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Anarquismo

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Por:   •  17/9/2013  •  Resenha  •  1.262 Palavras (6 Páginas)  •  384 Visualizações

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A história começa no século XII, quando o monarca inglês Henrique II tentou anexar a ilha da Irlanda ao seu reinado. Os irlandeses resistiram até o século XVII, mas, a partir daí, milhares de britânicos passaram a se transferir para lá. "O processo foi organizado para atrair colonos da Inglaterra, da Escócia e do País de Gales através de generosas ofertas de terras, com o objetivo de transplantar toda uma sociedade para a Irlanda", diz o antropólogo John Darby, da Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos. Os recém-chegados eram, em sua maioria, protestantes - enquanto os irlandeses seguiam a religião católica. Assim, o mesmo território passou a ser ocupado por dois grupos hostis, um acreditando que suas terras haviam sido usurpadas e o outro temendo rebeliões. Entre as várias províncias da ilha, a de nome Ulster, ao norte, concentrou a maior parte dos imigrantes britânicos.

A partir do século XIX, essa região se industrializou e se urbanizou mais rápido, aumentando as diferenças econômicas em relação ao sul do país, ainda dependente da agricultura. Como as tensões continuavam, em 1920 o parlamento inglês criou duas regiões com autogoverno limitado na ilha: a de Ulster, ou Irlanda do Norte, com predomínio de protestantes, e a dos condados restantes, a Irlanda, com maioria católica. Dois anos depois, a soberania da Irlanda aumentou, abrindo caminho para que a parte sul da ilha se tornasse um país totalmente independente da Inglaterra. Mas os católicos que viviam na Irlanda do Norte - hoje 40% da população - continuaram insatisfeitos. E foi lá que se acirraram os conflitos entre grupos armados dos dois lados, como o Exército Republicano Irlandês (o IRA, católico e pró-independência) e os movimentos unionistas (protestantes e pró-Inglaterra).

O mais famoso episódio desse histórico conflito ocorreu em 30 de janeiro de 1972, quando soldados britânicos mataram 14 católicos que faziam parte de uma manifestação na cidade de Derry, na Irlanda do Norte, incidente conhecido como Domingo Sangrento (o Sunday Bloody Sunday cantado pelo U2). Essa violência caiu a partir dos anos 90 - mas, até 2000, a lista de vítimas do conflito apresentava um total de mais de 3 600 mortos.

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"A maioria das corporificações físicas do nosso passado são ruínas, do mesmo modo que a maioria das nossas canções são canções de lamento e desafio" - Sean O'Faolain, escritor irlandês

Todo ano, em meio ao verão irlandês, nos começos de julho, a Ordem de Orange se apruma. Seus integrantes vestem suas domingueiras e seus chapéus, e enlaçam-se com uma faixa cor de laranja. A cor da família real holandesa: os Orange. Na maioria é gente madurona, com a cara avermelhada pela cerveja Guinness. Quem os vê aprumados, penteados e lustrosos, marchando com seus estandartes, pensaria num desfile de veteranos convidados para um ato cívico qualquer. Mas não, são os Orangemen, os protestantes da Irlanda do Norte, militantes da Orange Society, fundada em 1795 que, inspirados num visual maçom, comemoram uma data marcante para eles.

Em 12 de julho de 1690, o herói deles, Guilherme de Orange, um nobre holandês de fé protestante, que fazia apenas um ano era o rei da Inglaterra, deu, na batalha do Boyne, uma surra no seu sogro, o ex-rei Jaime, um católico. A Irlanda do Norte, chamada então Condado de Ulster, ao contrário do resto da Irlanda, ficou desde então nas mãos dos protestantes, enquanto que o restante da ilha da Irlanda, então domínio da Grã-Bretanha, permaneceu dentro da fé católica.

A batalha do Rio Boyne, travada nas proximidades da cidadezinha de Drogheda, foi um marco na história da Irlanda. Em suas margens depararam-se duas internacionais: a dos católicos e a dos protestantes. Jaime, o rei deposto, preparando-se para enfrentar o genro, o novo rei entronado, arrebanhara um respeitável contigente de franceses e irlandeses católicos, uns 25 mil homens ao todo. Guilherme não deixou por menos. Além da sua Guarda Azul que o acompanhava desde a Holanda, contava com regimentos de huguenotes franceses, tropas dinamarquesas, prussianas, finlandesas, e até um bando de mercenários suíços, num total de 36 mil homens.

Os perigos de uma conversão

A origem do enfrentamento deles, do sogro e do genro, era recente. Datava de dois anos apenas. Começara em 1688, quando o então Rei Jaime II da Inglaterra teve um surto de demência política ao tentar, depois de uma conversão aos 36 anos, governar como um católico um país onde 90% do povo professava o anglicanismo ou as mais diversas seitas da igreja reformada.

Para os ingleses, o futuro lhes parecia sombrio nas mãos do recém-converso. Não se lhes apagara da memória as atrocidades da sua última rainha católica, a Bloody Mary, a Maria a Sanguinária, morta em 1558. Para evitar a catástrofe anunciada, um grupo de parlamentares, em segredo, convidou um príncipe holandês para sucedê-lo no trono: ninguém menos do que um sobrinho-genro do próprio rei Jaime, Guilherme de Orange, o chefe-geral da Holanda, casado com Mary, a filha de Jaime. Ele de algum modo deveria sentar-se o mais breve possível

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