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Resenha Hermes Tavares

Por:   •  13/7/2018  •  Resenha  •  1.570 Palavras (7 Páginas)  •  203 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - UFPA

FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO - FAU

Disciplina: Teoria de Análise Regional e Urbana I – TARU I

Professora: Ana Cláudia Cardoso

Ficha para resenha dos textos

Aluno: Anderson da Silva Tavares                                                                                     Turma: Matutino

Sessão: 03                                                                                                                             Data de entrega: 03/06/18  

Referência Bibliográfica

TAVARES, Hermes Magalhães. Políticas de desenvolvimento regional nos países do “centro” e no Brasil. In: Cadernos IPPUR/UFRJ. Ano XV, n. 2 (ago/dez 2001;jan./abr. 2002). Rio de Janeiro: IPPUR/UFRJ, 1987, pp 229-248..

Formação do autor

Doutorou-se em Economia pela Universidade Estadual de Campinas (1989); realizou a "maitrise" em Desenvolvimento Econômico e Social da América Latina pela Université de Paris III (1967) e Graduação em Administração Pública pela Escola Brasileira de Administração Pública (1962). É Professor Associado da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Planejamento Urbano e Regional, com ênfase em Teoria do Planejamento Urbano e Regional, atuando principalmente nos seguintes temas: desenvolvimento regional, planejamento regional, planejamento territorial, novos espaços urbano-industriais e desenvolvimento local. Atualmente, exerce atividades de Ensino e Pesquisa na UFRJ (IPPUR) como Professor Colaborador Voluntário. Nessa condição, participa também de um PROCAD na Universidade Federal de Campina Grande com o apoio do IPPUR; é Coordenador de Projeto de Intercâmbio Acadêmico UFRJ/IPPUR e Universidade Nacional de Rio Cuarto, na Argentina, em apoio a Maestria (Mestrado) em Desenvolvimento e Gestão Regional da Faculdade de Economia - 2012 a 2015.

Contexto histórico

O senador Jader Barbalho passou maus lençóis foi acusado de desviar dinheiro dos cofres da SUDAM. A Transbrasil fica sem dinheiro para a compra de combustível e encerra suas atividades tendo todos os seus voos suspensos. A companhia era uma das 3 maiores do país. A Plataforma P36 da Petrobras sofre três explosões matando 11 trabalhadores. Foi a maior tragédia da exploração de petróleo do país. O boato da doença da vaca louca faz com que a carne brasileira seja proibida de ser exportada pelos Estados Unidos e Canadá.

Desenvolvimento: Onde deve constar as principais ideias tratadas no texto

O texto evidências práticas de desenvolvimentos desiguais proporcionados pelos meios de produção capitalista. Ele se reproduz de forma intensiva em espaços limitados, protagonizados pelas indústrias e seu avanço tecnológico rápido, e de forma extensiva nos espaços de sua dominação, protagonizados pela agricultura e sua maior lentidão, comparada a indústria, do desenvolvimento tecnológico. Exemplificando assim a diferença do ritmo de cada um desses dois setores.

O texto é uma reflexão sobre as estratégias de desenvolvimento regional adotada no Brasil a partir da teoria dos polos de desenvolvimento que consiste na ideia de que uma indústria motriz, definida pelas suas elevadas taxas de crescimento e dinamismo exerce efeito de impulsão sobre certo número de indústrias ou empresas sob sua influência garantindo assim o surgimento de inovações. Podem ser admitidos também, como núcleos, aglomerações urbanas que geram necessidades coletivas que promoveram empreendedorismo, trabalho qualificado.

A partir 1963-64, a política regional francesa adotou como princípio a teoria da polarização. Com uma estratégia de restrição de instalação de novas indústrias em Paris e estimulava a implantação delas fora da metrópole. Foram escolhidas oito aglomerações urbanas para se fazer grandes investimentos em infraestrutura pondo assim em prática essa estratégia.

No Brasil se encontra um quadro de desenvolvimento desigual, que se tornava mais flagrante a medida do avanço da industrialização. Esse quadro se manifesta no atraso econômico das regiões periféricas, particularmente o Nordeste e a Amazônia, que foi acompanhado por um amplo debate e uma produção de conhecimento considerável.

As conjunturas sociais, as literaturas produzidas nesse período e as políticas da época levaram o governo federal a criar a dois órgãos que visavam um melhor planejamento da Amazônia com a criação da SPVA (Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia) e a criação da SUDENE (Superintendência do Desenvolvimento Econômico do Nordeste). O autor dá um enfoque maior na SUDENE e sito que em sua concepção original a industrialização seria a espinha dorsal do projeto, porem, abarcava um numero considerável de atividades e setores. Após o golpe de 1964, os militares dão prioridade a políticas de incentivos fiscais e financeiros e aos investimentos pré-industriais. Tais características foram adotadas na SUDENE e na SUDAM (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia), órgão este que substitui a antiga SPVEA.

