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Banalidade Do Mal: A Concepção Panorâmica Do Conceito De Hannah Arendt Ao Comportamento Extremista Do EI

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Por:   •  25/3/2015  •  3.814 Palavras (16 Páginas)  •  500 Visualizações

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Banalidade do mal: a concepção panorâmica do conceito de Hannah Arendt ao comportamento extremista do EI

Autores (a): Alice Oliveira

Eloíse Siveira

Sheyla Patricia

Resumo:

Este artigo procura abordar uma análise do comportamento de um grupo extremista que vem disseminando sua ideologia criminosa através do fanatismo religioso, algo que tem afetado relevantemente as relações internacionais. Partindo do conceito da “Banalidade do mal”, formulado por Hannah Arendt, ao cobrir o julgamento do nazista Adolf Eichimann, procuramos compreender de forma sistêmica o pensamento da população do EI, em relação a todo o mau que este vem causando, em nome de sua ideologia sedimentada através da fé, e da persuasão de seu líder , aos direitos humanos e ao livre poder de expressão.

Introdução

Hannah Arendt, filósofa de origem judaica que nasceu em Hannover, Alemanha, no ano de 1906, com uma criação democrata, em 1929 foi para Berlim, após conseguir uma bolsa de estudos. Com o auge do nazismo no poder, Hannah mudou-se para Paris, onde conheceu vários intelectuais, como Walter Benjamin. Durante a Guerra, quando o governo da França se aliou aos alemães, a judia foi mandada a um campo de concentração, como "estrangeira suspeita". Mas conseguiu fugir para Nova York em 1941. Em 1963 Hannah Arendt é contratada como professora da Universidade de Chicago, onde ensina até 1967, ano em que se muda para Nova York e passa a lecionar na New School for Social Research, instituição em que permanece até à sua morte em 1975.

A formação deste conceito para Hannah se deu no surgimento de uma oportunidade em que ela pôde cobrir o julgamento do nazista Adolf Eichimann para a The new Yorker. As impressões e conclusões refletidas em seu artigo sobre o caso Eichimann, geraram grandes polêmicas, quando ela se referiu ao réu como “ Apenas um pobre coitado, solitário e vazio por dentro”, em contradição a visão demonizada pela sociedade. A autora defende que nem todos os criminosos de guerra seriam necessariamente “monstros” e sim seres incapazes de usufruir da sua liberdade de expressão, cegamente coagidos pela brutalidade de um sistema, e a forma que este, banaliza o mal em pró de uma dita “Causa Maior”. Cenários em que a violência sistemática é exercida por pessoas banais, que não as realizavam por iniciativa própria e não refletiam o mínimo de remorso com relação aos males que causavam, sem motivos, convicções, razões malignas ou intenções demoníacas, sendo assim seres da espécie humana que se recusam a serem pessoas.

Diante da solidez deste pensamento, visa-se neste artigo, idealizar-se uma analise do comportamento do “Dito” Estado Islâmico, Com o seu fanatismo em nome de uma causa maior, a uma tese que nos remete a uma reflexão sob a ótica da Banalidade do mal.

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1. O Estado Islâmico

O EI (estado Islâmico) Surgiu como mais um grupo Sunita radical contrário ao regime do governante Sírio Bashar al – Assad. Seu líder Abu Bakr al-Baghdadi, considerado por muitos ocidentalistas como o novo Osama Bin Laden, figura icônica do terrorismo, se aproveitou da discordância entre grupos sunitas e xiitas no Iraque e da guerra civil na Síria para mobilizar e reunir rebeldes em comunidades locais e veteranos do extinto exército de Saddam Hussein. O Estado Islâmico surgiu da genial sacada de mestre do seu líder em explorar a marginalização de um povo já dizimado e sofrido por sucessivos regimes para formar uma grande força de coalisão sobre minorias discordantes de sua ideologia?

Seu combustível principal é o ódio aos xiitas, outras minorias e aos EUA, e em menor escala, a Europa. A idéia é impor uma versão ultraconservadora do Islã para combater quem quer que se oponha a seus ideais. Os jihadistas se utilizam de técnicas de extrema violência para disseminar sua ideologia, entre elas crucificação, decapitação, apedrejamento, genocídio, sepultamento de pessoas ainda vivas em regiões dominadas. Brutalidade extraída de ideologias já bem conhecidas anteriormente, empregadas por regimes totalitários socialistas.

Outros métodos que nos fazem lembrar de outros regimes obscuros é a interferência dos jihadistas nas escolas. Por acreditarem que química e filosofia não se adaptam e contradizem as leis de Deus, os radicais do EI proibiram aulas dessas disciplinas nas cidades de Raqqa, na Síria, e estabeleceram um “plano islâmico” para as escolas. Ou seja, submeteram a grade curricular das escolas a uma adaptação de acordo com o islã e este processo é fiscalizado de perto por uma junta educativa pertencente ao EI.

Os extremistas já destruíram centenas de mesquitas, santuários e outros locais considerados sagrados, entre eles o tumulo do profeta Jonas (Nabi Yunis) e o santuário do profeta Seth (Nabi Chit) considerado o terceiro filho de Adão e Eva na tradição Judaica, islâmica e cristã.

Estima se que existam em média de 20 a 31,5 mil homens a serviço do Estado Islâmico, anteriormente a CIA estimava que haviam apenas 10 mil no front, mas posteriormente a Junho de 2014, após importantes vitorias do EI e a instauração do califado levaram a uma adesão maior. O Estado Islâmico recruta jovens sunitas descontentes ao redor do mundo e que enxergam o EI como um meio de obter vitória e salvação. A ONU denunciou recentemente o recrutamento de crianças , que eram designadas a missões suicidas e utilizadas como escudo humano para proteger combatentes mais experientes em linhas de combate. Muitos muçulmanos que vivem em países ocidentais têm se aliado ao EI. Jovens vindos de toda Europa, principalmente do Reino Unido, França e Alemanha, parte para Síria e Iraque para lutar pela Jihad, o que levou muitos países a controlarem suas fronteiras para evitara fuga de cidadãos interessados a compor o exercito jihadista do EI. Segundo publicação

do Daily Mirror, mulheres britânicas têm deixado o Reino Unido para colaborar com os terroristas do EI na criação de casas de prostituição

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