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O 2º Mandato Lula

Por:   •  14/10/2019  •  Resenha  •  1.445 Palavras (6 Páginas)  •  103 Visualizações

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A crise vai trazer riscos e oportunidades. Com a forte emissão de dólares e elevação da liquidez, câmbio valorizado, como é o nosso caso pode nos prejudicar, principalmente se é um câmbio valorizado via investimento em carteira, especulativo. Entretanto há uma continuidade do crescimento da china com o impacto nos preços das commodities, e é desse momento que o Governo Lula vai flexibilizar o tripé macroeconômico do ponto de vista fiscal e monetário. Do monetário, ele vai reduzir o compulsório e cortar da taxa de juros base, uma política de expansão de crédito para o consumo e para o investimento via BNDES. Logo, vai haver uma ampliação dos bancos públicos estatais e o aumento do crédito e redução do juros. Uma redução, com a crise, da Selic e vai chegar em 2009 a 8,75%, o menor patamar do governo Lula e ao mesmo tempo o volume vai ser sustentado com a evolução do crédito. Lembrando que, ao contrário do Lula o Fernando Henrique tinha destruído os bancos públicos.

A alavancada da economia é basicamente pelo crédito livre, para pessoa física é maior ainda. Associado a isso vem a queda do desemprego para 7%, o cenário perfeito para, juntamente com a política de valorização dos salários, surgir a “classe média”.

Um país como o Brasil, de industrialização tardia e capitalismo tardio, os bancos públicos são essenciais, porque se não tiver um banco público de longo prazo ninguém faz investimento, por conta da incerteza e da preferência pela liquidez, que são grandes. Quem irá fazer isso, agir de forma anticíclica é o Lula. Outra questão é que o nosso mercado é incompleto, o nosso sistema financeiro é incompleto devido a elevada incerteza, implicando na falta dos créditos mais desejados, como financiamento de setores do processo produtivo novos, setores que exijam empréstimos de longo prazo e setores que envolvem mudanças estruturais, como tecnologia e oferta de infraestrutura. Com isso os bancos de desenvolvimento exercem papel fundamental que oferecem crédito a esses setores.

A Política das Campeãs Nacionais do BNDES em si não foi ruim, mas sim, o setor escolhido, o agronegócio. Tendo como argumento de não financiar as indústrias nascentes porque elas não teriam forças para alavancar o investimento como era necessário naquele momento, a escolha se deu pela capacidade das vantagens competitivas que dariam a resposta de imediato no setor externo para alavancada do investimento no país. Porém foi uma visão de curto prazo. O grande erro foi ter alocado o recurso para setores que não precisavam, por já possuírem as vantagens competitivas. Era para arriscar, para os setores nascentes, dos quais temos fragilidade.

A política fiscal vai ter uma maior flexibilidade principalmente a partir da crise, como a isenção de alguns impostos, como o IPI e da meta de superávit primário. Política de desoneração para grandes empresas e ampliação de investimento governo, principalmente com as grandes obras de infraestrutura que é compacta. Redução da meta de superávit primário vai permitir ao governo acomodar o investimento público. A taxa de investimento como proporção do PIB no Brasil pós anos 90 sempre foi declínio. Na transição do governo de FHC para o governo Lula ela chega a apenas 15% e só dá uma alavancada quando o estado entra, saindo de 16% para 19.1%. Ou seja, se seguir o tripé macroeconômico à risca o país não vai para lugar nenhum porque não alavanca o investimento.

A política cambial foi o grande erro do PT, porque vai deixar valorizar o câmbio já que começa a ter uma entrada de investimento grande, principalmente direto e em carteira.  Porque a elevada liquidez internacional vai fazer alavancar esses dois investimentos com a forte emissão de dinheiro. Outra variável importante é a política de valorização do salário mínimo e as políticas sociais que vão ter um impacto significativo no crescimento do PIB, que puxa o crescimento pelo consumo através de uma política de fortalecimento do salário.

A política de expansão do ensino superior no Brasil prejudicial para o governo pela forma com a qual ela foi feita. Pelas instituições privadas e com dinheiro público. Porque não tinha nenhum tipo de contrapartida, como meta de produtividade da universidade, de pesquisa, de nota na avaliação do MEC. Além do fato que a maioria eram cursos que o mercado não absorve mais, como direito, pedagogia e administração.

Aliado as polícias sociais, valorização de salário, fiscal, monetária expansionista, vão ter as políticas de Projetos e Desenvolvimento, a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), a qual tinha como objetivo, elevar a capacidade de inovação das empresas brasileiras com soma de investimento público, inovações e subsídios, e o principal elemento era a Política de Conteúdo Nacional, obrigando essas empresas a demandar insumos da cadeia produtiva nacional, para fortalecer a cadeia produtiva nacional. Quando uma política dessa é implantada pode haver um custo inicial muito maior, porém no curto prazo, mas uma política como essa tem que pensar no longo prazo, porque se no longo prazo fortalecer a cadeia produtiva a colocando na fronteira tecnológica, ela vai ter um custo menor e o efeito cadeia no mercado interno é bem mais elevado, com resultado nas contas externas reduzindo-as de maneira estrutural. Atrelado a isso tem o PAC, quando o Lula entra com sua estratégia, que quem vai ficar à frente é Marta Suplici.  Com a junção dos dois e a flexibilização das políticas fiscais e monetárias, e no tripé macroeconômico vai haver um dinamismo maior no Brasil.

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