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INTERTEXTUALIDADE

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Por:   •  27/9/2013  •  Seminário  •  1.178 Palavras (5 Páginas)  •  832 Visualizações

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INTERTEXTUALIDADE

Para entender o que é o conceito de "intertextualidade", um exemplo divertido. O jogo do "não confunda"

• Não confunda "bife à milanesa" com "bife ali na mesa."

• Não confunda "conhaque de alcatrão" com "catraca de canhão."

• Não confunda "força da opinião pública" com "opinião da força pública."

Como se vê, é possível elaborar um texto novo a partir de um texto já existente. É assim que os textos "conversam" entre si. É comum encontrar ecos ou referências de um texto em outro. A essa relação se dá o nome de intertextualidade. A expressão intertextualidade, ou a relação que um texto estabelece com

outros textos, segundo Meserani (1995), foi criada por Júlia Kristeva, nos anos sessenta, para assinalar o fenômeno da relação dialógica entre os textos, segundo a autora, “Todo o texto constrói-se como mosaico de citações, todo o texto é absorção e transformação de um outro texto.”

As várias formas que as relações intertextuais podem assumir, fazem da intertextualidade um dos recursos mais recorrentes na linguagem. Sendo considerada por muitos autores como um recurso que redistribui a linguagem. E uma das formas dessa reconstrução é a de permutar textos, fragmentos de textos, que existiram ou existem próximo do texto considerado, e, por fim, dentro dele mesmo. Essa idéia exprime o fato que todo texto é um intertexto: outros textos estão presentes nele, em níveis diversificados, sob formas mais ou menos reconhecíveis.

Na atualidade observa-se a abundante utilização da intertextualidade na composição de diversos textos que surgem da mídia. O aparecimento desse recurso na propaganda ou em gêneros de cunho jornalístico faz com que esse fenômeno seja, além de uma característica própria dos textos literários, um recurso a que o enunciador lança- mão para produzir textos criativos e mais voltados para chamar a

atenção do seu público alvo.

A presença de intertextos é comum na venda de produtos e serviços. Tal aparecimento denota a característica essencialmente híbrida da linguagem, que será intrinsecamente maleável em suas diferentes utilizações.

Para ilustrar tal mobilidade da composição textual, observe o exemplo abaixo que constitui uma interessante construção mostrada.

Em um dos anúncios da Bom Bril, o ator se veste e se posiciona como se fosse a “Mona Lisa”, de Da Vinci. O slogan que o acompanha diz: “Mon Bijou deixa sua roupa uma perfeita obra-prima”. Esse enunciado sugere ao leitor que o produto anunciado deixa a roupa bem macia e perfumada, ou seja, uma verdadeira obra-prima ( referindo-se ao quadro de Da Vinci). Vale destacar que, neste caso, a intertextualidade não assume a função apenas de persuadir, como também de difundir a cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte.

A competência em leitura e em produção textual não depende apenas do conhecimento do código lingüístico. Para ler e escrever com proficiência é imprescindível conhecer outros textos, estar imerso nas relações intertextuais, pois um texto é produto de outro texto, nasce de/em outros textos.

A essa relação (que pode ser explícita ou implícita) que se estabelece entre textos dá-se o nome de intertextualidade. Ela influencia decisivamente, no processo de compreensão e de produção de textos.

Quem lê deve identificar, reconhecer, entender a remissão a outras obras, textos ou trechos. As obras científicas, os ensaios, as monografias, as dissertações, as teses, por exemplo, remetem explicitamente a autores reconhecidos, que corroboram os pontos de vista defendidos. A compreensão de uma charge de jornal implica o conhecimento das notícias do dia. A leitura de um romance, conto ou crônica aponta para outras obras, muitas vezes de forma implícita.

Nossa compreensão de um texto depende assim de nossas experiências de vida, de nossas vivências, de nosso conhecimento de mundo, de nossas leituras. Quanto mais amplo o cabedal de conhecimentos do leitor maior será sua competência para perceber que o texto dialoga com outros, por meio de referências, alusões ou citações, e mais ampla será sua compreensão.

Quando a intertextualidade é intencional, ela pode se manifestar em diferentes níveis. O intertexto, portanto, não se refere apenas a textos literários, mas também a músicas, imagens – vídeos, filmes, todos os recursos visuais. Assim, em uma composição musical, no lançamento cinematográfico, na animação que se assiste em casa, na publicidade, nas pinturas e outras artes plásticas, enfim, em todas as linguagens artísticas, está presente a intertextualidade.

Dependendo da situação, assumem funções diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela é inserida.

Tipos de intertextualidade:

Epígrafe: É um pequeno trecho de outra obra, ou mesmo um título, que apresenta

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