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A Literatura Infantil No Processo Ensino Aprendizagem

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Por:   •  2/2/2015  •  3.486 Palavras (14 Páginas)  •  1.081 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB)

Autorização Decreto nº 9237/86. DOU 18/07/96. Reconhecimento: Portaria 909/95, DOU 01/08-95

GABINETE DA REITORIA

UNIDADE ACADÊMICA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (UNEAD)

Criação e Implantação Resolução CONSU nº 1.051/2014. DOU 20/05/14

SEMINÁRIO INTEGRADOR VII

DOCENTE: Raphael Cloux

TUTOR PRESENCIAL: Janary Sena

TUTOR ON LINE: Cládia Maria Caldas Ribeiro

ACADÊMICOS: Arlete Amparo da cruz Sousa, Heliana de Jesus, José Luís Liuth

Referencial teórico

1 - A literatura infantil no processo ensino aprendizagem

“A literatura infantil é antes de tudo, literatura; ou melhor, é a arte: fenômeno de criatividade que representa o mundo, o homem, a vida, através da palavra. Funde sonhos e a vida prática, o imaginário e o real, os ideais e sua possível/impossível realização...”.

Nelly Novaes Coelho

Diante da fala da autora acima podemos concluir que, aproximar a leitura das crianças em fase de alfabetização, não pressupõe, necessariamente, um problema de decodificação, mas sim, pressupõe antes aproximá-las de algo que elas, na sua maioria, já conhecem que lhes proporciona em geral experiências divertidas e gratificantes e que fazem parte de sua vida.

O uso do livro em sala de aula, atualmente, tem o objetivo de formar cidadãos críticos e reflexivos, que possam transformar a realidade em que vivem.

Conforme Gregorin Filho (2009. Pág.22) “falar de literatura infantil é de certo modo, vincular determinado tipo de texto com as práticas pedagógicas que foram se impondo na educação, buscando sistematização principalmente após a segunda metade do século XIX.”.

Afirma que “na educação e na prática de leitura no Brasil, do final do século XIX até o surgimento de Monteiro Lobato, os paradigmas vigentes eram o nacionalismo, o intelectualismo, tradicionalismo cultural com seus modelos de cultura a serem imitados e o moralismo religiosos, com as exigências de retidão, de caráter de honestidade de solidariedade e de pureza de corpo e alma em conformidade com os preceitos cristãos”.

Os escritores do século XIX produziram as suas obras por um impulso criador, com uma intenção educativa e para uma determinada assistência embora cada um pudesse imaginar o universo infantil de acordo com as suas experiências pessoais, não há dúvida, que os leitores faziam parte de um grupo restrito: os “socialmente felizes”.

Assim, a Literatura Infantil surge com o propósito explícito de formar a criança e de lhe ensinar comportamentos desejáveis, tendo, portanto, um caráter eminentemente pedagógico. Durante muito tempo as obras infantis foram vistas somente com esta finalidade, a de ensinar. Esse objetivo estaria embutido na própria assimetria do gênero: adultos que escrevem para crianças.

Segundo Gregorin Filho, com surgimento de Monteiro Lobato na cena literária para crianças e sua proposta inovadora, a criança passa a ter voz, ainda que uma voz vinda da boca de uma boneca de pano, Emília. Conclui que a contestação e a irreverência sem barreiras começam a ter espaço e a ser lidas, e adquirem maior concretude coma as ilustrações das personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo.

Para ele, hoje, há uma produção literária/artística para as crianças que não nasce apenas da necessidade de se transformar em mero recurso pedagógico, mas cujas principais funções são o lúdico, o catártico e o libertador, além do cognitivo e do pragmático, já que visa a preparar o indivíduo para a vida num mundo repleto de diversidades.

1.1 A escola, espaço privilegiado para o encontro entre o leitor e o livro.

Embora a literatura tenha deixado ser meramente educativa ela tem sido um fardo tanto para os alunos como para os professores. Não se trabalha a leitura de uma forma dialógica na escola, há uma lista pré-determinada de textos literários a serem trabalhados entre os quais não há espaço para o gosto pessoal, não há espaço para a construção de uma identidade literária. E o professor que tem a tarefa de formar leitores hoje, não viveu, na sua própria formação, este mágico encontro com a linguagem poética.

“... Entretanto, como bem sabemos, entre a conscientização do problema e sua perfeita equação/resolução, medeia um longo caminho (e muitas veredas falsas...) a ser percorrido...”.

Nelly Novaes Coelho

Pensamos que nossos renomados escritores devem ser lidos sim, mas o professor precisa ler com seus alunos e não simplesmente se colocar na posição de avaliador a julgar interpretações. Devemos começar pelos contos, pelas poesias. E intercalar uma leitura mais elaborada com a leitura do aluno. Como defende Zilberman:

ao professor cabe o detonar das múltiplas visões que cada criação literária sugere, enfatizando as variadas interpretações pessoais, porque estas decorrem da compreensão que o leitor alcançou do objeto artístico, em razão de sua percepção singular do universo representado(1987:24).

Torna-se de extrema importância que a escola repense suas ações de leitura. Os jovens estão entrando na vida adulta sem saber ler e sem gostar de ler. Como a população de nosso país é formada por uma maioria de indivíduos carentes, que não trazem de casa uma cultura da leitura, a tarefa de formar crianças e jovens leitores é conferida à escola. Sabemos que ler não é exclusividade da aula de Língua Portuguesa e Literatura, e que é compromisso de todo professor fomentar o gosto pela leitura nos alunos. Mas cabe ao professor de língua e literatura abrir os caminhos para o literário. A leitura literária, a ficção e a linguagem poética permitem ao indivíduo conhecer a si mesmo e ao outro. Um retorno às narrativas, um mergulho na fantasia e no mito que tanto colaboram para a compreensão de sentimentos e do mundo. E o prazer da e pela leitura é construído a partir do fantástico e da imaginação. Não é fácil ser leitor, a leitura não é fácil: requer entrega, concentração, abstração, humildade, requer um querer tão expressivo quanto um poder. É claro que todos os educadores precisam entender a leitura como primordial na formação de cidadão, mas o professor que tem como objeto de estudo e ensino a língua - o professor

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