TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Asfalto Borracha

Ensaios: Asfalto Borracha. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  30/3/2014  •  5.310 Palavras (22 Páginas)  •  594 Visualizações

Página 1 de 22

ASFALTO BORRACHA: A ALTERNATIVA ECOLÓGICA PARA RECICLAGEM DE PNEUS E MODIFICADOR DE CIMENTOS ASFÁLTICOS.

RESUMO. Menos de 10% da malha rodoviária brasileira é revestida por pavimentos asfálticos. A pavimentação de apenas 0,5% (cerca de 7.800 km) do total de quilômetros de rodovias não-pavimentadas, como uso do “asfalto-borracha”, poderia consumir mais de 11 milhões de pneus inservíveis. Com um descarte anual estimado em 44 milhões de pneus, a incorporação de borracha de pneus ao pavimento asfáltico pode contribuir significativamente para o equacionamento da questão da disposição final desses resíduos no país.

Os resultados da análise estatística evidenciam o efeito preponderante do teor de borracha e, principalmente, que o ligante asfalto-borracha pode aumentar a resistência ao acúmulo de deformação permanente e ao aparecimento de trincas por fadiga do revestimento.

INTRODUÇÃO

A geração de pneus usados representa um problema mundial, estando diretamente relacionada à frota de veículos de cada país. Em 2000, o Brasil contava com uma frota de 35.727.635 veículos automotores nacionais e importados em circulação, 10,6% mais do que em 1998 (GEIPOT, 2002). Embora o crescimento da frota seja significativo, a magnitude do efeito ambiental causado pelos milhões de pneus inservíveis gerados todos os anos não se percebe tão facilmente.

A disposição final dos pneus representa um problema de difícil solução, pois são objetos que ocupam grande volume e que precisam ser armazenados em condições apropriadas para evitar riscos de incêndio e proliferação de insetos e roedores. A disposição final em aterros sanitários se torna inviável, pois os pneus inteiros apresentam baixa compressibilidade e degradação muito lenta.

A ausência de dados sobre o destino de pneus inservíveis no Brasil não permite determinar com certeza o passivo ambiental. Uma estimativa baseada na frota de veículos indica que são geradas mais de 44 milhões de carcaças de pneus anualmente e que existem mais de 100 milhões de pneus abandonados em todo o país. Na Rússia, país com 147 milhões de habitantes, cerca de 1,1 milhões de toneladas de pneus são descartados a cada ano (Nikoulichev, 1999). Na Austrália, país com 18,9 milhões de habitantes, aproximadamente 70.000 toneladas de pneus inservíveis são geradas anualmente (Environment Australia, 2001). Nos países da Comunidade Européia, mais de 2,5 milhões de toneladas de pneus chegam ao fim de sua vida a cada ano, o que representa uma geração anual de aproximadamente 235 milhões de pneus (UTWG,

2001).

Nenhum país produz mais pneus inservíveis que os Estados Unidos. Estima-se que sejam dispostos 273 milhões de pneus por ano, algo em torno de 3,6 milhões de toneladas, o que representa mais de um pneu por habitante por ano (RMA, 2000).

Nos Estados Unidos, existem leis que regulamentam a aquisição, armazenagem e processamento de pneus, impõem restrições para armazenagem em aterros sanitários e oferecem incentivos para o desenvolvimento de novas alternativas de uso, como por exemplo, a incorporação em misturas asfálticas (FHWA, 1993; EPA, 1999).

No Brasil, a Resolução nº 258 do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA determina que, a partir de 1º de janeiro de 2002, as empresas fabricantes e as importadoras de pneumáticos ficam obrigadas a coletar e dar destinação final, ambientalmente adequada, aos pneus inservíveis existentes no território nacional, na proporção relativa às quantidades fabricadas e/ou importadas. Inicialmente, para cada quatro pneus novos fabricados no Brasil ou importados, os fabricantes e importadoras deverão reciclar/reutilizar um pneu inservível.

A reciclagem desse tipo de material é um fator preponderante para a preservação do meio ambiente. É mister que os órgãos competente se mobilizem para desenvolver técnicas adequadas para a reutilização dos pneus.

.

1. O ASFALTO

Pavimento é uma estrutura de múltiplas camadas de espessuras finitas, construída sobre a superfície final de terraplenagem, destinada técnica e economicamente a resistir aos esforços oriundos do tráfego de veículos e do clima, e a propiciar aos usuários melhoria nas condições de rolamento com conforto, economia e segurança. O material do pavimento e o desenho geométrico tornam possível a drenagem evitando assim o acúmulo de água. O pavimento rodoviário classifica-se tradicionalmente em dois tipos básicos: rígidos e flexíveis. Os pavimentos de concreto-cimento são aqueles em que o revestimento é uma placa de cimento Portland. Já os pavimentos asfálticos são aqueles em que o revestimento é composto por uma mistura constituída basicamente de agregados e ligantes asfálticos, constituindo cerca de 97% das rodovias pavimentadas do Brasil.

O setor rodoviário é responsável por mais de 90% do transporte de passageiros e 61% do transporte de cargas. Mesmo nesse cenário, os resultados obtidos na avaliação dos 87.592 km de rodovias pesquisadas pela Pesquisa Rodoviária CNT (Confederação Nacional e Transporte) de 2007, indicam situação geral desfavorável das rodovias brasileiras pavimentadas: 64.699 km - equivalentes a 73,9% da malha pavimentada – foram classificados como regular, ruim ou péssimo. O Gráfico abaixo mostram a distribuição da classificação do estado geral, do pavimento, da sinalização e da geometria da via das rodovias.

Nas últimas décadas, o investimento em infra-estrutura rodoviária se encontra bem aquém das necessidades do país. O quadro de precária infra-estrutura rodoviária, bem como dos demais modais de transporte, repercute na capacidade produtiva contribuindo para o chamado "Custo Brasil", constituindo um entrave para o desenvolvimento nacional.

2.1. Materiais

Os materiais para a pavimentação constituem basicamente em dois grupos: os materiais betuminosos, que funcionam como ligante para a mistura, e os agregados, que podem ser naturais ou artificiais.

2.2 Materiais Betuminosos

Os materiais betuminosos são, por definição, misturas de hidrocarbonetos solúveis em bissulfeto de carbono (CS2) com propriedades de aglutinação.

Existem duas grandes categorias de materiais betuminosos: os asfaltos e os alcatrões. As definições de Betume, Asfalto e Alcatrão podem ser assim sumariadas:

• Betume – é uma mistura de hidrocarbonetos pesados, obtidos em estado natural

...

Baixar como (para membros premium)  txt (37.4 Kb)  
Continuar por mais 21 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com