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As Variedades Presentes Na Linguagem Do Cotidiano

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Por:   •  31/8/2014  •  4.186 Palavras (17 Páginas)  •  286 Visualizações

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As variedades presentes na linguagem do cotidiano

Elaine Gomes Maciel

Orientadora:

Resumo

Trataremos nesse artigo da origem do preconceito linguístico, nas suas várias formas, enfatizando e demonstrando que o processo educacional também colabora e favorece para que esse preconceito esteja mais presente no interior das escolas. Temos como objetivo principal desse artigo demonstrar as implicações de um preconceito arraigado para a convivência, visto que por ser um assunto que se passa no meio social. A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica, embasada pelos pressupostos teóricos de PCN`s (1999), Oliveira(2000),Bagno(2002,2003,2004),Araújo(2004) e Saussure(2004).

Palavras-chave: Língua, Linguagem, Preconceito linguístico, processo educacional.

Introdução

O presente artigo visa a reflexão, a pesquisa e a discussão sobre as formas simples de expressões existentes nos dialetos, com a perspectiva de contribuir para superação da superficialidade na abordagem desse tema.

O preconceito linguístico é um conceito que se forma antes do conhecimento real, o qual colabora para desestruturar uma organização social, pois uma simples imposição acaba desestimulando uma pessoa que cercada pelo medo do “erro”, ou não apreende o conhecimento necessário ou se entrega à visão de que não pode fugir de seu fracasso social.

O mesmo vem se enfatizando e possui uma semelhança muito estreita com o processo educacional. A maioria das abordagens do preconceito linguístico se limita a descrevê-lo e denunciá-lo sem apresentar suas raízes sociais e seu envolvimento na dinâmica das lutas sociais, inclusive as existentes no interior do sistema escolar.

O objetivo desse estudo é aprofundar questões relacionadas ao “preconceito linguístico”, apresentado pelas pessoas que demonstram maior habilidade no falar e passam a criticar pessoas carentes, “sem instrução”, que, na maior parte, vivem nas periferias, em ambientes onde as palavras são pronunciadas na norma-padrão. Estes são criticados por sua maneira de falar, não são respeitados, são considerados como inferiores e excluídos ficando à margem da sociedade.

2. Variações linguísticas

É através da distinção entre a língua culta e a linguagem coloquial que dá-se origem ao preconceito linguístico, onde se enfatiza a distinção entre o “certo e errado”. Tal preconceito tem origem no processo de normatização da língua feita pelo sistema escolar e pelos setores intelectualizados da sociedade. As classes sociais privilegiadas incorporam a chamada língua culta e a tomam como uma distinção social que reforça seu privilégio na sociedade.

Acreditar na linguagem como um instrumento importante de comunicação deveria ser um dos principais motivos da aquisição da fala ser tão precoce e essencial, pois é ela é um instrumento de aprendizado parecido com os primeiros passos do educando no ambiente familiar que acontece de maneira natural e incontrolável. Dessa maneira, existe aqui, a responsabilidade de estabelecer o conhecimento como algo essencial, pois este deve em primeiro lugar respeitar os limites do próximo no que diz respeito à sua formação linguística, visto que todo ser humano é dotado da mesma capacidade que o outro.

Segundo os Parâmetros Curriculares (PCN´s),

A língua materna ocupa na área o papel de viabilizar a compreensão e o encontro dos discursos utilizados em diferentes esferas da vida social. É com a língua e pela língua que as formas sociais arbitrárias de visão e divisão do mundo são utilizadas como instrumentos de conhecimento e comunicação. (PCN´s, 1999, p. 191)

A compreensão de língua como um organismo intenso que se desenvolve e se transforma está associada à idade, à estrutura do papel da família e seu envolvimento e nos grupos sociais. A língua é vista em muitos trabalhos como um instrumento de interação humana. A cultura subjetiva, ou seja, os valores e as normas culturais, modela as diferentes formas de interação entre um falante e um ouvinte. Estes valores e normas estão presentes na competência comunicativa dos participantes, ao fazerem determinadas escolhas durante a interação social.

Saussure, o pai da linguística moderna define a fala como um “ato individual de vontade e inteligência” (SAUSSURE, 2004, p. 22). Mais tarde, o linguista Oliveira estudando o conceito de fala, afirma que “Fala é a expressão sonora e articulada do código linguístico realizada por um falante” (OLIVEIRA, 2000, p. 94). Assim, conclui-se que, a fala é uma produção individual, que ressoa no coletivo e se caracteriza pela necessária importância da comunicação e da expressão, pois é através dela que a linguagem é exteriorizada. A fala transmite, ainda, informações que se dispersam entre os homens no meio social em tempo, espaço e aspectos diferentes, fazendo com que o individual passe pela coletividade tornando-se social. E, interando-se na sociedade, o individuo aumenta sua gama de conhecimentos, transmitindo o que aprendeu a outros, formando uma nova teia de aprendizagem.

O conceito de linguagem nos PCNs, é abordado como um patrimônio coletivo e cultural, pois abarca “uma herança social, uma ‘realidade primeira’, que uma vez assimilada, envolve os indivíduos e faz com que as estruturas mentais, emocionais e perceptivas sejam reguladas pelo seu simbolismo”. (PCNs, 1999, p. 125).

Partindo desse pressuposto, podemos considerar a linguagem como uma habilidade que os homens têm de se expressar, de acordo com as necessidades, compartilhando e vivenciando experiências da vida em coletividade. A linguagem tem por finalidade a influência mútua, o entendimento dentro de determinado espaço social, já que é por meio da língua que os homens se organizam e trocam experiências comuns entre os membros de sua comunidade linguística.

O homem cria a linguagem verbal “a fala”, e é por esse meio que expressa seus sentimentos, organiza e transmite seus pensamentos, produz conhecimentos e transforma o espaço, muitas vezes até provocando confrontos entre os indivíduos de determinada sociedade. A linguagem verbal e não verbal constitui sistema de comunicação, fazendo com que permitam a adequação de sentidos que deverão ser partilhados.

Desde que nascemos, estamos mergulhados no mundo da linguagem, da fala, da língua pertencente ao meio em que vivemos. Crescemos dentro da nossa família ouvindo as falas de nossos pais, familiares,

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