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Resenha Sofrimento e Fé Cristã

Por:   •  4/11/2022  •  Resenha  •  1.276 Palavras (6 Páginas)  •  83 Visualizações

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Instituto Bíblico de Anápolis – IBA

Sofrimento e Fé Cristã

Professor: Pr. Salvarino Pinto da Silva

Aluna: Poliana Miranda da Veiga

RESENHA

LEWIS, C.S. O Problema do Sofrimento. São Paulo: Mundo Cristão, 1983.

Clive Staples Lewis nasceu em 1898 em Belfast, na Irlanda. Lewis perdeu sua mãe ainda muito novo e isso contribuiu para seu ateísmo. No período em que participou da I Guerra Mundial desagradou muito com a religião, assim se afastou de tudo que era relacionado a algum Deus. Com o tempo, C.S. Lewis foi percebendo que a grande maioria dos autores que lia eram religiosos, e mais, eram cristãos. Ele pensava como podiam crer nesse conto de fadas. Após a leitura de G.K. Chesterton e uma conversa com seu amigo J.R.R. Tolkien, Lewis se tornou finalmente um cristão. Sua conversão tornou sua produção literária bastante extensa e o levou a ser um escritor de referência para católicos e cristãos no mundo todo. Lewis morreu aos 64 anos de um ataque no coração.

Em sua obra O problema do sofrimento Lewis aborda questões intelectuais sobre o assunto do sofrimento. Não proporciona conforto ao leitor, mas dá uma base racional acerca do tema. Ele vai construindo seu raciocínio, estruturando a obra e falando de outros pontos importantes para só depois tratar o assunto de fato.  Sua primeira questão é que se Deus é onipotente e possui poder para fazer todas as coisas porque existem tantas guerras, injustiças, tanta dor e sofrimento. Se o mundo, a criação e até mesmo o homem, foram criados para serem perfeitos, Deus deveria impedir qualquer possibilidade de sofrimento e todos deveriam ser felizes. No entanto, ele considera que o sofrimento e o mal não são obras de Deus.

Seu primeiro ponto é a onipotência divina pois o pensamento recorrente diante da calamidade é a dúvida sobre Deus ser capaz de fazer todas as coisas. Lewis defende a onipotência divina relacionando-a com o livre arbítrio. Entre fazer seres livres e seres manipuláveis preferiu fazê-los livres. Uma vez feito, não pode voltar atrás e ir contra a sua própria natureza de justiça e retidão. Deus é poderoso para fazer tudo que é intrinsecamente possível, não o que é intrinsecamente impossível, ou seja, é possível atribuir-lhe milagres, mas não tolices. (Lewis, 2002:13).

No próximo ponto o autor vai tratar a bondade de Deus mostrando que os bastardos é que são estragados, uma vez que os filhos legítimos são corrigidos. Para aqueles que não nos importamos a felicidade a qualquer custo parece natural, no entanto para aqueles a quem amamos, preferimos vê-los sofrer a vê-los felizes, porém perdidos. Para ele a correção é para nos tornar mais dignos de amor. Caso Deus não se incomodasse e nos deixasse por nossa conta, desistisse de nos transformar, não estaríamos pedindo mais amor e sim menos amor. Segundo Lewis não podemos colocar o homem no centro ao relacionar o sofrimento humano com a existência de um Deus que ama, porque o homem não é o centro. Ele afirma que Deus não existe por causa do homem, mas o homem para Deus. O homem é objeto de amor. Embora isso faça parte do nosso propósito. Dessa maneira a nossa felicidade não é o alvo principal de Deus, mas quando ele puder nos amar sem impedimentos seremos de fato felizes.

A seguir Lewis argumenta sobre a maldade humana. Para ele o abuso do livre arbítrio torna os homens maus e essa alteração da alma humana ocorre por alguns motivos. Para ele olhamos somente a superficialidade das coisas, culpamos o sistema no qual estamos inseridos, acreditamos na culpa coletiva para nos distrair da nossa culpa individual, temos a ilusão de que o passar do tempo cancela os nossos erros, quando na verdade somente com arrependimento e o lavar pelo sangue de Cristo é que isto é possível. Para Lewis nossos pecados permaneceram públicos, todavia, na condição celeste eles não nos trarão vergonha, mas sim júbilo, pelo fato da compaixão de Deus tê-los perdoado. Lewis continua mostrando que a alma do homem foi corrompida e que não há segurança nos números, ou seja, não é justificável dizer que todos os homens são maus e ter essa realidade como natural. Para ele a raça humana inteira, apesar de insignificante no universo, está dentro de um bolsão de maldade, onde o mínimo de decência é quase um heroísmo, algo extraordinário, uma vez que a corrupção é o normal.

O capítulo seguinte trata do assunto da queda do homem e já revela no início que o homem abusou do seu livre arbítrio. Para ele não se trata do poder mágico da maçã, ou seja, o conhecimento, mas sim da desobediência uma vez que aponta para um pecado contra Deus. O homem como espécie estragou a si mesmo, e que assim sendo, o bem na nossa condição atual deve significar um bem terapêutico ou corretivo.

Após tratar de todos estes assuntos é que o autor entra de fato no tema do sofrimento humano.

Para ele o sofrimento não é bom em si mesmo e oferece uma fórmula: o bem que procede de Deus somado ao simples mal produzido pelas criaturas rebeldes somado a capacidade de Deus em manipular esse mal para atender ao seu propósito redentor resulta no bem complexo, aceitação do sofrimento e arrependimento. Não anulando as consequências para aquele que pratica o mal, evidentemente.

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