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O SICKO DOCUMENTÁRIO

Por:   •  25/8/2022  •  Resenha  •  655 Palavras (3 Páginas)  •  149 Visualizações

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Gilmara Silva Santos

Documentário SICKO: SOS saúde

MOORE, MICHAEL; Documentário SICKO: SOS saúde, Estados Unidos, 2007. Vimeo

   

     Com as obras Tiros em Columbine (2002), Fahrenheit 11 de setembro (2204) e Capitalismo- uma história de amor (2009) no currículo, o documentarista, escritor e cineasta Michael Moore é conhecido por suas famigeradas críticas sociais expressas no seu trabalho e busca sempre pautar questões que atravessam o âmbito social, econômico e de sistema utilizando de reflexões para trazer suas mensagens ao público.

    Norteado para a sociedade estadunidense e suas relações com o sistema de saúde nacional, o documentário Sicko escancara perspectivas não convencionais acerca do funcionamento de sistemas em solo norte-americano, bem como estabelece paralelos comparativos entre o modus operandi de outros países, como Cuba, Inglaterra, França e Canadá no mesmo setor.

     Trazendo consigo relatos, denúncias e apontamentos sobre quais valores impulsionam as engrenagens por trás das grandes corporações na indústria de saúde americana e os efeitos de seus propósitos na sociedade, a obra denota grandes fragmentações operacionais em termos de funcionabilidade e eficiência dos convênios (único serviço de saúde coletiva disponível no país) uma vez que exprime a dificuldade corriqueira da população para usufruir de seus benefícios.

     Através da narrativa de movimentações políticas da ex-primeira-Dama Hillary Clinton, o longa se expande para além das questões puramente estruturais e também busca pautar reflexões acerca de como o governo e grandes empresas de planos de saúde obtém lucro em cima do sistema neoliberalista a ponto de escandalizar, através de manobras políticas e midiáticas, qualquer tipo de movimentação que se oponha a ele, chegando a relacionar tentativas de implementação de um sistema de saúde público ou políticas que visem maior abrangência do mesmo para a população, ao socialismo.

    Partindo das críticas ao sistema de saúde unido a iniciativa privada é que se moldam as discussões inseridas no documentário e a partir delas abrem-se um leque de pautas a serem abordadas, sobretudo quando levadas em consideração a partir da percepção analítica e comparativa, em paralelo a demais nações. Ao deparar-se com tais problematizações é uma missão quase impossível não estabelecer correlações com o Brasil e seus sistemas públicos (principalmente o de saúde, que, no caso, é o tópico principal) devido a suas peculiaridades notáveis como a existência do SUS (Sistema Único de Saúde), se compreendidos em ópticas econômicas, uma vez que o Brasil, possuindo 21 vezes menos o PIB estadunidense, aplica de maneira curiosa a continuidade de um meio de viabilização para o acesso a saúde de qualidade e gratuita para todos os cidadãos, ainda que sub-financiado.            

   De longe o forte da obra não é a praticidade da dissertação do tema e isso é notoriamente compreendido ao deparar-se com a duração de 2 horas de um conteúdo denso, com muitas camadas e percepções diversas compondo um só viés do qual pudera vir a ser mais enxuto e não menos impactante. Contudo o documentário como um todo é bem fundamentado e denota uma discrepância entre a visão midiática imperialista norte americana e a realidade recheada de controversas que compõem-se na população de uma das nações mais fantasiosas e glamourizadas da contemporaneidade.

    Indicada para público acadêmico geral, tanto médio, quanto superior, Sicko é um explanar de ideias que perambulam pelo ar sem a devida atenção e que, por vezes, se fazem um impedimento no avanço de políticas públicas efetivas e medidas partidas da sociedade para aprimoramento de serviços nacionais utilizando do discernimento crítico e análise de aplicações diversas em demais países a nível de conseguirmos separar falácias ideológicas e revertidas de marketing geopolítico da real funcionabilidade do Estado e governo enquanto agentes presentes e efetivos no fornecimento de amparo e disponibilização de serviços de saúde de qualidade a população.

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