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FUNÇÕES DA LINGUAGEM

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Por:   •  19/4/2014  •  2.334 Palavras (10 Páginas)  •  502 Visualizações

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Língua oral e língua escrita

A língua verbal, abordada na seção 1.2, é constituida de um sistema de sinais convencionados. Ao comunicar-se, uma pessoa vale-se de um sistema de signos, que ela deve conhecer previamente. Assim, podem-se distinguir um sistema comum a todos os falantes e os atos de comunicação de cada um. Portanto, um sistema coletivo, com atos individuais de comunicação.

Duas são as modalidades principais da língua portuguesa: o português falado e o português escrito. Ainda que utilizado um mesmo nível de linguagem, ambas as modalidades não apresentam as mesmas formas, a mesma gramaticalidade, os mesmos recursos expressivos, ensina Vanoye, em Usos da linguagem. O autor citado, na página seguinte, admite que os níveis de linguagem são menos numerosos na língua escrita que da falada e tais níveis estão diretamente relacionados ao condicionamento sociocultural.

Estabelece-se diferença fundamental entre língua falada e língua escrita. A primeira é livre, desataviada de componentes situacionais; a segunda é presa às regras da gramática e ao padrão considerado culto. Uma é criativa, espontânea; outra cuidada, elaborada. A comunicação pode realizar-se oralmente ou por escrito. Ainda que a língua seja a mesma, a expressão escrita difere muito da oral, podendo-se facilmente comprovar que ninguém fala como escreve, ou vice-versa. Acrescenta-se que a língua oral é anterior à escrita, mas esta, através dos tempos, adquiriu prestígio que supera o da oralidade. A escrita é uma tentativa imperfeita de reprodução gráfica dos sons da língua, como se pode perceber pela grafia dos fonemas. Além disso, entonação, timbre, ênfase , pausas e velocidade da enunciação não representados com rigor graficamente. Os sinais de pontuação, as maiúsculas, o itálico, o negrito, a sublinha, as aspas representam apenas precariamente tais valores.

Tanto a língua oral como a escrita apresentam níveis ou registros. Em situações formais, a expressão se dá com a utilização de um a língua mais gramatical, com pronúncia cuidada. Em situações menos tensas, como a do meio familiar, a língua adquire características de informalidade, e as preocupações com a clareza e a correção tornam-se menos rigorosas.

A situação, como a condição social, a profissão, o grau de instrução, o ambiente, o momento, a região geográfica e outras circunstâncias que envolvem o processo de comunicação (falado ou escrito), determina a escolha deste ou daquele registro lingüístico.

Finalmente, é de salientar que a "língua escrita, ou melhor, a língua literária se nutre da língua falada, sob pena de se tornar língua morta, como sucedeu com o atim", ensina Lima Sobrinho, em A língua portuguesa e a unidade do Brasil. E mais à frente acrescenta: "outro aspecto a considerar, é o de que não há oposição irredutível entre as duas linguagens, a falada e a escrita, mas uma interação, que admite graus diversos de influência da língua falada na língua escrita.

VARIAÇÕES LINGUISTICAS

A língua portuguesa, como qualquer outra, configura-se como um conjunto de variantes, isto é, não é um todo uniforme. Parafraseado Carvalho, embora se fale português em Manaus, Salvador, Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, todos estamos de acordo que, ainda que sejam pequenas as divergências observadas, não se fala em Recife da mesma forma como se fala em Sorocaba ou Piracicaba, cidades do Estado de São Paulo. As Divergências aumentam se compararmos a Língua Portuguesa falada em Portugal com a falada em qualquer cidade Brasileira. É de salientar também que, embora dentro de uma mesma cidade, não se falam de forma idêntica seus moradores. Assim é que existe a diversidade, "realizando-se pois o que, na expressão de Schuchardt, constitui a unidade na variedade na unidade".

Há diferenças que são devidas às diferentes camadas sociais; nesse caso, a variante recebe o nome de diastrática. Se a variação ocorre entre diferente gerações, chama-se diafásica. A variação que se verifica em um mesmo indivíduo que adapta sua linguagem ao contexto ou à situação (mais ou menos formal) chama-se registro ou dialeto.

A diversidade lingüística, portanto, provém não apenas da mudança de um agrupamento geográfico para outro ou de um indivíduo para outro (variante sociocultural), mas também do comportamento lingüístico de um mesmo indivíduo. Este não utiliza a mesma variante em todas as suas atividades lingüísticas: meio familiar utilizará uma variante diversa daquela de que se vale meio social; no exercício de sua atividade profissional manifestar-se-á de modo diferente daquela utilizado numa roda de bar. Varia ainda o registro lingüístico se ele estiver numa situação formal, como numa conferência, ou numa conversa afetiva.

Níveis de linguagem

Dino Preti classifica os níveis de linguagem do ponto de vista sociolinguistico, considerando três níveis culto, comum e popular. O nível culto caracteriza-se como uma linguagem que se utiliza da língua-padrão, desfruta de prestígio, é utilizada em situações formais e os altamente escolarizados. É a linguagem usada pela literatura e modalidades variadas da língua escrita; apresenta sintaxe complexa, vocabulário amplo e técnico, é gramatical. Já o nível popular ocupa o outro extremo do eixo. São suas caraterísticas: dupadrão lingüístico, ausência de prestígio, uso em situações informais, falantes pouco ou não escolarizados, simplificação sintática, vocabulário restrito, uso de gíria e linguagem obscena; nesse caso, a linguagem distancia-se da gramática. Intermediando estas categorias, culto e popular, há o nível comum, uma variante de linguagem nem tão tensa nem tão distensa, empregada por falantes medianamente escolarizados e pelos meios de comunicação de massa. Evidentemente, tal caracterização não pode se rígida, pois não há limites estanques entre um nível e outro.

Nível culto. A linguagem formal é elaborada de acordo com as normas gramaticais. É burocrática, artificial e conservadora, precisa, impessoal, destituída de espontaneidade e, não raro de graça e beleza.

Linguagem técnica e científica. Está é outra modalidade de linguagem que se aproxima no nível culto. Para Carvalho, as linguagens especiais são principalmente linguagens técnicas.

A linguagem técnica é um tipo de registro verbal que pertence ao nível culto. Consiste no uso de uma linguagem que se apoia também na gramaticalidade para transmitir a idéia de precisão, de rigor, de neutralidade. Utiliza vocabulário específico para designar instrumentos utilizados em determinados ofício ou ciência, ou para

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