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CÁLCULO DE RAÇÃO – DIFERENTES MÉTODOS

Por:   •  1/7/2018  •  Trabalho acadêmico  •  4.337 Palavras (18 Páginas)  •  278 Visualizações

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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO – Campus Piúma

TÉCNICO EM AQUICULTURA – 4° ano / Matutino

Adriel Lucas Balieiro Rodrigues

Ian da Silva de Paula

Leonardo Pinheiro Gaulke

Lucas Furlan Cavallini

Rafael Lara Rezende Cabral

CÁLCULO DE RAÇÃO – DIFERENTES MÉTODOS

Trabalho apresentado como requisito parcial do 1° semestre, valendo 15 pontos no componente curricular: Nutrição de Organismos Aquáticos, ministrado pelo professor Clóvis Roberto dos Santos.

Piúma

2015

1.0 INTRODUÇÃO

        A atividade aquícola vem crescendo muito em todo o mundo nos últimos anos, por ser uma alternativa à pesca, que tem seus estoques reduzidos - fruto de anos de exploração desmedida dos recursos naturais. Porém, mesmo com tanto potencial para a criação de organismos aquáticos em cativeiro e um mercado tão favorável, alguns produtores enfrentam muitas dificuldades em se tratando da nutrição de algumas espécies.

        O alimento ofertado para o animal é a ração, “porção de alimento necessária para manter em bom funcionamento, por certo período, o organismo humano ou animal “(BUARQUE, Aurélio 2001). Este alimento a ser ofertado deve ser de qualidade, visto que, em diversos sistemas de cultivo, é a principal ou a única fonte de macro e micronutrientes da dieta do animal cultivado; sendo assim, a ração é um grande gargalo para a produção de organismos aquáticos, e deve ser muito bem calculada e eficiente, já que também é um dos maiores e mais caros insumos para a produção.

        Os grandes problemas quanto a formulação de ração são o seu preço, dependendo da espécie e da fase a ser cultivada, dos ingredientes a serem utilizados na sua formulação, que tem seus preços flutuando com o mercado, e também a falta de pesquisas na área da nutrição para algumas espécies, o que se torna essencial, ao passo que cada espécie possui diferentes necessidades, que devem ser conhecidas e supridas para um bom desenvolvimento.

        Para tanto, o seguinte trabalho apresenta diferentes métodos para a elaboração de ração, que se tornam muito bem-vindos no dia-a-dia das propriedades, assim como a aplicação de conhecimentos em nutrição e o conhecimento empírico para desenvolver uma ração balanceada e de qualidade, que irá gerar resultados positivos na produção, acarretando em ganhos ao produtor e no desenvolvimento da área, otimizando também o capital utilizado.

        

2.0 DESENVOLVIMENTO

2.1.1 Definição da espécie e categoria

        A aquicultura no Brasil vem buscando avanços no que se refere às pesquisas com espécies nativas, visando a criação de pacotes tecnológicos para estas espécies de grande potencial. Observando as características agressivas de algumas espécies nativas, é possível constatar um grande potencial nesses indivíduos para pesque-pague, na pesca esportiva e recreativa.

        Um dos melhores exemplos de peixes nativos vorazes, com grande potencial para este tipo de atividade é o tucunaré (Cichla ocellaris); peixe encontrado principalmente em ambientes de águas calmas das regiões amazônica e centro-oeste, de hábito alimentar carnívoro e com característica marcante de perseguir suas presas até conseguir captura-las. O tucunaré é uma espécie K estrategista, isto é, desova em menor quantidade e de maneira dividida em várias épocas durante o ano, além de fazer ninhos e apresentar cuidado parental para com sua prole durante as fases iniciais de vida.

        Mesmo com todo o potencial para a comercialização e produção, ainda existem algumas dificuldades para a reprodução do animal, que ainda não conta com um pacote tecnológico montado, o que acarreta em uma escassez de alevinos, que é a fase escolhida para ser objeto neste trabalho. A nutrição nas fases iniciais de vida para esta espécie deve ser muito bem regulada, para que não haja canibalismo e também garantir a boa formação enzimática, muscular, óssea e imunológica do animal.

2.1.2 Necessidades de nutrientes

        Por se tratar de um animal carnívoro, a ração a ser desenvolvida deve conter uma maior porcentagem de proteína, em torno de 40% de proteína bruta, preferencialmente de origem animal, advinda de ingredientes como farinha de peixe, farinha de sangue, farinha de carne e ossos, etc, já que as fontes de proteína de origem vegetal - também utilizadas para baratear o custo de produção do alimento e regular a relação energia : proteína, além de complementar a tabela de aminoácidos – apresentam, em alguns casos, menores valores de digestibilidade se comparados aos apresentados pelos ingredientes de origem animal.

        As formas jovens também necessitam de cuidados especiais quanto a quantidade de energia contida em sua ração, já que apresentam um metabolismo mais acelerado que os animais nas fases subsequentes de vida. Possuem também necessidades especiais quanto ao teor de óleo na ração - uma das principais fontes de energia nas fases iniciais, auxiliando também na manutenção e maturação hormonal dos animais. Os valores de energia bruta na ração para alevinos de tucunaré devem estar, em média, na faixa de 4850 Kcal/Kg de ração, a fim de suprir as necessidades energéticas e garantir um bom crescimento.

        Torna-se essencial nas fases iniciais, a adição de um concentrado ou premix com aminoácidos sintéticos, incluindo a lisina, que é limitante para os peixes, minerais e vitaminas, principalmente o ácido ascórbico (vitamina C), além da vitamina A e minerais como o cálcio e sódio, que garantem a formação de um sistema imune forte, além da boa formação de órgãos e tecidos, desenvolvimento das funções motoras e demais mecanismos metabólicos que garantem a sobrevivência e saúde do peixe nas demais fases de vida.

2.2.0 Métodos de cálculo de ração

2.2.1 Método de tentativa

        Neste método foram utilizados apenas um alimento proteico, um alimento energético e adição de olho de soja para complementação dos valores energéticos:

Ingrediente / MP / Alimento

Na MP

Na Ração

R$/Kg

%PB

EB Kcal/Kg

Kg ou %

R$

% P

Kcal/Kg

Outros

Milho

2,75

9

3990

0,44kg ou 44%

1,21

3,96

1755

 

Farinha de Peixe

2,00

65

4700

0,56kg ou 56%

1,54

36,4

2632

 

Óleo de soja

2,59

0

9000

0,05kg ou 5%

2,59

0

450

 

Desejado

Viável

*

*

100% ou 1kg + óleo

*

40

4820

 

Total

7,34

*

*

1kg + 0,05kg óleo

5,34

40

4837

 

...

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