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Resenha Preconceito Linguístico

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Por:   •  27/9/2014  •  1.365 Palavras (6 Páginas)  •  1.185 Visualizações

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Como se constitui o preconceito linguístico.

Preconceito linguístico: o que é, como se faz (Marcos Bagno, 48ª e 49ª edição: junho de 2007, EDIÇÕES LOYOLA, São Paulo, Brasil, 1999), aborda uma tese, a qual diz-se que “o brasileiro não sabe o português”, e que “o português é muito difícil”, então, aqui estão alguns dos mitos que constroem o preconceito linguistico presente na cultura brasileira. Tudo está relacionado à confusão que fazemos entre língua e gramática. Aprenda a separar uma coisa da outra com esse livro.

No primeiro capítulo: “A mitologia do preconceito linguístico”, temos oito mitos, e veremos até que ponto, eles são verdade ou fantasia:

Mito nº 1: “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente”, o outor nos diz que esse é o maior e mais sério dos mitos, pois ele prejudica a diversidade da nossa língua, quando escolas não respeitam a variabilidade dos povos, das classes socias, da idade, do status social, da extensão territorial e etc, e tentam assim, impor uma norma linguística, como se ela fosse comum a todos os brasileiros.

Mito nº 2: “Brasileiro não sabe português / Só em Portugal se fala bem português”, claro que isso é uma grande bobagem, isso surgiu pelo fato do Brasil ter sido colônia de Portugal, no entanto, nosso português é muito diferente do português falado em Portugal, tanto é que linguistas preferem usar o termo português brasileiro. Portanto, o brasileiro sabe sim falar o português, e até mesmo os próprios portugueses cometem erros contra sua gramática.

Mito nº 3: “Português é muito difícil”, está ligado ao segundo mito, mas ele não pode ser verdadeiro, pois uma criança de 3 a 4 anos já sabe falar perfeitamente sua língua materna, o que ela não sabe são suas sofisticações. Isso se aprende com leitura e estudos. Se muitos ainda continuam achando que o português é difícil, é porque continuam se baseando nas normas portuguesas. Gramáticos tradicionalistas querem nos fazer aprender regras que não se usam mais, fazendo dessa dificuldade, uma boa saída comercial. O fato é que, somente eles têm esse domínio.

Mito nº 4: “As pessoas sem instrução falam tudo errado”, nos dá exemplos de pessoas que trocam o L pelo R, e por isso são consideradas ignorantes. Estudos nos mostram que não estamos diante de “atrasos mentais”, e sim, de fenômenos fonéticos que contribuíram para a formação da nossa língua padrão. Como por exemplo, as palavras branco e praga, ambas descendentes do latim, que em sua origem, eram escritas “blank” e “plaga”. Também temos o preconceito contra determinadas regiões, como os nordestinos por exemplo, que são ridicularizados em sua maneira de falar, principalmente em papéis de novela, onde qualquer personagem nordestino fala errado, e de uma maneira que provoque o riso. Essa atitude, no entanto representa uma forma de marginalização e exclusão.

Mito nº 5: “O lugar onde melhor se fala português no Brasil é o Maranhão”, outra bobagem, que está ligado ao português de Portugal. No Maranhão, ainda se usa o pronome tu, acompanhado de formas verbais clássicas terminadas em s, como por exemplo, “tu vais?”, pelo fato disso coincidir com a forma de se falar em Portugal, perpetua o mito de que o Maranhão é o lugar onde melhor se fala o português.

Mito nº 6: “O certo é falar assim porque se escreve assim”, Nenhuma língua é falada do mesmo jeito em todos os lugares, pois existe uma variação, mesmo assim querem obrigar o aluno a pronunciar da mesma maneira que se escreve, como se existisse uma única forma correta de falar o português. Seria mais justo ensinar ao aluno que ele pode dizer bunito ou bonito, mas só se deve escrever bonito.

Mito nº 7: “É preciso saber gramática para falar e escrever bem”, Este é o mito mais aceitável de todos, porém está ligada à uma confusão de língua e gramática normativa, e é preciso desfazê-la. Não é a gramática normativa que estabelece a norma culta, a norma culta simplesmente existe, a tarefa da gramática seria definir e identificar os falantes cultos, coletar essa língua falada por eles e nos descrever de forma clara. Então, o que invalida esse mito, é que se assim fosse, todos os gramáticos seriam escritores, e todos os escritores seriam gramáticos.

Mito nº 8: “O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social”, último mito descrito por Bagno, tem muito que ver com o primeiro, pois ambos os mitos tocam em questões sociais. Muitos dizem que a norma padrão conservadora, tradicional, literária, clássica é que tem de ser ensinada nas escolas, porque ela é um “instrumento de ascensão social”. Se assim fosse, o professor estaria no topo da pirâmide social, econômica e política do país. Ensinar a norma culta a uma criança com o propósito de que ela suba na vida, de nada adianta se ela não tiver acesso a luz elétrica, água encanada, rede de esgoto e uma casa para morar, a norma culta não é uma fórmula mágica que resolve nossos

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