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O Filósofo John Locke (1632- 1704) é também conhecido como fundador do sistema empirista

Por:   •  29/11/2017  •  Artigo  •  2.491 Palavras (10 Páginas)  •  300 Visualizações

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JOHN LOCKE

O filósofo John Locke (1632- 1704) é também conhecido como fundador do sistema empirista. É um dos que lutam contra a teoria de que as ideias são inatas, para ele a alma é uma folha em branco que só será preenchida com a experiência, ou seja, é o criador da teoria da tábula rasa (HESSEN, 2000).

No tocante, ao contexto histórico cita-se uma Europa marcada pelos últimos acertos da transição entre o feudalismo e o capitalismo, ou seja, vivia-se em um período de ascensão da classe burguesa e de seus interesses voltados para uma maior liberdade. Além disso, há uma continuidade do crescimento do pensamento filosófico marcado pelo Racionalismo.

A riqueza do pensamento científico e filosófico do século XVII será o fermento das mudanças sócio-político-culturais em diversos países europeus e mesmo nos Estados Unidos. O século XVIII representará o termo da especulação, do pensamento metafísico ao século anterior. Na verdade, a Filosofia, no século XVIII, ficará num segundo plano, perderá o seu espaço próprio e se banalizará. É que o “século das luzes” terá por vocação a difusão da profunda atividade filosófica do século XVII, das ideias gestadas naquele período e que agora, ao se popularizarem, ao atuarem nas massas, perdem o viço original e deixam-se trivializar, como só acontecer. (CALLONI, 2006 p.17)

Locke era filho de John Locke, um advogado que deu a ele um ensino voltado para o parlamentarismo, o que não o impediu de fazer amizade com alguns monarquistas durante o período que passou na escola em Westminster. Esse tempo que passou com os amigos monarquistas, e o seu desgosto com o parlamentarismo o levaram a criar uma afinidade com a monarquia através da experiência e da tolerância, que foram duas coisas marcantes em Locke, que eram evidentes desde muito cedo na sua vida (STRATHERN, 1997).

Em relação a sua vida acadêmica, ainda segundo o autor, Locke tinha interesse em químicas e medicina, porém as informações que se tem é que tenha se torna um professor de grego antigo, o que não o privou de continuar dedicando seu tempo a estudos científicos, por mais que fosse um defensor do estudo experimental as suas pesquisas se manteram no campo da teoria.

Locke passou um tempo de sua vida trabalhando para Lord Ashley, um aristocrata que o via como um médico, já que ele salvara a vida do Lord e como um casamenteiro já que orquestrou o casamento do seu filho. O Lord foi nomeado chanceler e passou a ser conhecido como Lord Shaftesbury, a amizade deles garantiu a Locke cargos de indicação como o de secretário e alguns outros cargos administrativos, que o ajudaram a participar até da Constituição da colônia de Carolina na América do Norte (STRATHERN, 1997).

Como Locke sofria de asma teve que abandonar o seu trabalho administrativo, sair de Londres, por causa da fumaça de carvão que tinha no ar, e voltar para Oxford onde seguiu com seu trabalho sobre o conhecimento (STRATHERN, 1997).

Locke baseou a sua filosofia no cogito de Descartes, por mais que fosse contra o seu meio de conseguir o conhecimento. Em relação ao conhecimento, Locke começou a sua busca por ele pois, acreditava que os problemas políticos tinham relação com a natureza do homem, e que para se entender essa natureza era preciso entender como o homem obtem o conhecimento (STRATHERN, 1997).

  1. A NATUREZA DO HOMEM

Diferente de outros pensadores para iniciar seu estudo Locke usa uma concepção de homem egoísta, porém com a noção do que é seu de direito, ou seja, para este pensador o homem era ambicioso de natureza, mas diferente do conceito lobo empregado por Thomas Robbes. Assim, a vida antes do Estado era boa, próspera, rica e com uma sociedade pacífica.

Entretanto ao afirmar que o homem sem Estado é bom, Locke também trouxe a existência da uma possibilidade de conflito, e que nesta possibilidade seria necessário a existência de um Estado para intervir de maneira pontual, assim era necessário sim a presença de um Estado, mas apenas para remediar conflitos ocasionais de forma imparcial.

Assumia assim, uma vertente para o Contrato Social de Locke, onde não havia a presença de submissão ou algo do tipo entre indivíduo e Estado, mas sim um empréstimo do direito natural de cada indivíduo ao Estado para resolver conflitos pontuais através de um Parlamento que iria pregar pela liberdade de expressão, bens e propriedade privada.

Neste tocante ao pensamento de Locke surge a influência deste na Revolução Gloriosa de 1688 que ocorreu na Inglaterra e acabou por instaurar o Governo Parlamentar no País. Também se menciona sua influência nos pensadores Liberais dos Estados Unidos, no Movimento Iluminista Revolução Gloriosa e Francesa através do seu pensamento liberal

Em relação a teoria da Tábua Rasa, Locke (Livro II, cap. I, sec. 2 apud MELLO, 2004) diz

Suponhamos, pois, que a mente é, como dissemos, um papel branco, desprovida de todos os caracteres, sem quaisquer idéias; como ela será suprida? De onde lhe provém este vasto estoque, que a ativa e que a ilimitada fantasia do homem pintou nela com uma variedade quase infinita? De onde apreende todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra, da experiência. Todo o nosso conhecimento está nela fundado e dela deriva fundamentalmente o próprio conhecimento.

Em relação ao conhecimento para Locke ele poderia vir da experiência de duas maneiras, através da sensação ou da reflexão. As ideias que dão a mente várias percepção das coisas são chamadas ideias da sensação, já as ideias que surgem do processo de avaliação da mente em relação as ideias da sensação, são conhecidas como ideias da reflexão (SANTOS, 2016).

No que diz respeito a verdade para Locke ela não podeia ser atiginda uma vez que não se pode conheçer a essência das coisas, sendo assim só se tem uma crença, uma opinião a respeito de alguma coisa e não o conhecimento verdadeiro (SANTOS, 2017).

Locke, por mais que tenha fundado o empirismo, não é considerado um empirista radical, por admitir a existência do chamado conhecimento demonstrativo. Este é certo e definitivo, e não vem dos sentidos, ele deriva da compreenção sobre a ligação entre as ideias (SANTOS, 2016).

Suas principais obras foram: Cartas sobre a Tolerância (1689), Dois Tratados sobre o Governo (1689), Ensaio a Cerca do Entendimento Humano (1690) e Pensamentos sobre a Educação (1693).

1.2 LIBERDADE E IGUALDADE

Segundo o pensamento de John Locke, a liberdade é um direito natural do homem, pois este tem o direito de proteger sua propriedade, a liberdade indepente da sociedade e existia antes dela, mas nesse período, a ausência de leis que equilibrassem a igualdade de diferentes indivíduos gerava conflitos.

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