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Romantismo No Brasil

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Por:   •  6/3/2015  •  1.603 Palavras (7 Páginas)  •  180 Visualizações

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. Contextualização do Romantismo no Brasil

a) Contexto Político-social

O Romantismo no Brasil tomou expressões diferentes daquelas que apresentava na

Europa. Enquanto que na Europa representou o pleno triunfo burguês, o coroamento das suas

conquistas conseguidas através da sua aliança com o povo, no Brasil essa aliança existe entre

uma burguesia muito fraca e os proprietários territoriais. A burguesia tentava imitar os

hábitos, os costumes e assemelhar-se o máximo possível aos proprietários. Entretanto, o

contexto socio-económico em que o Romantismo apareceu e se desenvolveu, marca o

primeiro passo no sentido de uma literatura nacional.

Em 1808, a cidade do Rio de Janeiro sofreu um processo de transformação, a

urbanização após a chegada ao Brasil da Corte portuguesa tornando-se propícia à divulgação

das novas ideias Europeias. Após 1822, com o Brasil independente, cresce um sentimento de

nacionalismo, busca-se um passado histórico, exalta-se a natureza pátria; as mesmas

características já cultivadas na Europa servem perfeitamente à realidade Brasileira para

ofuscar profundas crises sociais, financeiras e económicas.

Após a proclamação da independência, 1822, era necessário consolidá-la, pois em

1823, governadores de algumas províncias não a queriam aceitar. De 1823 a 1831, o Brasil 22

viveu um período conturbado como reflexo do autoritarismo de D. Pedro I: a dissolução da

Assembleia Constituinte; a Constituição outorgada; a Confederação do Equador; a luta pelo

trono português contra seu irmão D. Miguel; a acusação de ter mandado assassinar Líbero

Badaró e, finalmente, a abolição da escravatura. Segue-se o período regencial e a maioridade

prematura de Pedro II.

É neste ambiente confuso e inseguro que surge o Romantismo brasileiro, carregado de

lusofobia e, principalmente, de nacionalismo. O sentimento nacionalista demoraria a surgir.

Para a elaboração da Constituição havia um Partido Brasileiro, de que fazia parte José

Bonifácio, dominado pelos fazendeiros, mas dividido em aristocratas e democratas e um

Partido Português representante dos militares, funcionários e comerciantes, na sua maioria

portugueses que pretendiam a recolonização.

O exército brasileiro não se encontrava bem estruturado nem bem treinado, por isso, o

«Patriarca da Independência», Bonifácio de Andrada e Silva, teve de o organizar, para

enfrentar as lutas que se sucederam em vários estados e até no próprio Rio de Janeiro. Eram

lutas de carácter nativista, isto é, apenas contra portugueses.

No final do Romantismo brasileiro, a partir de 1860, as transformações económicas,

políticas e sociais levam a uma literatura mais próxima da realidade; a poesia reflecte as

grandes agitações, como a luta abolicionista, a Guerra do Paraguai, o ideal de República. E,

dá-se assim a decadência do regime monárquico.

b) Contexto Literário

O Romantismo no Brasil inicia-se em 1836, quando Gonçalves de Magalhães publicou

em França a Niterói, revista brasiliense, e no mesmo ano lança um livro de poesias românticas

intitulada Suspiros Poéticos e Saudades, e perdurou até 1881, aquando do surgimento d’O

Mulato, de Aluísio de Azevedo, que deu início à reforma realista e naturalista.

Cronologicamente, o primeiro romance brasileiro foi O Filho do Pescador, publicado em

1843, da autoria de Teixeira e Sousa (1812-1881).

No Brasil, o momento histórico em que surge o Romantismo, deve ser visto a partir

das últimas produções caracterizadas pela sátira política de Gozara e Silva Alvarenga e

também com as ideias de autonomia comuns naquela época. Um dos factos mais importantes

do Romantismo foi a emergência de um “novo público” visto que a literatura se tornou mais

popular, o que não acontecia noutras épocas. O Romance aparece como forma “mais

acessível” de manifestação literária. No teatro há o abandono das formas clássicas.

Com o liberalismo burguês, e os primeiros cursos universitários (1827), o estudante e

a mulher passam a representar, na sociedade brasileira, um mercado consumidor a ser 23

atingido. Após a vinda para o Brasil da família real, a imprensa passa a existir, e com ela, os

folhetins que tiveram um papel importante no desenvolvimento do Romance romântico.

Massaud de Moisés afirma que durante o Romantismo imperaram o «eu», a anarquia,

o liberalismo, o sentimentalismo, através da poesia, do romance, do teatro e do jornalismo

(que estava a surgir nessa época). Para o referido especialista, a época romântica pode ser

dividida em três momentos: o primeiro corresponde ao período de implantação e definição do

novo credo cultural (representado por Gonçalves Dias, na poesia, Joaquim Manuel de Macedo

e José de Alencar na prosa e Martins Pena no teatro);

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