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Pátria, Empresa e Mercadoria, Vainer (2000)

Por:   •  16/3/2021  •  Resenha  •  881 Palavras (4 Páginas)  •  752 Visualizações

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“Pátria, empresa e mercadoria”, Vainer (2000):

O autor disserta sobre o planejamento estratégico. Segundo ele, este modelo, inspirado nas matrizes do planejamento empresarial, começou a ser aplicado no planejamento das cidades. Para reforçar seu ponto de vista, utiliza de grandes referências como: Bouinot, Bermils, Castells e Borja. "As cidades vêm sendo desafiadas por mutações idênticas às vividas pelas empresas" (BOUINOT e BERMILS, 1995, p.76).

Para ele, antigos tópicos, a exemplo do crescimento desordenado, começaram a ficar em segundo plano perante a nova problemática urbana: a competitividade. Esta competitividade se consolidou devido a globalização, pois a partir deste momento as nações passaram a competir em tecnologia, competência gerencial, investimento de capital, etc.

Para que este planejamento estratégico fosse aplicado na América Latina em geral, optaram por se espelhar nos ensinamentos dos catalães. Muitas cidades, inclusive, contrataram eles para realizar consultorias.

Em seguida, o autor expõe três analogias que constituem o discurso: a cidade como mercadoria, como empresa e como pátria. Estas três analogias para Vainer (2000) levam ao mesmo destino que “implica a direta e imediata apropriação da cidade por interesses empresariais globalizados e depende, em grande medida, do banimento da política e da eliminação do conflito e das condições de exercício da cidadania” (VAINER, 2000, p. 78).

Desta forma, para o autor “a cidade é uma mercadoria a ser vendida, num mercado extremamente competitivo, em que outras cidades também estão à venda” (VAINER, 2000, p. 78). Este fator evidencia a existência do chamado “marketing urbano” que começou a ser uma das principais colocações no processo de gestão e planejamento das cidades. Para definir quais os atributos das cidades devem ser vendidos, existem diferentes pontos de vista, um deles é: os atributos devem se adequar ao tipo de consumidor, e outro é: os atributos devem se adequar ao que o capital transnacional valoriza (como: parques industriais e tecnológicos, comércio, segurança, etc). Ainda sobre isto, Vainer (2000) afirma que a abertura para o mercado externo é seletiva, busca os chamados “usuários solventes”. “O direito à cidade, neste caso, passa a ser diretamente proporcional ao índice de solvência dos estrangeiros e visitantes” (VAINER, 2000, p. 80).

É ressaltado, ainda, que a cidade não se configura apenas como uma simples mercadoria, e sim como uma mercadoria de luxo. “Em síntese, pode-se afirmar que, transformada em coisa a ser vendida e comprada, tal como a constrói o discurso do planejamento estratégico, a cidade não é apenas uma mercadoria, mas também, e sobretudo, uma mercadoria de luxo, destinada a um grupo de elite de potenciais compradores: capital internacional, visitantes e usuários solváveis” (VAINER, 2000, p. 83). Neste momento, é feita outra analogia: além de existir a cidade-coisa, existe a cidade-sujeito. Isso significa que a cidade-mercadoria também é a cidade-empresa, que constitui a mesma possibilidade de transposição do planejamento estratégico das corporações que integram o espaço urbano.

Levando tudo isso em consideração, os catalães diziam que as grandes cidades se tornaram as multinacionais do século XXI, e o urbanismo modernista passou a visar a cidade como um protótipo de empresa privada, tendo como principal base a fábrica taylorista.

Em paralelo a isso, houve muitas inovações trazidas pelo planejamento estratégico. Desta forma,

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