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Contos De Fada

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Por:   •  19/3/2015  •  4.240 Palavras (17 Páginas)  •  337 Visualizações

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1 OS CONTOS DE FADAS

Na Idade Média não existia a “infância”, não se escrevia para as crianças, não

havia livros para elas. As crianças viviam inseridas no mundo adulto. Segundo Stone:

Na sociedade antiga, não havia a “infância”: nenhum espaço separado do

“mundo adulto”. As crianças trabalhavam e viviam junto com os adultos,

testemunhavam os processos naturais da existência (nascimento, doença,

morte), participavam junto deles da vida publica (política), nas festas,

guerras, audiências, execuções, etc., tendo assim seu lugar assegurado nas

tradições culturais comuns: na narração de historias, nos cantos, nos jogos.

(STONE, 1979, p. 69-76)

Porém, no inicio do século XVII varias mudanças começaram a ocorrer, pois os

fundamentos políticos, econômicos, morais, culturais e sociais da sociedade antiga foram

sendo superados. Isto aconteceu devido à ascensão da família burguesa, que passa a

reivindicar formas mais concreta de vida, surgindo assim às primeiras preocupações com a

educação das crianças pequenas essas preocupações resultaram do reconhecimento e

valorização que a criança passou a ter no meio em que viviam, mudanças significativas

ocorreram nas atitudes das famílias em relação às crianças que, inicialmente, eram educadas a

partir de aprendizagens adquiridas junto aos adultos, isto ocorreu devido ao surgimento do

“sentimento de infância”, isto é “a sociedade passou a ter consciência da particularidade

infantil, particularidade essa que distingue essencialmente a criança do adulto.” segundo

Ariés, (1981, p. 156) concedendo assim um novo status à infância.

Com tudo isso precisava então haver mudanças, sendo que as duas mais

importantes que podemos destacar são a reorganização da escola e a criação de um gênero

literário especifica para as crianças, é em meio a todas estas transformações que nasce a

literatura infantil.

Podemos dizer que a literatura infantil é um dos gêneros literários mais recentes,

já que os primeiros livros infantis surgiram no final do século XVII e durante todo o século

XVIII e segundo Vitor Quelhas (2004) em sua entrevista “Viver com as fadas: A importância

do conto de fadas” foi também nesta época que surgiram na Europa um dos segmentos mais

importantes e significativos da literatura infantil: Os contos de fadas que surge do termo

francês conte de fée que logo torna-se o fairy tale inglês.

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1.1 A GÊNESE DOS CONTOS DE FADAS

Narrar histórias é uma das praticas mais antigas do ser humano, tendo

provavelmente origens na pré-história e se desenvolvendo com o passar dos anos, segundo

Ana Lucia Merege:

Desde o surgimento da linguagem, essencial para a cooperação e a

sobrevivência dos primeiros grupos de caçadores e coletores, é provável que

já houvesse algum tipo de relato, uma troca de informações ao menos,

possivelmente fazendo não só o uso da palavra como de outros sons, gestos e

mímica. Mais tarde, a linguagem se tornaria cada vez mais elaborada na

medida em que o pensamento humano fosse crescendo em complexidade.

(MEREGE, 2010, p. 16)

Para Merege (2010) antes do surgimento da escrita as historias eram registradas através de

sua memorização e transmitidas oralmente por anciões de ambos os sexos em reuniões ou

ritos de passagem, algumas culturas tinham pessoas treinadas na arte da narrativa para passar

essas historias adiante, assim as perpetuando por diversas gerações. Os contos de tradição

oral, que eram parte das estórias e do folclore de vários povos, foram à base para os contos de

fadas como conhecemos hoje, os tornando universais e herança cultural de diversas nações

Segundo Nelly Novaes Coelho (2010, p.75) “foi na França, na segunda metade do

século XVII, durante a monarquia absoluta de Luis XIV, o Rei Sol, que se manifestou

abertamente a preocupação com uma literatura para crianças ou jovens” e que os contos de

fadas são propriamente tidos como literatura infantil.

Para Coelho (2010) a história dos contos de fadas começa com Charles Perrault

(1628-1703) que pode ser considerado como o primeiro a publicar uma coletânea de contos

infantis, em 1697 na França sobre o titulo de Contes de Ma Mére I’Oye, em português

“Contos da Mãe Gansa” cuja à autoria de inicio foi atribuída a seu filho mais novo, Pierre

Perrault D’Armancour que na época estava com dezenove anos. Vários historiadores ainda se

perguntam o motivo para Perrault não ter assumido a autoria do livro, Coelho (2010, p.90)

acredita na teoria que Perrault “[...] não quisesse mudar sua imagem de escritor culto e

membro da Academia Francesa, aparecendo ao grande publico como autor de uma literatura

frívola,

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