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As Variaçoes De Lingua

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Por:   •  11/11/2013  •  1.165 Palavras (5 Páginas)  •  250 Visualizações

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AS VARIAÇÕES DA LÍNGUA

Ana Cláudia Fernandes Ferreira anaclau@iel.unicamp.br

“Minha vó contava uma história quandu a família tava reunida , sobri um tiu... achu qui é tiu avô, num sei... bom, essi tiu, chamava Zuardo, mais u nomi deli era pá sê Osvaldo! “. É qui quandu fôru registrá eli, disséru “Osvardo”, tão rápidu, cum um ô qui nem dava pra ouví e cum um érri nu lugar di éli, qui u iscrivão intendeu Zuardo! I intão, ficou assim...”

Ana Cláudia, 04 de maio de 1999

“Pois é. U purtuguêis é muito fáciu di aprender, purqui é uma língua qui a genti iscrevi ixatamenti cumu si fala. Num é cumu inglêis qui dá até vontadi di ri quandu a genti discobri cumu é qui si iscrevi algumas palavras. Im portuguêis, é só prestátenção. U alemão pur exemplu. Qué coisa mais doida? Num bate nada cum nada. Até nu espanhol qui é parecidu, si iscrevi muito diferenti. Qui bom qui a minha lingua é u purtuguêis. Quem soubé falá, sabi iscrevê.”

Jô Soares, revista veja, 28 de novembro de 1990

As variações da língua

Uma definição geral sobre a variação linguística torna-se necessária para um melhor aproveitamento dos textos inicialmente postos.

Podemos entender por dialeto as variações de pronúncia, vocabulário e gramática pertencentes a uma determinada língua. Os dialetos não ocorrem somente em regiões diferentes, pois numa determinada região existem também as variações dialetais etárias, sociais, referentes ao sexo masculino e feminino e estilísticas.

Como exemplo de variação regional, encontramos certas palavras possuindo significados que necessitam de “tradução”, caso de “pastelaria” significando para os brasileiros o lugar onde se vende pastel de carne, queijo e palmito basicamente. Em Portugal vamos à pastelaria comprar pães doces, bolinhos e outras guloseimas do gênero. Um carro velho e muito usado é apelidado de “chocolateria” em Portugal, mas no Brasil não se usa esse termo.

Na cidade de Campinas, um fato interessante merece ser mencionado: As pessoas que vieram de diferentes regiões para essa cidade, convivem entre si e entre os “nativos”, promovendo um “intercâmbio” de dialetos regionais. Esse tipo de fato pode gerar mudanças no dialeto do campineiro.

Existem dialetos que evidenciam o nível social ao qual pertence um indivíduo. Os dialetos mais prestigiados são das classes mais elevadas e o da elite é tomado não mais como dialeto e sim como a própria “língua”. A discriminação do dialeto das classes populares é geralmente baseada no conceito de que essa classe por não dominar a norma padrão de prestígio e usar seus próprios métodos para a realização da linguagem, “corrompem” a língua com esses “erros”. No entanto, as transformações que vão acontecendo na língua se devem também à elite que absorve alguns termos de dialetos de classes mais baixas, provocando uma mudança linguística, e aí o “erro” já não é mais erro... e nesse caso não se diz que a elite “corrompe” a língua.

A camada mais jovem da população usa um dialeto que se contrasta muito com o usado pelas pessoas mais idosas. Os jovens absorvem novidades e adotam a linguagem informal, enquanto os idosos tendem a ser mais “conservadores”. Essa falta de conservadorismo característica no dialeto dos jovens costuma trazer mudanças na língua. Algumas gírias usadas por jovens da década de setenta no entanto não entraram na língua e são hoje em dia raramente usadas como “pisante” para sapato ou “cremilda” para dentadura. A palavra “legal” entretanto, foi aceita e hoje é usada amplamente na linguagem informal, abrangendo todas as faixas etárias.

Esses exemplos comprovam o fato de que nem tudo que é novo e diferente irá se efetivar numa língua, podendo alguns vocábulos simplesmente ir desaparecendo e outros continuarem existindo dentro de um determinado dialeto, ou até abranger seu uso por outros, sem necessariamente cobrir todos os dialetos existentes nessa língua.

As mulheres possuem algumas peculiaridades no uso da língua e os homens possuem outras. Para exemplificar essas variações referentes ao sexo observamos os diminutivos como “bonitinho”, “gracinha”, “menininha”, sendo usados mais pelas mulheres e aumentativos de nomes próprios como “Carlão” e “Marcão”

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