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Dia de São Jorge: Um patrimônio cultural

Por:   •  18/4/2018  •  Trabalho acadêmico  •  4.135 Palavras (17 Páginas)  •  242 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

Instituto Multidisciplinar-Campus de Nova Iguaçu

Curso de graduação em Turismo

Yan Monzato Barcelos Peres

DIA DE SÂO JORGE: Um patrimônio cultural

Nova Iguaçu

Julho, 2017

Yan Monzato Barcelos Peres

DIA DE SÂO JORGE: Um patrimônio cultural

Trabalho apresentado a disciplina Tópicos de História para a graduação em Turismo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Orientador: Raquel Alvitos[pic 2]

Nova Iguaçu

Julho, 2017

INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por finalidade apresentar de forma clara e objetiva o Dia de São Jorge, junto com sua historicidade e influencias na vida cotidiana da sociedade.

Tendo o intuito de mostrar os meios de propagação da crença ou fé em São Jorge através da religião, do sincretismo, de histórias e da lenda mostrando sua valoração na perspectiva de patrimônio cultural.

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, utiliza-se também como fonte de enriquecimento os sites, alguns vídeos, artigos e uma parte do livro ”Legenda Áurea” de Jacopo Varazze.

DESENVOLVIMENTO

  1.  História de São Jorge

  1.  Etimologia feita por Jacopo a respeito do nome Jorge, na Legenda Áurea

O nome Jorge pode possuir diversos significados, através da análise de Jacopo Jorge[Georgius] viria de geos, significando “terra”; e de orge, “cultivar”, assim, Jorge significaria “cultivando a terra”, o que o dominicano associa com a sua carne. Segundo o relato, Jorge também poderia advir de gerar, “sagrado”, e de gyon, “areia”, sendo “areia sagrada” pelo peso de seus costumes, miudeza na sua humildade e secura na sua volúpia carnal. Um terceiro sentido viria de gerar, “sagrado”, e gyon¸ ”luta “, assim, “lutador sagrado” e associando a sua batalha com o dragão e com o carrasco. Nesse sentido, conota-se um sentido de divino a Jorge. O último significado de Jorge resultaria de gero que seria “peregrino”, gir, “cortado”, e ys, conselheiro, “porque ele foi peregrino em seu desprezo pelo mundo, cortado em seu martírio e conselheiro na prédica do reino de Deus.

Ainda na passagem dedicada ao estudo etimológico, Jacopo argumenta que a legenda desse santo foi considerada como apócrifa pelo concílio de Nicéia. Essa afirmação evidencia a preocupação do dominicano em fundamentar seus relatos, procurando ligá-los à tradição eclesiástica e destacando seu caráter de verdade. Essa atitude vincular-se-ia ao contato que ele manteve, sobretudo, com a Universidade de Bolonha, estando em sintonia com as novas formas de conhecimento propagadas nas universidades, nesse momento.

Jacopo aponta para as discrepâncias nas versões da biografia, sublinhando que algumas certificam que Jorge sofreu o martírio sob os imperadores Diocleciano e Maximiano, outras já defendem que foi sob o imperador persa Diocleciano e na presença de oitenta generais, e, por fim, há uns autores que alegam que foi sob o governador Daciano, sob o império de Diocleciano e Maximiano, enquanto o calendário de BEDA diz que ele foi martirizado na cidade persa de Diáspolis, antigamente chamada de Lida, situada perto de Jope.

  1.  São Jorge e o Dragão

No início da biografia de Jorge, é informado que ele era um tribuno nascido na Capadócia, de nobre estirpe. A narrativa segue com a primeira versão da história de um dragão derrotado por ele.

Segundo a LA, Jorge tinha ido a Silena, cidade da província da Líbia, onde habitava, nas redondezas, um dragão feroz que afugentava aqueles que tentavam derrotá-lo. Para mantê-lo calmo e distante da cidade, os moradores davam-lhe diariamente uma ovelha e um habitante, de qualquer sexo, escolhido por sorteio. Depois de um tempo, foi sorteada a única filha do rei. Este, desesperado, pediu que os citadinos pegassem todo seu ouro, prata e metade do seu reino para impedir que a jovem morresse dessa forma.

 Diante dessa proposta, os citadinos reclamaram que seus filhos haviam sido sacrificados devido ao edito do rei, logo, ou a sua filha era levada para ser devorada pelo dragão ou ele perdia seu povo. Diante disso, o rei pediu oito dias para lamentar o destino dela. Ao final desse tempo, somos informados que a população foi ao castelo exigir que a promessa fosse cumprida e o soberano lamentou não ter a chance de ter netos de estirpe real. Segundo o relato, a moça foi trajada com vestes reais e enviada ao sacrifício.

O beato Jorge, que passava pela região, ao vê-la chorar, perguntou o porquê das lágrimas. Ela pediu para que ele montasse em seu cavalo e fugisse para não morrer com ela. Pedindo calma, ele indagou a jovem sobre o que toda aquela gente esperava ver. Então, a moça explicou toda a situação e, quando o dragão apareceu, suplicou ao tribuno para ir embora depressa.

Jorge, serenamente, a protegeu com o sinal-da-cruz e, recomendando-se ao senhor, atacou o monstro que caiu ferido. Ele falou para a moça colocar o seu cinto no pescoço deste. Ela o fez e o dragão a seguiu feito “um cãozinho muito manso”. Ao chegarem à cidade, o povo entrou em desespero, contudo o beato os acalmou avisando que se todos aceitassem o batismo, pois ele mataria o dragão. E “nesse dia, 20 mil homens foram batizados, sem contar crianças e mulheres”. Defendemos que esse episódio marca a construção da santidade e de gênero de Jorge, pois relaciona a força física e militar do personagem como poder da fé cristã.

Após a sua vitória sobre o dragão, para homenagear a bem-aventurada Maria, o beato Jorge mandou construírem uma igreja, onde sob o seu altar surgiu uma fonte de água curativa para os enfermos. Nesse momento narrativo, defendemos que a presença do divino serviria para atrair fiéis para o templo em questão, já que a localização da cidade é colocada no relato.

Após esse episódio, o rei ofereceu a Jorge uma enorme quantidade de dinheiro, mas ele não aceitou e mandou que ela fosse doada aos pobres, o que destaca a sua caridade e o seu desapego das coisas materiais. Antes de partir, o beato deu quatro conselhos ao soberano: escutar o santo ofício, cuidar das igrejas, honrar os padres e lembrar-se dos pobres.

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