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AGRICULTURA FAMILIAR EM ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS: A DIMENSÃO DAS TRANSFORMAÇÕES NA QUALIDADE DE VIDA DOS PRODUTORES RURAIS ASSOCIADOS –

Por:   •  15/8/2018  •  Projeto de pesquisa  •  2.606 Palavras (11 Páginas)  •  332 Visualizações

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MAYSA DE PAULA PACHECO

AGRICULTURA FAMILIAR EM ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS: A DIMENSÃO DAS TRANSFORMAÇÕES NA QUALIDADE DE VIDA DOS PRODUTORES RURAIS ASSOCIADOS – O CASO APROVAPI/ VALE DO PIRANGA - MG

Projeto de pesquisa a ser submetido à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação da Universidade Federal de Viçosa.

VIÇOSA-MG

Setembro de 2007


  1. Introdução

1.1 – Contextualização geral

Grande parte dos alimentos consumidos pela população brasileira provém da agricultura familiar. Neste tipo de agricultura, os próprios membros da família realizam atividades relacionadas à exploração principal ou às estratégias de produção, de modo a contribuir para a manutenção e reprodução do grupo familiar e para exploração de suas terras. Essas pessoas unem seus esforços em prol do bem-estar e de melhores condições de vida para todo o grupo familiar, trabalhando geralmente em pequenas áreas nas quais vivem o proprietário e sua família, e da quais retiram seu sustento próprio.

Para Dias (2006) o conceito de agricultura familiar pode ser formado observando-se as características comuns a todas as formas de agricultura familiar: presença de uma família na unidade de produção agrícola; busca prioritária da segurança alimentar da família; ampla preocupação com a reprodução social de um modo de vida, trabalho e produção; relevante informalidade nos processos produtivos; importância das relações de parentesco, compadrio e vizinhança; aproveitamento da força de trabalho ou esforço de membros da família que muitas vezes não encontraria trabalho fora das unidades produtivas; cultura de produção e de relacionamento com o mercado onde a produção para auto-sustentação, independência e autonomia relativa da família agricultora tem um importante papel na definição das estratégias de produção e na divisão do trabalho.

Ribeiro (2001) afirma que a pequena exploração familiar, além de ser importante para a economia das famílias, do município e do País, é uma forma de manter a população ocupada no campo, evitando assim o êxodo rural e conseqüente inchaço das cidades, mas para que isso aconteça é necessário que se garanta disponibilidade de infra-estrutura básica nas proximidades da unidade produtiva, ou seja, disponibilidade de assistência médica e odontológica próxima e eficiente, escola para os jovens, eletrificação da propriedade, estradas bem conservadas, transporte acessível, entre outras.

O que se observa nos dias atuais é uma relevante pressão, cada vez mais intensa, no que se refere aos pequenos agricultores familiares, devido à intensificação do processo de internacionalização das economias capitalistas, que levou a uma acentuação da concorrência entre produtos nacionais e estrangeiros.

Assim sendo, os produtores são levados a buscar alternativas para solucionar seus problemas de produção e disponibilizar seus produtos em um mercado cada vez mais competitivo, a fim de evitar uma possível migração para a zona urbana, buscando evitar a lógica da sociedade capitalista, onde, diferentemente dos espaços de menor escala, o modelo de desenvolvimento local apresenta a exploração do produto do trabalho como característica relevante, o que pode promover a expropriação de grande contingente de pequenos agricultores e trabalhadores rurais e aumentar a dificuldade de acesso aos recursos necessários a produção, comercialização e consumo de bens e serviços.  

Dentre as alternativas buscadas pelos agricultores familiares é o associativismo entre grupos comuns, que tem se revelado uma estratégia eficaz para ampliar as possibilidades de reprodução social. O incentivo a essa alternativa vem ocorrendo em razão da percepção, por parte de ONGs e intelectuais, de que o fortalecimento das relações sociais pode funcionar como uma condição para fixação do homem no campo, mediante a promoção de um desenvolvimento local integrado e sustentável.

Uma das estratégias recomendadas tem sido o incentivo ao desenvolvimento local, por meio da formação, ampliação e efetividade do capital humano, social e institucional. Segundo Chile apud Macedo Filho (2003), o capital humano sustenta-se no valor dos recursos humanos (atitudes, história, habilidades, educação, capacitação, uso do conhecimento, saúde, bem-estar), enquanto o capital social é um componente do capital humano que permite aos membros de determinada sociedade dar sentido às relações de cooperação e intercâmbio para a formação de grupos e associações. Já o capital institucional consiste no estoque de instituições existente em determinada região, que possui como característica relações de complementaridade e de cooperação, com flexibilidade e determinada identidade local.

Faz-se necessário uma relação sinergética entre esses capitais de forma que possam ser executadas mudanças capazes de elevar as oportunidades sociais, a viabilidade econômica e as condições de vida da população, para que se promova o desenvolvimento local sustentável (MACEDO FILHO, 2003).

Pode-se afirmar ainda, que para obter um desenvolvimento local sustentável devem-se observar fatores não apenas relacionados à renda familiar, mas também à situação no trabalho, na família, nas redes de convivência social, destacando-se assim a qualidade de vida da família, como afirma Santos (1999). A qualidade de vida apresenta um caráter relativo, porém significante, na medida em que se busca comparar e medir situações individuais e coletivas e valorizar horizontes desejáveis de grupos sociais.

Hallal e Garcia (1997) sugeriram que qualidade de vida em sua essência pode ser traduzida pela satisfação em viver e definem qualidade de vida como sendo o grau de satisfação atingido, no âmbito de diferentes áreas: física, psicológica, social, de atuação, material e estrutural. Segundo Abotareo (1979), apud. Hallal e Garcia (1997), qualidade de vida se refere às condições necessárias para satisfazer adequadamente as necessidades básicas e culturalmente definidas, indispensáveis para o desenvolvimento normal do potencial de sua capacidade, sem menosprezar indevidamente seu meio ambiente físico e natural.

        Segundo Guerreiro e Hoyos (1985), apud. Monte e Paula (1997) a qualidade de vida está relacionada com as opções econômicas e com o tipo de necessidades familiares e pessoais do indivíduo.

        Sabe-se que para avaliar a adequação ou a inadequação do bem estar familiar, deve-se ter indicadores subjetivos, que reflitam as percepções e avaliações dos indivíduos sobre sua qualidade de vida (LADEIRA et al., 1997).

  1. - O problema e sua importância

O problema da pesquisa está calcado no aprofundamento de conhecimentos, repassados pelos próprios associados da APROVAPI e por seus familiares, sobre transformações ocorridas na vida dos agricultores, tendo como pressuposição que estas mudanças podem ter sido influenciadas pelas ações desenvolvidas pela Associação, com reflexos positivos tanto no âmbito dos atores sociais diretamente envolvidos, que seriam os pequenos agricultores, quanto também daquelas pessoas indiretamente envolvidas, estando aí incluída a família de cada um dos associados.

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