, objeto de estudo do autor nessa obra. A zona crítica é o momento de implosão-explosão da cidade, que se antes era caracterizada pela concentração e adensamento de pessoas, atividades, riquezas e pensamentos, passou a fragmentar essa centralidade, expandindo o tecido urbano chegando assim à urbanização completa das cidades.

A industrialização trouxe um grande crescimento populacional e consequentemente uma abundante oferta de mão de obra as cidades ainda sem estrutura para acolher esse contingente de pessoas, o que fez com que as condições de trabalho e qualidade vida dos operários degenerassem de modo que isso foi transmitido à cidade deixando-a em um estado crítico. A partir disso, pensadores começaram a questionar a relação entre o espaço e a condição de vida da população surgindo assim o urbanismo enquanto campo do conhecimento.

François Choay, historiadora das teorias e formas urbanas e arquitetônicas e professora de urbanismo, arte e arquitetura na Université de Paris VIII, em sua obra intitulada O Urbanismo descreve esse fenômeno como uma consequência da sociedade industrial. Essa sociedade tenta, por sua vez, resolver os problemas das cidades industriais causados pelo repentino crescimento e desenvolvimento sem nenhuma estrutura, mas fracassa em seus esforços em manter um planejamento urbano.

O pré-urbanismo está inserido num contexto de incertezas sobre o trajeto de urbanização das cidades da época, de grande crescimento populacional e adensamento das cidades frente ao intenso processo de industrialização. Com isso inúmeros problemas começam a surgir transformando as velhas ordenações das cidades europeias que passam a exigir novas estruturas como vias mais largas, estações, especialização dos setores urbanos, grandes lojas, hotéis, prédios...

 As indústrias se instalam na periferia das cidades deslocando a classe operária para os subúrbios que passam a representar uma porcentagem significativa da população. Essa grande concentração de pessoas em um espaço cujo tamanho não cobre essa demanda deixa a cidade desestruturada acarretando em uma falta de saneamento a população, falta de ventilação, disseminação de doenças, diversos becos e ruelas que dificultam o transporte da indústria, entre outros.

Diante desses problemas diversos teóricos começaram a levantar críticas e a conflitar sobre as diferentes soluções para o caos em que viviam as cidades. É então, que esses pensadores, segundo Choay, se dividem entre o grupo dos progressistas e o grupo dos culturalistas, mostrando o modelo de cidade ideal de acordo com cada linha de pensamento.

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