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Julgamento Do Seculo

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Por:   •  18/5/2014  •  899 Palavras (4 Páginas)  •  226 Visualizações

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Plano Bresser fracassa na tentativa de vencer inflação recorde

CONTEXTO

O fracasso do Plano Cruzado faz a inflação voltar aceleradamente. São autorizados vários aumentos de preços e tarifas. O câmbio volta a ter correções. Contratos e aplicações financeiras também. Os salários só recebem o "gatilho" de 20% e acumulam como perdas o percentual superior. As contas externas estão muito ruins no começo de 1987 e alguns reescalonamentos da dívida externa são obtidos, mas a negociação é cada vez mais difícil em função da perda de credibilidade e da insolvência do país. Em fevereiro Sarney declara o país em "moratória técnica" e tenta reviver o clima nacionalista de poucos meses antes. Mas não há mais entusiasmo popular nem político.

Nada lembra o Plano Cruzado. Em março João Sayad pede demissão. Os governadores do PMDB articuladores do "Centrão", pedem mudanças no ministério e na política econômica.

Sarney tenta emplacar Tasso Jereissati, governador do Ceará, na pasta da Fazenda. Mas Ulysses ainda tem força suficiente para barrar seu nome e indicar Bresser Pereira, que assume em abril e dá início a uma correção larga e acelerada de preços, visando eliminar supostas defasagens para que um novo congelamento não fracassasse. Ele diagnostica que o Cruzado pegara alguns preços e contratos no contrapé e por isso sofreu pressões muito grandes para realizar correções: como elas não eram autorizadas, as mercadorias sumiram ou criaram-se ágios. A inflação bate seu recorde histórico no mês de maio: 23,26%.

No dia 12 de junho Bresser anuncia novo plano de estabilização: congelamento, por 90 dias, de preços, salários e de câmbio, Bresser adota nova moratória em julho, desta vez com o Clube de Paris, propõe grandes cortes de gastos e de subsídios, demissões, enxugamento da máquina e investimentos públicos. A inflação retoma rapidamente seu ritmo e supera a marca de 10% ao mês. Bresser tenta convencer Sarney a adotar pacote de reformulações tributárias e de novos cortes de gastos e de redução da máquina estatal. Sarney não concorda e o ministro pede demissão em dezembro.

A inflação, contida por um período muito curto, só fará crescer daí por diante. Nova tentativa de estabilização será feita em janeiro de 1989 (Plano Verão) pelo sucessor de Bresser, Maílson da Nóbrega. Mas será ainda mais efêmera. O país caminha para a hiperinflação.

o Plano Verão. Baseado em premissas semelhantes aos outros planos criados durante a presidência de José Sarney -em termos numéricos, foi o mais catastrófico. Depois dele a inflação chegou ao mais alto nível na história recente do país --ficou acima dos 80% mensais antes da posse de Fernando Collor-- e gerou problemas judiciais que perduram até hoje devido às perdas bilionárias dos clientes da poupança e dos assalariados.

A meta --grande para a época e modesta para os dias de hoje-- era fazer a inflação ficar na casa dos 10% ao mês. Em janeiro de 1989, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) marcava 37,49% mensais. Nos três primeiros meses, o pacote teve efeito: a inflação caiu para 16,78% em fevereiro, 6,82% em março e 8,33% em abril. Porém, daí em diante começou a subir até chegar aos 82,39% em março de 1990, quando Sarney deixou o Planalto para a chegada de Collor.

Era novembro de 1989. Após uma campanha agitada, com trocas de acusações e muitas promessas, Fernando Collor de Mello venceu seu principal adversário, Luís Inácio Lula da Silva.

Collor conquistou a simpatia da população, que o elegeu com mais de 42% dos votos válidos. Seu discurso era de modernização e sua própria imagem validou a idéia de renovação. Collor era jovem,

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