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DOENÇAS OCUPACIONAIS E NOVAS TECNOLOGIAS

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Por:   •  17/9/2014  •  1.790 Palavras (8 Páginas)  •  530 Visualizações

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FACULDADE METROPOLITANA DE CAMAÇARI – FAMEC

CURSO DE ENGENHARIA (CICLO BÁSICO)

ANA LU DE JESUS SILVA

DOENÇAS OCUPACIONAIS E NOVAS TECNOLOGIAS

CAMAÇARI

2014.1

De acordo com a OMS, os maiores desafios para a saúde do trabalhador atualmente e no futuro são os problemas de saúde ocupacional relacionados às novas tecnologias da informação e automação, novas substâncias químicas e energias físicas, riscos de saúde associados a novas biotecnologias. A saúde do trabalhador e um ambiente de trabalho saudável são valiosos bens individuais, comunitários e dos países. A atenção à saúde ocupacional é uma importante estratégia não somente para garantir a saúde dos trabalhadores, mas também para contribuir positivamente para a produtividade, qualidade dos produtos, motivação e satisfação do trabalho e, portanto, para a melhoria geral na qualidade de vida dos indivíduos e da sociedade como um todo. Uma empresa que não cuida de seus valores terá esses consumidos pela concorrência. A atenção à saúde ocupacional como estratégia de sustentabilidade e desenvolvimento empresarial é uma ação proativa e de baixíssimo custo (sendo um investimento).

O número de empregados ocupados na produção vem decaindo, enquanto que o número de empregados de serviços administrativos e sociais vem aumentando. Isto tem grandes consequências para a saúde da população trabalhadora. É conhecido que, na análise da diminuição dos acidentes de trabalho, deve ser dada grande importância à modificação da estrutura econômica, além da própria evolução da estrutura legal relacionada à segurança do trabalho (Deppe, 1980, pp. 268-269).

No que se referem à estrutura profissional, as novas técnicas vêm gerando poucas atividades profissionais totalmente novas. Entretanto, vêm afetando marginalmente as estruturas tradicionais das profissões. As novas técnicas vêm sendo implementadas nas profissões, cada vez mais, como um instrumento de trabalho e como acessório de outros, sem, contudo, modificar, até agora, o núcleo estrutural das atividades e tarefas inerentes às profissões. A implementação, em quase todos os setores do escritório, do processamento microeletrônico de dados — PMD —cumpre o mais importante papel nesse processo.

Com o estabelecimento dessa profunda transformação da produção industrial no início dos anos 80, cujo objetivo era o da renovação da técnica e remodelação da organização do trabalho do sistema de fábrica, tendo por base as técnicas de computação e informática, as exigências de saúde e de qualificação profissionais relacionadas à força de trabalho vêm se modificando. Surgem de forma acentuada atividades tais como controle, supervisão, operação e planejamento. O alto custo das instalações microeletrônicas e o interesse de uma acelerada circulação de capital levam a uma enorme intensificação do trabalho. O ritmo de trabalho cresce, e o próprio trabalho fica mais concentrado. O tempo de trabalho é prolongado. Máquinas funcionam com mais frequência, dia e noite. O ritmo de trabalho e a estrutura de comunicação tradicional modificam-se. Como resultado de tudo isso surge novas exigências para os trabalhadores. Estas podem ser resumidas da seguinte forma: onde estão acontecendo transformações nas condições de trabalho, decorrentes das novas tecnologias, tem-se como consequência, de uma forma geral, a diminuição de trabalhos, tais como levantamento e carregamento de cargas pesadas; trabalhos diretos com óleos, lubrificantes e trabalhos "sujos” em geral; posições e posturas corporais forçadas e cansativas. Em contraposição, os trabalhadores que permanecem na produção estão expostos, com mais frequência, a riscos de acidentes e riscos para a saúde. Também, as condições de iluminação nos locais de trabalho tornam-se, geralmente, mais desfavoráveis que em outros locais. No que se refere ao ruído, as melhorias e pioras tendem a se equilibrar.

Em relação à organização do trabalho, os prejuízos superam as melhorias. Aqueles que trabalham com as tecnologias modernas têm o seu campo de ação mais limitado e precisam realizar trabalhos noturnos e em turnos com mais frequência. Eles devem enfrentar, ao mesmo tempo, novas tarefas e controlar vários trabalhos, simultaneamente. Isto está relacionado a esforços de concentração mais frequentes e a uma maior responsabilidade. Além disso, tem de se trabalhar, com mais frequência do que antes, sob uma forte cobrança de rendimento e prazos de execução.

A "cientifização" da produção, a automação e as novas técnicas exigem do trabalho vivo elevadas cargas mentais e psíquicas. Em consequência disto, o nível de qualificação profissional vem apresentando, durante as últimas décadas, uma tendência de maior desenvolvimento. Isso ocorre, principalmente, naqueles ramos onde a alta tecnologia é produzida e utilizada. Exigências mais complexas de conhecimento e uma responsabilidade mais elevada se manifestam subjetivamente nos trabalhadores, através de uma maior identificação com a atividade de trabalho. Situações de trabalho diversificadas, uma ligação mais estreita com o conteúdo do trabalho, um maior interesse no domínio das técnicas modernas de produção, a possibilidade de influenciar ativamente as modificações no processo de trabalho, a percepção subjetiva da importância do seu próprio trabalho individual, todos esses fatores levam a uma motivação positiva na atitude diante do trabalho. Aqueles que encaram o seu trabalho não apenas como uma obrigação alienadora para sua sobrevivência material podem vivenciar uma certa satisfação em sua atividade profissional. Entretanto, as experiências de trabalho subjetivas podem se tornar fontes de distúrbios de saúde psicossociais, e isso acontece quando essas experiências geram cargas excessivas ou inadequadas de trabalho. Tem uma influência decisiva nesse caso a discrepância entre as exigências de rendimento e as possibilidades reais ou subjetivas percebidas pelo indivíduo de corresponder a estas exigências. As motivações, inicialmente positivas, são vividas, então, como aborrecimento, medo, agitação, impasse, exigências excessivas, exaustão — ou seja, alteração do equilíbrio emocional —, e são, não raramente, o ponto de partida para enfermidades orgânicas e, de um modo geral, resistentes à terapia, caso permaneçam durante anos no indivíduo.

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