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Por:   •  23/4/2014  •  2.278 Palavras (10 Páginas)  •  374 Visualizações

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Introdução

Incluir alunos com deficiência auditiva no contexto escolar é um assunto delicado que gera muita polemica, pois não se trata apenas incluí-los em classes normais, mas também atendê-los em suas necessidades lingüísticas, criando um meio de comunicação que possibilite a interação desse aluno com os demais. A utilização da linguagem de sinais possibilita essa interação e facilita o aprendizado desses alunos, pois a LIBRA é uma linguagem complexa e natural, adaptada à capacidade de expressão dos surdos, que permite que seus usuários se expressem sobre qualquer assunto, em qualquer situação.

Este trabalho tem como objetivo, entender a importância de estudar e conhecer mais sobre a linguagem de sinais, para sabermos nos comunicar e incluir alunos com deficiência auditiva e culturalmente surdos no ensino regular.

Relatório Final

Surdez na perspectiva: médica educacional e cultural, e cultura surda.

A audição é um sentido muito importante, de valor inestimável para todos nós, mas por muitas vezes não damos o valor devido a ela, a não ser quando ela vem a nos faltar. A surdez pode ocasionar diversos conflitos, problemas emocionais e psicológicos dependendo do grau da deficiência. A evolução da surdez depende do tipo e da causa. Existem alguns casos em que a audição é totalmente recuperada através de medicamentos, cirurgias ou aparelhos auditivos.

Tipos de surdez:

A surdez por Condução: ocorre quando ha um bloqueio do som para o canal auditivo ate o estribo. Ela pode ocorrer por: acúmulo de cera no canal do ouvido; perfuração no tímpano; Infecção no ouvido médio ou lesão ou fixação dos pequenos ossinhos (martelo, bigorna, estribo).

Surdez por Percepção: Ocorre quando ha lesão de células sensoriais e nervosas, provocando problema no mecanismo de percepção do som desde o ouvido interno (cóclea) até o cérebro.alguns fatores que podem provocar esse tipo de lesão são: Ruídos intensos por muitas horas; Infecções bacterianas e virais, especialmente rubéola, caxumba e meningite; Certos medicamentos como alguns antibióticos, ácido acetilsalicílico e outros; Idade; Surdez congênita, ou seja, quando uma criança nasce surda a causa pode ser hereditária (genética) ou embrionária (intra-uterina); Variação de pressão no líquido do ouvido interno ,também chamada doença de Menière e vem acompanhada, em sua forma clássica, de vertigem e zumbido; Tumores benignos e malignos que atingem o ouvido interno ou a área entre o ouvido interno e o cérebro.

Surdez Mista: Quando os dois mecanismos, Condução e Percepção estão modificadas. O diagnóstico se dá através da historia do paciente, também por exames de ouvido testes com instrumentos especializados e a audiometria.

Para muitas pessoas, ser surdo significa apenas não ouvir, mas o deficiente auditivo vai alem disso; ele aprende o significado do mundo e de si mesmo através da visão.

De acordo com Owen Wrigley (1996, p. 3): “o mundo visual percebe e produz a significação através de canais visuais de uma lingüística espacial. Não é um mundo necessariamente melhor ou pior, apenas distinto e diferente.“

A surdez ao longo da história humana, sempre teve um preconceito diante das pessoas Surdas, elas nem sempre foram respeitadas pela sua diferença, os surdos eram considerados "anormais, deficientes", pois estavam em meio a uma sociedade ouvinte.

A sociedade vê qualquer outra forma de comunicação, como ocorre com a língua de sinais, com preconceito, acham inferior ao ser comparado com a linguagem oral.

Mas o surdo tem as mesmas capacidades e inteligência que o ouvinte, porém ele tem uma forma particular de aprender, onde precisa de mais tempo para compartilhar informações.

E foi somente no século XVI, que as pessoas começaram a dar mais atenção aos surdos e a sua educação. Na época foi desenvolvido pelo Padre Leon o Alfabeto Manual, que ajudou muitos surdos, na soletração de palavras.

A língua de sinais tornou-se a ponte de acesso entre o surdo e o ouvinte, pois é através dela que o surdo se comunica, utilizando gestos próprios para se expressar, e estar inserido em meio à sociedade.