A possibilidade de aplicar a teoria dos polos no Brasil começou a ser discutido no IPEA, órgão do Ministério do Planejamento, conjuntamente com o IBGE em 1965/66. O objetivo era estudar a organização espacial brasileira visando a regionalização e ao desenvolvimento regional. Os resultados desse trabalho foram o I PND (Plano Nacional de Desenvolvimento), que define medidas para expandir o mercado interno e descentralizar a produção, e o II PND, que expressa a intenção de avançar o processo de industrialização, substituindo importações, consagra em definitivo a estratégia de polos de desenvolvimento.

Nos países de centro com a crise econômica mundial, a política dos polos industriais sofreu enorme abalo, a crise repercutiu intensamente em áreas inteiras de países Europeus e nos Estados Unidos, onde predominavam indústrias pesadas como siderurgia, a mecânica e o automobilismo. Nesse contexto, houve uma grande pressão para a descentralização do poder em países de regime unitário centralizado, começou então a surgir outra concepção de desenvolvimento, em que se admitia que seus condicionantes partissem das bases locais.

Os aspectos políticos quando falamos de união europeia, observou- se no final dos anos 1960, diferentes formas de manifestações contrarias ao poder do Estado-nação. Em 1982 é aprovada na França a Lei Deferre, que transforma as regiões em coletividades territoriais da mesma natureza que as comunas e os departamentos, a elas são conferidas responsabilidades quanto ao desenvolvimento econômico regional. Na Espanha com a instituição da Constituição de 1979, regiões poderiam solicitar sua autonomia. Outra política que tem destaque é a política de apoio as regiões praticadas pela União Europeia.

Nos aspectos econômicos e tecnológicos o autor cita as grandes transformações na economia das comunicações e na informática permitiram ao capital a liberdade de tempo e espaço.

Tavares cita o autor Aydalot, que para ele o desenvolvimento endógeno, opondo-se às formas de organização clássicas, “encarna a ideia de uma economia flexível, capaz de se adaptar às mudanças, e constitui uma alternativa à economia de grandes cidades”. Essas cidades garantiram uma relativa liberdade do Estado e orçamentaria, estabeleceram políticas próprias, para atrair novos empreendimentos. O resultado foi uma multiplicação de polos tecnológicos no lugar das indústrias pesadas e poluentes.

O autor finaliza o texto trazendo as características do desenvolvimento regional do Brasil nesse período. Segundo Tavares a industrialização brasileira também contou com o apoio fundamental do Estado e que isso explicaria por que o planejamento desempenhou no país um papel impar comparativamente ao resto do Terceiro Mundo. A partir dos anos de 1980 se observa um declínio da experiência brasileira no planejamento regional.

A primeira característica citada pelo autor é o desmonte do Estado Keynesiano que ocorreu de forma lenta nos anos de 1980 e de forma mais acelerada a partir da década de 1990, influenciados por uma grande pressão externa juntamente com os interesses do capital internos, e suas ações para encontrar formas de acumulação. A segunda característica citada é o conjunto de medidas descentralizadoras promovidas pela constituição de 1988. E a ultima característica citada diz respeito ao governo do Fernando Henrique Cardoso e a sua tentativa de retorno ao tratamento regional que consistia na consolidação de eixos de desenvolvimento, com base na ideia que eles “provocariam impactos mais positivos sobre o restante do sistema econômico nacional e regional do que uma atuação dispersa ou generalizada” (República Federativa do Brasil, 1996).

Sugestões conclusões

 O texto é muito interessante para o entendimento da dinâmica econômica de diferentes modelos de planos de desenvolvimentos. O autor faz a divisão em dois modelos de desenvolvimento regional, o de indústria pesada que foi aplicado no pós guerra aos meados dos anos 1970, que se caracteriza por uma centralização de poder e crescimento econômico nas metrópoles e uma regulação estatal, e a indústria da ciência e tecnologia, que se caracteriza pela liberdade de amarras de tempo e espaço e tem uma certa liberdade estatal.

Tavares evidencia também a existência de economias dependentes, que se caracteriza pelo atraso tecnológico, ocasionados por essas políticas de desenvolvimento, que mesmo tendo preocupações de conter a centralização de atividades econômicas, os países periféricos ou regiões periféricas estão fadados à dependência de países de centro e regiões de centro.

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