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Relatório 4

Por:   •  8/12/2015  •  Relatório de pesquisa  •  1.034 Palavras (5 Páginas)  •  190 Visualizações

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Relatório 4

      Entre os séculos XV e XVI, a era das grandes navegações, os conhecimentos cientifico e geográfico dos europeus registraram significativos avanços. Todavia as supertições populares permaneceram inculcadas no imaginário da época, como mostra Laura de Mello e Souza em seu texto o “Inferno Atlântico”.

      As viagens para o Novo Mundo se destacam nesse cenário pelas narrativas fantásticas que as permeiam. O próprio Camões registra passagens de encontros sobrenaturais em sua clássica obra “Os Lusíadas”. Essa tensão entre o racional e o maravilhoso era reforçada pelo contexto de contendas religiosas que dividiam o continente europeu após a Reforma Protestante. A resposta da Igreja Católica a partir do Concílio de Trento, em 1545, enfatizou a conversão das populações nativas dos territórios do outro lado do Oceano Atlântico.

      Antes mesmo disso os portugueses já se preocupavam em cristianizar os povos que submetiam. O próprio rei Dom João III destacava que o principal motivo que o levou a colonizar o Brasil era seu desejo de converter os indígenas à fé católica. A fim de alcançar este objetivo a monarquia portuguesa enviou missionários jesuítas para América. As missões catequizadoras eram fortemente influenciadas pela demonologia, um conjunto de doutrinas iniciadas por Santo Agostinho e que ocupavam muito espaço no pensamento erudito europeu. Embora seu alcance na Península Ibérica não tenha sido tão considerável quanto na Europa do Norte, varias publicações do gênero ocorreram na época das navegações.

      As populações nativas encontradas pelos portugueses ao chegarem no Brasil, a partir de 1500, despertaram um intenso interesse por seus costumes e hábitos. Observando os rituais indígenas sob uma ótica cristã os colonizadores ficavam desconcertados e perplexos, as considerando heresias.

      Ao verem tais santidades, o autor Ronaldo Vainfas no livro “Heresia dos índios” descreve as atitudes dos portugueses e jesuítas. Pois, esses decidiram “investigar, arguir, devassar ânimos e comportamentos, descobrir a verdade dos fatos, enfim, para demonstrar os erros de fé” (p. 166). 

      Não se tem uma explicação clara das rações que levaram a Inquisição portuguesa a enviar uma Visitação ao Nordeste luso-brasileiro no período do século XVI. Outros autores como Anita Novinsky e Sônia Siqueria refletem no assunto argumentando o interesse de integrar o Brasil no mundo cristão, pois foi o seu alvo nos trezentos anos Inquisitoriais. Em 28 de julho de 1591 teve inicio a Visitação pelo Santo Ofício e à pessoa de Heitor furtado. Publicou-se, após o recebimento o Edital da Fé e Monitório da Inquisição, convocando todos os fiéis a confessar as heresias cometidas.

      O despreparo do visitador para lidar com tais “heresias” confessadas era espantosa, não esperando dele conhecimentos profundos da cultura tupi, mas se o Cardim conhecia muito bem a terra brasileira, causa estranheza o fato de não ter informado o visitador. Os depoimentos dos mamelucos que se diziam cristãos eram aterrorizantes, a diversidade de adjetivos e qualificações que passeia pela documentação, sugere a opinião dos depoentes. Numa avaliação de conjunto, permite-se ver algumas tensões sociais de suma importância na Bahia quinhentista. As ditas tensões encontravam-se entre portugueses e coloniais, entre brancos e mamelucos e no próprio interior dos grupos de riqueza e poder na Colônia.

      Também, uma integrante questão surge ao ver o envolvimento de Fernão Cabral com a santidade, o maior acusador e rival -sem duvidas- é Álvaro Rodrigues o capitão que destroçou a santidade no sertão. Porem, este ultimo competia com Fernão em matéria de furtos e injustiças com os escravos e propriedades alheias de cativos.

      Em 2 de setembro de 1593, Heitor furtado deixou a Bahia e passou logo a Pernambuco para tratar as heresias regionais dos mamelucos. O melhor exemplo de blasfêmia e sacrilégio encontrado é do processo de Domingos Fernandes Tomacaúna, foi condenado por horrorizastes idolatrias, movido por interesses temporais.

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