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Cosmovisão

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Por:   •  16/10/2013  •  Seminário  •  915 Palavras (4 Páginas)  •  218 Visualizações

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As categorias sociológicas redenção e transformação, como meta final, aparentemente dirigem-se para a mesma direção — a emancipação do ser humano. Porém, cada uma delas entende a emancipação de formas diversas. A visão redentora acredita na possibilidade de “salvar a humanidade” de suas mazelas, de suas fragilidades, de seus “pecados”, aqui, a educação é uma entidade externa à vida social. Já a visão transformadora vê a emancipação do ser humano como um caminhar para a sociedade igualitária, onde todos possam viver em condições de igualdade; aqui, a educação é uma das forças internas à trama das relações que constituem a vida social e histórica. Desse ponto de vista, essas cosmovisões são completamente diferentes, até mesmo opostas — uma coloca a educação como um fenômeno externo e soberano à vida social e a outra coloca a educação como um componente interno à vida social, sendo, ao mesmo tempo, determinado por ela e determinante da mesma. O fenômeno da educação é determinado pelas múltiplas determnações da realidade, contudo, no embate das forças presentes, ela também determina o movimento na medida de sua capacidade de interferir no processo.

O termo redenção, no caso, expressa uma categoria sociológica, que explica uma cosmovisão educativa. Uso o termo categoria, em conformidade com o uso feito por Marx, ou seja, como uma explicação da realidade. Aliás, esse também foi o uso feito por Dermeval Saviani no livro Escola e Democracia, Cortez Editora, e por José Carlos Libâneo, no livro Democratização da escola pública, Edições Loyola, quando abordam a educação tradicional como rendentora.

No caso, então, o termo redentora expressa uma categoria sociológica salvacionista, ou seja, é a compreensão daqueles que, consciente ou inconscientemente, creem que a educação tem o poder de administrar a vida social com todos os seus sucessos e insucessos (nesse sentido, “salvacionista”) e atuam como se a educação pudesse redimir a todos, possibilitando uma sociedade equilibrada e saudável. A expressão educação redentora é tomada no sentido de compreender que há um recurso que redime a todos. Essa é a crença que está como pano de fundo da pedagogia tradicional. Os educadores tradicionais acreditavam e acreditam que a educação é a força que dá direção à vida social. Ela está acima da vida social.

Já a pedagogia transformadora tem como pano de fundo o entendimento de que não há uma força redentora (acima e fora da vida social), mas sim uma dinâmica de contradições sociais, que produz o movimento social. Marx nos lembra que o movimento social se faz pelas contradições de seus diversos e variados segmentos, assim como pelas contradições entre suas forças em ação. Ele tem a expectativa de que o ser humano, social e historicamente constituído, um dia, chegará ao equilíbrio, onde cada um “dará segundo sua capacidade e onde cada um receberá segundo sua necessidade”, ou seja, uma sociedade igualitária entre os seres humanos, onde todos podem viver de modo satisfatório, em pé de igualdade. Neste olhar político-pedagógico, não há uma redenção, mas sim um movimento das forças sociais em direção à emancipação do ser humano como individuo e como coletividade, como necessidade do ser humano. A educação é, então, uma das forças sociais em movimento, que se encontra dentro da sociedade (equivalente a todas as forças constitutivas da vida social), não acima dela, como se daria numa cosmovisão redentora.

Na visão “redentora”, a educação coloca-se

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