AS ZOONOSES E MEDIDAS PÚBLICAS

4 - ZOONOSES

A proteção ambiental e sua necessidade de tutela jurídica encontra-se elucidada na Constituição Federal de 1988 para que nas gerações posteriores o homem desfrute de um meio-ambiente sadio e equilibrado.

A luz do art. 225, §1º, inciso VII, é do Estado a titularidade para a proteção da  fauna,  bem  como  a  vedação  de  práticas  que  submetam  os animais a qualquer  tipo  de  crueldade.  Às políticas públicas incumbe o de tratamento a doenças, bem como prevenção a zoonoses no Brasil.

As zoonoses são doenças naturalmente transmissíveis entre os animais e o homem, essas afecções podem alastrar por meio de micro-organismos diversos, como bactérias, fungos, vírus, helmintos e rickettsias,  (zoo = animal + noso = nosso)

Desde 1970 foram criados os primeiros Centros de Controle de Zoonoses, nesta época com ações voltadas para o recolhimento, a vacinação e a eutanásia de cães contaminados pela raiva. Com o passar dos anos ampliou-se a outros programas de saúde pública como entomologia, controle de roedores, de animais peçonhentos e de vetores. Logo mais em 1990, o Ministério da Saúde sistematizou a aplicação dos recursos para apoiar os municípios com a implantação de unidades de zoonoses integradas ao Sistema Único de Saúde, cuja denominação de Unidades de Vigilancia de Zoonoses.

4.1 - SUBDIVISÃO DAS ZOONOSES

As zoonoses se subdividem-se em três grupos, são eles:

Zoonoses monitoradas por programas nacionais de vigilância e controle do Ministério da Saúde - peste, leptospirose, febre maculosa brasileira, hantavirose, doença de Chagas, febre amarela, febre de chikungunya e febre do Nilo Ocidental. Outras doenças de transmissão vetorial que acometem somente a espécie humana, como dengue e malária.

 Zoonoses de relevância regional ou local - apresentam incidência e prevalência numa determinada área do território brasileiro, mas de magnitude, transcendência, severidade, gravidade, vulnerabilidade e potencial de disseminação também somente em nível regional ou local, são: toxoplasmose, esporotricose, ancilostomíase, toxocaríase (larva migrans cutânea e visceral), histoplasmose, criptococose, complexo equinococose – hidatidose, entre outras.

 Zoonoses emergentes ou reemergentes  - doenças novas (exóticas) promovem impacto sobre o ser humano devido à sua gravidade e à potencialidade de deixar sequelas e morte. Tais doenças podem ser incidentes ou prevalentes em outros países, e de alguma forma, envolvem uma ou mais espécies de animais no seu ciclo de transmissão, sendo introduzidas no Brasil por meio da entrada de pessoa(s), animal(is) ou de fômite(s) infectados.

4.2 – ZOONOSES MAIS COMUNS EM CÃES E GATOS

Podemos citar as zoonoses mais comuns em cães e gatos: raiva, brucelose, gastroenterites bacterianas, leptospirose, escabiose, leishmaniose, bicho geográfico, febre da arranhadura do gato, toxoplasmose, bicho geográfico, etc.

No Brasil, particularmente nas regiões mais pobres, o clima e as condições sanitárias em que vivem homens e animais de estimação favorecem a transmissão de zoonoses.

4.3 - ZOONOSES MAIS COMUNS DO HOMEM

São muitas as doenças que os animais podem transmitir ao Homem através do contato, lambida, arranhão, mordida ou outras formas, são elas as mais comuns:

Fungos (contato com pele contaminada), Sarnas (somente a escabiose é contagiosa, através do contato com o homem), Raiva (animais silvestres também transmitem, através da mordida ou da lambida na pele lesionada), Giardia ( é um protozoário que quando entra no sistema digestório , ingestão de cistos que podem estar na água, alimentos, ou objetos contaminados), Toxoplasmose (mais comum de ocorrer em pessoas quando ingerimos alimentos contaminados e crus, os felinos podem transmitir a doença) Salmonelose (mais comum através de alimentos contaminados, caso um cão ou gato esteja contaminado ele irá transmitir a doença pelas fezes), Bicho geográfico (cães e gatos contaminados com o verme Ancylostoma ao defecarem na praia, ou em tanques de areia, deixarão junto das fezes os ovos do parasita, que se transformarão em larvas. Essas larvas entrarão na pele de nós seres humanos, e ficará andando debaixo, formando lesões que lembram um “mapa”, por isso o nome popular de bicho geográfico), Dipilidiose ( é um verme intestinal que pode acometer seres humanos quando acidentalmente ocorre a ingestão da pulga ou do piolho),  Leishmaniose (o mosquito carrega o protozoário). Por isso muitas cidades adotaram o sacrifício de animais que apresentassem a doença) Leptospirose (além dos ratos, cães e gatos se contaminados, poderão também transmitir a doença, a transmissão ocorre através da urina do animal contaminado em contato com a pele lesionada ou ingestão acidental dessa urina).

...