A libra é muito importante na vida de uma pessoa surda, por isso o aprendizado deve acontecer o mais cedo possível, pois assim ela terá facilidade no seu desenvolvimento e mais rápida será sua aprendizagem no cotidiano.

Ao longo dos séculos os surdos foram formando uma cultura própria centrada principalmente em sua forma de comunicação. É possível encontrar em quase todas as cidades do mundo, associações de surdos onde eles se reúnem e convivem socialmente.

Owen Wrigley (1996, p. 32-34) diz:

“embora não possuam marcadores de raça ou de nação, os membros dessas culturas Surdas auto-referenciadas não têm dúvidas de suas identidades culturalmente distintas. Embora nominalmente membros de uma cultura dominante que os circunda, eles – alguns, mas não todos – vêem a si mesmos como separados dela e como membros de uma cultura Surda especificamente “nativa”. (...) Embora líderes Surdos enfatizem o quanto têm em comum com outras minorias (...) a ignorância justificada, exibindo-se à guisa da sabedoria comum, continua a tratar os surdos apenas como outro grupo de deficientes ou incapacitados”

Sempre que for falar com um surdo, procure falar claro, pronunciar bem as palavras, falar sempre de frente com o individuo, deixar a boca sempre visível para q eles façam a leitura labial, se expresse através de gestos, sinais com as mãos; expressões faciais ajudam muito ao falar com um surdo, mas se por acaso não conseguir se expressar passar o que você gostaria, faça um bilhete, escreva o que você gostaria de falar naquele momento, mas, o mais importante de tudo é não deixar de se comunicar.

Atividades pedagógicas para alunos surdos.

Educar alunos com necessidades especiais tem grande importância para todos que trabalham na educação, pois se trata de um processo de inclusão. O processo de alfabetização em libras é similar ao dos ouvintes, pois utiliza a memorização; o letramento acontece através de experiências e da consciência da diferença entre significação (percurso semiótico) do tema aprendido e compreendido.

Nas orientações curriculares:

A Língua Brasileira de Sinais tem para as pessoas surdas, a mesma função que a Língua Portuguesa na modalidade oral tem para os ouvintes e é ela, portanto que vai possibilitar as crianças surdas atingirem os objetivos propostos pela escola, incluindo o aprendizado da Língua Portuguesa na modalidade escrita. (Pereira, 2008 pag. 22)

Os primeiros sinais que devem ser ensinados aos alunos, sendo eles ouvintes ou surdos é o alfabeto, pois através dos sinais com as letras os alunos podem formar palavras e até ter facilidade em aprender outros sinais que não são representados por palavras Visto que o treino para não se esquecer dos sinais é muito importante.

O professor deve procurar elaborar atividades com ilustrações, pois quanto mais concreto e ilustrado melhor a compreensão.Deve incentivar atividades em grupos e também oferecer atenção individualizada para perfeita compreensão. Proporcionar também nas atividades, possíveis pistas táteis ou visuais para que ocorra compreensão da mensagem oral ou escrita. Essas são algumas de muitas dicas para o professor trabalhar com o aluno surdo.

Para se alfabetizar um aluno surdo a professora pode mostrar figuras e em seguida mostra os sinais, pois assim a criança vai assimilar a figura com o sinal.

A única forma de assegurar que os textos se tornem significativos para os alunos surdos, é interpretá-los na língua de sinais, em um processo semelhante ao observado na aquisição de uma primeira língua. (Apud Pereira, 2008 pag. 2008)

Algumas de muitas atividades que poderão ser utilizadas com as crianças surdas:

*Alfabeto manual

Disponível em: < http://anacarolinafrank.blogspot.com.br/2009/02/alfabeto-manual.html>.

*Numerais .

Disponível em: <http://aeemizinha.blogspot.com.br/2012/08/atividades-em-libras-para-professores.html>.

*figuras com sinais.

Disponível em:< http://libraseducandosurdos.blogspot.com.br/2010/02/alfabetizacao-de-surdos.html>

Inserção da criança surda em classe de crianças ouvintes

A linguagem é essencial à vida em comunidade, pois é através dela que partilhamos idéias, emoções e experiências. Desde cedo a criança ouvinte tem a oportunidade de conviver com a língua utilizada por sua família. O interlocutor adulto colabora para que a linguagem da criança flua, oportunizando atitudes discursivas que favoreçam a aprendizagem e a identificação de aspectos importantes na língua da qual ela está sendo imersa, e que irá se apropriar ao longo de seu desenvolvimento. As crianças surdas, em geral, não têm a mesma possibilidade desse aprendizado ,já que na maioria das vezes não têm acesso à língua utilizada por seus pais e educadores.

