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QUATRO METODOS JUDAICO DE INTERPRETAÇÃO BÍBLICA

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Por:   •  5/11/2013  •  1.469 Palavras (6 Páginas)  •  4.802 Visualizações

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Métodos exegéticos – Professor Marcos Fernandes de Oliveira

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“Quatro Métodos Judaicos de Interpretação Bíblica”

QUATRO METODOS JUDAICO DE INTERPRETAÇÃO BÍBLICA

Pesher

Pesher (pl. pesharim) é uma palavra hebraico que significa "explicação", "significado". "interpretação", no sentido de "solução".

O método pesher consiste em comentar o texto bíblico versículo por versículo, procurando aplicá-lo às circunstâncias vividas pela comunidade, como se os textos bíblicos, especialmente os proféticos, estivessem falando diretamente da realidade atual. Tornou-se conhecida a partir de um grupo de textos encontrados entre os Pergaminhos do Mar Morto.

O pesharim dá uma teoria sobre interpretação escritural, anteriormente conhecido parcialmente, mas agora totalmente definida. Os escritores do pesharim acreditam que as Escrituras está escrita em dois níveis, uma para a superfície ordinária leitores com conhecimento limitado, e outra oculta, disponivel apenas para especialistas com maior conhecimento. Isto é mais claramente enunciado no Pesher Habacuque (1QpHab), em que o autor do texto afirma que Deus deu a conhecer à Professora do temor, uma figura proeminente na história da comunidade dos essênios, "Todos os mistérios de seus servos os profetas" (1QpHab VII:4-5). Em contrapartida, os profetas só tinham uma interpretação parcial que teria revelada a eles.

Midrash

Midrash (do hebraico מדרש) pode ser chamada de expressão poética ou espiritual do pensamento judaico - o Midrash

Este último é uma compilação de exposições homiléticas ou espirituais da Bíblia, penetrando sob a superfície do sentido singelo do texto bíblico. Enquanto o Talmud se dedica principalmente à explicação da letra, o Midrash revela o espírito da palavra e da Lei. Os primeiros vestígios da literatura midráshica podem ser encontrados numa época anterior à conclusão da Bíblia, mas a sua atividade estendeu-se até o décimo ou undécimo século.

É uma forma narrativa criada por volta do século I a.C. em Israel pelo povo judeu. Esta forma narrativa desenvolveu-se através da tradição oral (ver Talmud) até ter a sua primeira compilação apenas por volta do ano 500 d.C. no livro Midrash Rabbah.

Segundo a tradição oral judaica Deus teria revelado a Moisés não somente as leis de seu povo Torá mas também uma série de conhecimentos complementares que deveriam ser passados de pai para filho, o que eles chamavam de Torá Oral. A figura utilizada para esta descrição é que Deus teria escrito a Torá em fogo negro sobre o fogo branco. Enquanto as letras são precisas e escritas no fogo negro, formando a Torá, o "papel" usado para esse escrito, o fogo branco, era a tradição oral. A palavra Midrash vem da junção de duas palavras hebraicas "Mi" que significa "quem" e "Darash" que significa "pergunta". O plural de midrash não é midrashes e sim midrashim segundo a língua hebraica.

Até os dias de hoje ainda existe produção de midrash em diversas sinagogas, entretanto eles não são considerados como tais pela maior parte dos religiosos hebreus. A Idade Média, por seu caráter de perseguição e anti-semitismo foi a época mais propícia ao aparecimento desta literatura, normalmente com um caráter messiânico, esperando a redenção através da vida de um grande "escolhido" - Messias - para que a perseguição acabasse.

O texto tem caráter pluriautoral e não linear, se assemelhando um pouco a uma conversa informal com diversos rabinos, mas na realidade os compiladores é que davam vida em seu texto a diversos personagens das épocas mais distintas.

Até os nossos dias, o Midrash serviu de tesouro inesgotável aos pregadores e moralistas judeus, ofereceu-lhes uma vasta série de engenhosos e sutis comentários de passagens bíblicas, embelezados com provérbios, parábolas e lendas. O ideal que serve de esteio ao conjunto desta literatura é o aperfeiçoamento da moralidade, o enaltecimento do princípio ético da vida, o apelo para a imaginação e a apresentação do lado espiritual do judaísmo numa forma atraente. Um grande número de obras midráshicas existe ainda hoje e, a despeito da sua antigüidade, goza até agora de grande popularidade, contando inúmeras edições.

O Alegórico

O método alegórico é dos mais antigos. Criado pelos gregos, adaptado pelos judeus, foi incorporado ao cristianismo. Seu auge se deu na Idade Média, mas ainda sobrevive na forma de uma leitura cristológica do Antigo Testamento. Consiste em extrair do texto sentidos que originalmente não estavam lá, mas que a estrutura das frases suporta por meio de leituras figuradas. Os judeus usavam muito o midrash, um tipo de leitura que se parece muito com a leitura popular evangélica. Consiste em tratar todos os textos bíblicos como um só. Os versículos separados de cada livro são lidos como pronunciados por uma só pessoa, no caso, Deus. Não há preocupação quanto ao sentido histórico desses versículos e mesmo dos livros em que estão registrados.

O método alegórico de interpretação se refere à espiritualização das porções proféticas da Escritura ao invés de interpretá-las literalmente. O método alegórico faz a aproximação dos textos bíblicos por analogia figurada, mostrando que o sentido literal da própria palavra é insuficiente para revelar o significado da verdade dos mistérios cristãos. Assim, por intermédio de alegorias, que são metáforas, símbolos e mitos, acreditam expressar de forma mais profunda a essência da doutrina.

A Escola de Alexandria, foi sem dúvida, a maior representante da interpretação alegórica das Escrituras do Antigo Testamento. Seu sistema interpretativo teve influência direta da filosofia grega, principalmente de dois filósofos muito importantes. O primeiro foi Heráclito (Éfeso,

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