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UM NOVO OLHAR SOBRE O ESPAÇO DA CRECHE E DA PRÉ-ESCOLA

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Por:   •  6/5/2014  •  1.650 Palavras (7 Páginas)  •  1.041 Visualizações

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UM NOVO OLHAR SOBRE O ESPAÇO DA CRECHE E DA PRÉ-ESCOLA

Atualmente a escola tem se tornado uma das mais importantes instituições sociais, uma vez que por meio dela, as crianças vão se apropriando de valores, permitindo-as à socialização, à humanização e a autonomia. No entanto, quando nos voltamos para a educação infantil, no que diz respeito a creche e a pré-escola, muitos educadores ainda têm dificuldades em tratar temas como este “creche e pré-escola é lugar de criança?”.

Essas atitudes decorrem, pois, dos objetivos traçados, das metodologias, das avaliações, dos recursos utilizados, da organização desse espaço das instituições infantis, bem como das relações que podem acontecer nesse espaço. A grande questão é: para quem estão pensados e de que forma podemos, como educadores, nos envolver no processo de construção de uma pedagogia educacional infantil voltada para o desenvolvimento integral da criança.

“É de fundamental importância que as instituições possam pensar seus espaços, materializando assim, suas concepções, num processo que envolva todos, crianças, profissionais, e familiares, considerando seu contexto e levando em conta suas especificidades culturais.” (AGOSTINHO, 2003).

Nesse sentido, vale questionarmos ainda, os espaços de creches e pré-escolas com as quais nos deparamos estão sendo criados, ou melhor, construídos e pensados para as crianças ou para os interesses somente de governantes, em construir mais uma escola, sem levar em consideração a qualidade, mas a quantidade?, uma vez que a escola tendo a criança como foco, constroe além de um espaço, um ambiente onde ela possa vivenciar suas emoções que a farão expressar sua maneira de pensar, bem como a maneira como vivem e a sua relação com o outro, com o mundo.

De modo geral, o que vemos, na maioria, são creches e pré-escolas no modelo “projeto-padrão”, como descreve Kátia Adair Agostinho (2003):

“... Predominando linhas retas, o plano térreo, com salas seriadas, que separam as crianças por faixa etária, segundo a lógica da escola, prevendo para o convívio coletivo entre as crianças a área construída, e em alguns casos um pátio coberto, objetivando com isto a economia, os baixos custos, a homogeneização, uniformização, padronização, que obscurece, escamoteia, omite as diferenças, prevalecendo assim as repetições mecanizadas que desfavorecem as interações e minimizam as possibilidades de reação frente ao estabelecido, negando aos seus usuários e a comunidade em geral sentido de impertinência”.

Dessa forma, as instituições escolares infantis construídas no “projeto-padrão” pouco possibilita a movimentação das crianças, a liberdade, a criatividade que devem ocorrer dentro desses espaços com alunos na faixa etária de 0 a 6 anos, pois é com a exploração desse espaço disponível às crianças que se constroe o conhecimento.

Por outro lado, muitos professores conseguem tornar esses espaços diferentes. Eles organizam o espaço da escola buscando uma proposta totalmente voltada para o bem-estar das crianças, com o intuito de “construir” alternativas para o grupo como um todo, facilitando assim, as interações, de modo a promover espaços adequados para os pequeninos.

Para isso, preparam a sala de aula, bem como os outros espaços da instituição, usando a imaginação, os móveis, as cores das paredes e outros, em prol de facilitar e incentivar maior mobilidade e autonomia, ou seja; um espaço rico de informações para a vida das crianças.

Esses educadores conseguem transformar locais “sem vida”, em um ambiente acolhedor, utilizando murais, dividindo a sala em pequenos “cantinhos”, permitindo assim, que crianças se apropriem colocando suas marcas, alterando-os e transformando-os, ou seja; a criança personalizando à sua maneira o seu espaço.

“Os adultos têm a responsabilidade de disponibilizarem, equiparem, organizarem e planejarem a utilização dos espaços da instituição. A organização de espaços diversos e plurais rompe com a lógica do uniforme, igual, oportuniza vivências heterogêneas para o grupo de crianças, distanciando-se de uma perspectiva homogeneizada que prevê que todos façam a mesma coisa no mesmo tempo, rompendo assim com práticas adultocêntricas e com modelos escolares, respeita ritmos e modelos pessoais, enriquecendo as práticas da educação infantil com atividades significativas e prazerosas para crianças e adultos.” (AGOSTINHO, 2003)

De acordo com uma pesquisa realizada em uma instituição pública no município de Florianópolis por Kátia Adair Agostinho, pesquisa esta denominada “o espaço da creche: que lugar é este?”, a professora pode observar permanentemente a atuação de cada criança, dos grupos de crianças, a fim de descobrir possíveis indicações dadas por elas que pudessem fornecer subsídios necessários à implementação de um espaço educacional infantil pensados totalmente para elas.

Para a pesquisadora, as crianças deixam claro que “querem um lugar que possam brincar, sozinhas, acompanhadas de outras crianças ou de adultos”. Ter um espaço onde elas conheças e nele se movimentem livremente, e isso ficou comprovado através das observações e de fotografias feitas durante o tempo em que esteve na escola.

“As crianças em sua inteireza, corpo, mente, coração e alma nos apontam querer um lugar/espaço de brincadeira, para brincadeira, com brincadeira, em consonância com que os estudos vem indicando para a prática na educação infantil.” (AGOSTINHO, 2003).

Sendo assim, as crianças indicam vários espaços, como o “da brincadeira”, o “da liberdade”, o “do movimentar”, o de “se encontrar”, o de “viver coletivamente”, o de ficar “só no seu canto” e o de “sonhar”. Para Kátia, a autora da pesquisa, um exemplo de um “lugar de liberdade”, no caso da escola em estudo, é o parque. Para ela, no parque sobressai nas crianças a alegria, a satisfação, a urgência em estar em contato com a natureza.

Dessa forma, as crianças buscam o “brincar-livre”, inventam, constroem, associam a imaginação a outros recursos ali existentes. Porém, é necessário o “olhar atento” do adulto, bem como sua cooperação, subsidiando as brincadeiras, organizando e propondo novos elementos a elas.

Vale ressaltar que em muitas instituições escolares infantis, os espaços são restritos, pequenos, permitindo pouca movimentação. As crianças por insistência de alguns professores passam a maioria do tempo sentadas,

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