É fundamental que uma criança surda tenha acesso a um desenvolvimento satisfatório de linguagem para a constituição dos sujeitos, onde surge a proposta da abordagem bilíngue para ela, que enfatiza a necessidade de que o surdo adquira o mais precocemente possível uma língua de forma plena, que é a Língua de Sinais considerada a língua natural dos surdos, para que possa se interagir uns com as outras pessoas.

Entende-se que adquirindo a linguagem de sinais, a criança surda poderá desenvolver-se no que diz respeito aos aspectos cognitivos e linguísticos, de acordo com sua real capacidade, do mesmo modo que ocorre quando as crianças ouvintes aprendem a falar.

Sobre estas questões, TARTUCI (2001) afirma que:

O bilinguismo tem como meta educacional viabilizar a presença de duas línguas no contexto escolar do aluno surdo. Entende-se que, ao valorizar e tornar acessível o uso da língua natural dos surdos, essa vivência oportunizará que ele construa uma auto imagem positiva e, ao mesmo tempo, se desenvolva cognitiva e linguisticamente, o que trará repercussões importantes na sua formação enquanto pessoa. Também o domínio da língua de sinais facilitará o aprendizado da língua dos ouvintes, como segunda língua.

A maior parte dos surdos atendidos no Brasil não tem acesso a uma escolarização que atenta suas necessidades linguísticas, metodológicas, curriculares, sociais e culturais. A maioria está em classes de ouvintes, onde se espera que ele acompanhe os conteúdos preparados para as crianças ouvintes, sem ter qualquer condição especial que favoreça tal aprendizagem. E com passar dos tempos essa criança na sala de aula não terá capacidade de acompanhar os demais, e com isso, seu aprendizado será prejudicado, já que não dispõe de um instrutor adequado para satisfazer suas necessidades pedagógicas.

Quando se opta por inserir um aluno surdo em uma escola regular, essa proposta precisa ser analisada, garantindo o seu aprendizado e o respeito. Na medida em que a condição linguística especial do surdo é respeitada, aumentam as chances ampliar e construir novos conhecimentos de maneira suficiente.

O educador é um intermediador no desenvolvimento das crianças surdas, por isso devem ter todo apoio necessário para sua adequação no sistema educacional. A inserção de um intérprete em sala de aula, não garante totalmente que todas as necessidades dos alunos especiais surdos sejam contemplados, mas facilita seu aprendizado na escola regular, onde os ajudam a fazerem as mesmas atividades em sala de aula e desenvolvendo intelectualmente.

Para acolher esses alunos especiais, primeiramente seria necessária a escola se enquadrar no sistema educacional de crianças especiais, para posteriormente as mesmas conseguirem se adaptar em seu ambiente escolar e na sociedade. Ressaltamos que esse processo de intervenção não é específico para o grupo de crianças ditas deficientes, mas sim para todas, pois sempre haverá diferenças individuais dentro da escola que deverão ser trabalhadas, garantindo um ensino adequado nos padrões individuais de aprendizagem.

Conclusão

Algumas mudanças educacionais são necessárias para que o sujeito surdo possa ser reconhecido tanto no ambiente escolar quanto na sociedade em geral e tenha a oportunidade de desenvolver-se integralmente. É fundamental que tanto a escola quanto a própria sociedade mudem sua concepção sobre a surdez e passem a valorizar os surdos pelos seus talentos e não por aquilo que lhes falta. Também é importante que as instituições de ensino cumpram com suas funções sociais e políticas de educação e comprometam-se com a formação de cidadãos mais participativos, responsáveis e críticos, independente das particularidades de cada pessoa.

Referencias Bibliográficas

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MANZINI, Eduardo José; DELIBERATO, Débora. Portal de ajudas técnicas para educação: equipamento e material pedagógico especial para educação, capacitação e recreação da pessoa com deficiência física: recursos para comunicação alternativa. 2. ed. Brasília: MEC, SEESP, 2006. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/comunicacao.pdf >. Acesso em: 05 jul. 2013.

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