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Vigiar e Punir Capitulo O Panoptismo

Por:   •  17/9/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.177 Palavras (5 Páginas)  •  186 Visualizações

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Capítulo 3: O Panoptismo

3.1 Recortes disciplinares

Em sua obra “Vigiar e Punir”, Michel Foucault, apresenta em um processo analítico, através da história do homem, a evolução das modalidades e métodos de punição, correição e disciplina. Nesta última, aborda os diversos meios que um estado, por exemplo, alcança no intrínseco de um indivíduo uma maneira de o fazer ser ao todo, uma personalidade máquina. Está máquina, segue um protocolo e uma conduta que foi absorvida nos diversos meios coercitivos aplicados a ela, o estado cria assim uma conduta modelo, um meio dever-ser; qualquer conduta ímpar, que foge dos ditames definidos de um “corpo” que maestra uma sociedade, é considerada danosa, uma cólera para o desenvolvimento da sociedade.

No terceiro capítulo, da terceira parte da obra de Foucault, ele expõe o “Panoptismo” – Uma estrutura arquitetural que inaugurou um novo modelo disciplinador a uma sociedade. Desta “máquina sólida” modeladora de uma sociedade, o autor com maestria, a exibe como uma nova fórmula de aperfeiçoamento do exercício de poder sobre uma sociedade, apesar de sua aplicação afetar um a um, o efeito é em massa.

Foucault inaugura este capítulo abordando as medidas executadas no fim do século XVII de quando se declarava uma peste (doença de fácil transmissão) em uma cidade. Obviamente nessa época a medicina demasiadamente limitada, faz-nos entender com mais facilidade a aplicação destas medidas. A seguir o trecho do procedimento adotado em tempos de “pânico” à saúde de um grupo:

“Em primeiro lugar, um policiamento espacial estrito: fechamento, claro, da cidade e da terra, proibição de sair sob pena de morte, fim de todos os animais errantes; divisão da cidade em quarteirões diversos onde se estabelece o poder de um intendente. Cada rua é colocada sob a autoridade de um síndico; ele a vigia; se a deixar, será punido de morte. No dia designado, ordena-se todos que se fechem em suas casas: proibido sair sob pena de morte. O próprio síndico vem fechar, por fora, a porta de cada casa; leva a chave, que entrega ao intendente de quarteirão; este a conserva até o fim da quarentena.” (pág. 219)

A intenção de Foucault em apresentar essas medidas, tem como objetivo mostrar o meios disciplinares daquela época. Esses meios arcaicos já visavam desde do início isolar um grupo, ou um indivíduo, no caso, um pestilento.

Logo em seguida o autor, liga o leproso a um pestilento. O que é apresentado é a diferença entre os métodos, que uma sociedade aplica a um leproso e o pestilento, este último apresentou um “avanço” em comparação ao isolamento que se aplicavam em um indivíduo leproso. - “Se é verdade que a lepra suscitou modelos de exclusão que deram até um certo ponto o modelo e como que a forma geral do grande Fechamento, já a peste suscitou esquemas disciplinares.” (pág. 222)

Concluindo essas analogias, o que se analisa é a introdução dos conceitos disciplinares impostos aos homens. O leproso é inserido a uma prática de rejeição, isto é, não há nenhuma dificuldade para uma sociedade em o diferenciar, o rejeitar; o “pestilento” induzem um policiamento, estratégias, incita uma sociedade a um bom treinamento, Foucault aborda uma cidade pestilenta como a “utopia da cidade perfeitamente governada”: A cidade pestilenta, atravessada inteira pela hierarquia, pela vigilância, pelo olhar, pela documentação, a cidade imobilizada no funcionamento de um poder extensivo que age de maneira diversa sobre todos os corpos individuais.

Em suma, temos até agora o seguinte do que foi apresentado por Michel: individualizar os excluídos, mas utilizar processos de individualização para marcar exclusões.

3.2 O panóptico de Bentham

Panoptismo (do grego, Pan=tudo; Optikos=visão), é um projeto arquitetônico de Jeremy Bentham, que tinha um princípio de racionalização nos homens que iriam compô-lo, Foucault o descreve: “O princípio é conhecido: na periferia uma construção em anel; no centro, uma torre; esta é vazada de largas janelas que se abrem sobre a face interna do anel; a construção periférica é dividida em celas, cada uma atravessando toda a espessura da construção; elas têm duas janelas, uma para o interior, correspondendo às janelas da torre; outra, que dá para o exterior, permite que a luz atravesse a cela de lado a lado.” (pág. 223); “Basta então colocar um vigia na torre central, e em cada cela trancar um louco, um doente, um condenado, um operário ou um escolar. Pelo efeito da contraluz, pode-se perceber da torre, recortando-se exatamente sobre a claridade, as pequenas silhuetas cativas nas celas da periferia.” (pág. 223-224).

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