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Guia Pratico para Calculo de Recursos e Reservas Minerai

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Por:   •  14/4/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  5.985 Palavras (24 Páginas)  •  408 Visualizações

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Guia Pratico para Calculo de Recursos e Reservas Minerais

J Grossi e Jorge Valente, com contribuições de Elpídio Reis, Ronald Fletcher, Vitor Hugo Castro e outros

Versão Primeira – Junho de 2003

INTRODUÇÃO

O presente guia foi preparado no período de 2000 a 2003, e serviu como base de sugestão ao Codigo Brasileiro de Calculo de Recursos e Reservas ainda não publicado .

Nos últimos anos nota-se uma tendência internacional para utilização, mesmo que com modificações, do esquema adotado pelas companhias de mineração da Austrália, que é o “Australasian Code for Reporting of Identified Mineral Resources and Ore Reserves”, ou “Australasian Code”, elaborado pelo “Joint Ore Reserves Committee (JORC)”; este comitê foi instituído pelos organismos denominados “The Australasian Institute of Mining and Metallurgy”, “Australian Institute of Geoscientists” e “Australian Mining Industry Council”, em 1989. A versão final deste código foi aprovada em 1999 (“JORC Code”), ocasião em que se transformou em “regulamento” oficial na Austrália. O que diferencia esta regulamentação australiana é que, além de apresentar a classificação e as definições para recursos e reservas, qualifica as “pessoas com competência” para conduzir todas as fases da exploração mineral, inclusive a avaliação; finalmente, estabelece diretrizes (“guidelines”), para reportar ou rever recursos e reservas minerais.

Numa primeira análise, questões semânticas afloram, imediatamente, nos diversos sistemas classificatórios, especialmente no que concerne ao significado de palavras como “recursos”, “reservas” e “minério”. Simplificando-se as definições, considera-se como “RECURSO” aquele material disponível, em quantidade e qualidade adequadas para uso industrial, mas que não foi submetido a uma avaliação econômica; “RESERVA” é o recurso disponível para lavra e que pode ser produzido economicamente, em função de custos, demanda e preços atuais (deve ser lembrado que muitas minas aproveitam certos materiais, não categorizados como “reservas”, por causa de condições favoráveis muito especiais); “Minério” é um agregado natural (ou parte de um agregado natural), de um ou mais minerais metálicos, que pode ser minerado e vendido com lucro, em um dado tempo e em um dado local, portanto, este conceito é puramente econômico (por isso, feldspato, caulim, ardósia, etc. não são “minérios” e, sim, minerais ou rochas industriais).

Aceita-se como correto, em geral, que qualquer classificação de “recursos” deve ser, primordialmente, baseada em parâmetros geológicos, estabelecidos através de medições e amostragem. Diferentes “classes” são consequência do grau de fidedignidade na estimativa da morfologia, estrutura, espessura, volume (ou tonelagem), teor, etc.; quanto maior o número de dados de boa qualidade, utilizados na estimativa, maior o seu grau de confiança. Por “classe” (do latim classis, de onde vem a palavra “classificação” também) entende-se um grupo, ou divisão de um conjunto, que apresenta características semelhantes (em vêz de grupo ou divisão, podem-se usar as palavras seção ou ordem, ou ramo, ou categoria, etc.). O estabelecimento de “recursos minerais” é realizado através de aproximações sucessivas, o que permite diferenciar “classes”, em função do grau de confiança na estimativa; por isso, diferentes “classes de recursos” têem diferente importância econômica.

“Classificar recursos minerais” seria um procedimento mecânico, se os depósitos fossem de um só tipo; desse modo, a exploração diferenciada dos diferentes setores do depósito, determinaria a qual “classe” pertenceria o “recurso” sob exame. Como há tipos e tipos de depósitos, entende-se porque é difícil universalizar um dado sistema de classificação. Logo, o modo de tornar aceitável a aplicação generalizada de um sistema classificatório, é adotar parâmetros geológicos agrupados; para cada “grupo” obtido estabelecem-se os erros admissíveis na avaliação da qualidade e quantidade do bem mineral sob enfoque, que, por sua vêz, dependem da intensidade da amostragem. Dito de um outro modo, estabelecem-se o grau de reconhecimento (função das condicionantes geológicas) e o grau de confiança da estimativa (função do grau de exploração), embora hajam outros parâmetros a serem considerados.

Deve ficar claro, que, ao se “classificar reservas”, o parâmetro “lucro” está intrínseco: o bem mineral investigado é adequado para uso industrial e pode ser produzido a um custo tal que a sua venda gerará lucro. É conveniente lembrar que, na fase inicial da pesquisa mineral, pretende-se a descoberta; a prospecção fornece dados que indicam a conveniência, ou não, da continuação dos trabalhos de exploração, que visem demonstrar a existência de “recursos”. Para se ter uma “reserva mineral” é preciso que as propriedades físicas e químicas, a tecnologia de aproveitamento e as condições de lavra do bem mineral se adaptem a um uso industrial e à comercialização com lucro.

Conclui-se que o objetivo de um sistema de “classificação de recursos e reservas minerais” é aplicar regras, que permitam separar diferentes “classes de recursos”, de tal modo que parte das mesmas possa ser transformada em “reservas”, com base em estudos de viabilidade técnica e econômica; com tais informações é possível orientar as tomadas de decisão (continuação de trabalhos de pesquisa versus interrupção dos estudos, primeiro, e, depois, aproveitamento do bem mineral versus não aproveitamento do bem mineral, etc.). “Reservas” são fidedignas quando, uma vêz determinadas, permitem calcular erros admissíveis para cada “classe estabelecida”; o cálculo desse erro exige dados de boa qualidade e em quantidade adequada ao caso concreto em estudo.

A proposição constante no presente documento foi elaborada, devido à sua finalidade e conforme a orientação recebida das autoridades competentes, observando-se o disposto no “JORC Code”, as normas australianas referidas aqui anteriormente. No entanto, também se consideraram as normas estabelecidas pela O.N.U. (de 1975 para cá) e as atualmente vigentes nos E.U.A., no Canadá, na União Européia, na Rússia (vindas da U.R.S.S.) e na África do Sul (conforme listado na bibliografia final), ou seja, cobrindo-se todos os principais países mineradores do mundo. Uma fonte de consulta importante, para a elaboração

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