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Desde Que A Vida Começou, Os Genes Tem Cruzado As Fronteiras De Espécies Relacionadas E não Relacionadas Na Natureza.

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Por:   •  25/9/2014  •  6.486 Palavras (26 Páginas)  •  308 Visualizações

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Desde que a vida começou, os genes tem cruzado as fronteiras de espécies relacionadas e não relacionadas na natureza. Aplicações biotecnológicas por humanos datam de 1800 a.C., quando as pessoas começaram usar fungos para fermentar pães e vinhos. Por volta de 1860, as pessoas começaram a reproduzir plantas através da polinização cruzada intencional. Elas moviam e selecionavam genes para acentuar as qualidades benéficas das plantas através de hibridações sem saber as características que os genes codificavam. A maioria dos alimentos, incluindo arroz, aveia, batata, milho, trigo e tomate, são produtos da hibridação tradicional. Esta prática testada pelo tempo continua a produzir lavouras com as características desejáveis.

Entretanto, a hibridação tradicional tem suas limitações. Somente pode ocorrer na mesma espécie vegetal ou em espécies relacionadas, assim os recursos genéticos disponíveis para qualquer planta são limitados. Além disso, quando as plantas são cruzadas, todos os 100.000 ou mais genes de cada planta são misturados, produzindo combinações aleatórias. Uma vez que os agricultores tradicionais ultimamente querem que apenas alguns genes ou características sejam transferidos, eles tipicamente gastam de 10 a 12 anos cruzando híbridos com as plantas originais para obter as características desejadas e desprezar as dezenas de milhares de genes indesejados. Claramente, este processo não é rápido ou preciso.

A moderna biotecnologia ou modificação genética adiciona um ganho de tempo e precisão tremendo a este processo. É o resultado da compreensão científica e uso daquilo que a natureza tem feito sem ajuda desde que a vida começou.

O termo "modificado geneticamente" é comumente utilizado para descrever a aplicação da tecnologia do ácido desoxirribonucleico recombinante (rDNA) na alteração genética de microrganismos, plantas e animais. Esta avançada tecnologia molecular, desenvolvida em 1973, permite a transferência eficaz e eficiente do material genético de um organismo para outro. Ao invés de cruzar plantas por vários anos para adquirir uma característica desejada, os cientistas conseguem identificar e inserir um único gene responsável por uma característica em particular em uma planta com relativa rapidez. Os genes não precisam vir de uma espécie relacionada para que sejam funcionais; consequentemente, os genes podem ser potencialmente transferidos entre todos os organismos vivos.

A Organização Mundial da Saúde estima que a população global dobre por volta do ano 2050 para mais de 9 bilhões de pessoas. Consequentemente, a produção de alimentos deve também aumentar, mas restam poucas terras não utilizadas. Colocando de uma maneira simples, a tecnologia do rDNA é a estratégia mais promissora, precisa e avançada disponível hoje para aumentar a produção global de alimentos por reduzir perdas na lavoura e por aumentar a produtividade enquanto preserva terras. Além disso, o uso da tecnologia do rDNA já mostrou que pode reduzir a necessidade por pesticidas químicos e preparos do terreno, os quais podem causar erosão do solo, bem como aumentar o valor nutritivo da lavoura. Estes benefícios resultam das plantas modificadas por engenharia genética (transgênicos) por:

• Aumentar a resistência biológica às pragas e doenças específicas, incluindo aquelas causadas por vírus, deste modo reduzindo a necessidade por pesticidas químicos, diminuindo o risco de perdas nas plantações e aumentando a produção. Por exemplo, quando foi realizada a modificação genética por rDNA em batatas-doces que cresciam na África para resistir a um tipo de vírus, o rendimento da safra dobrou. Sem o uso de pesticidas, cerca de 60% da safra é normalmente perdida a cada ano devido a este vírus. Nos Estados Unidos, o milho foi geneticamente modificado com o gene do Bacillus thuringiensis (Bt) para resistir à praga da broca do milho, o que resultou no aumento da produtividade e redução do uso de pesticidas. Por exemplo, 26% dos fazendeiros do meio-oeste americano que plantaram o milho modificado em 1998 diminuíram o uso de inseticidas e cerca da metade disse que não usou quaisquer inseticidas, relatado em um estudo de 1999 da Iowa State University. Similarmente, fazendeiros de algodão dos EUA cortaram o uso de inseticidas em cerca de 908 toneladas, ou 12%, desde que as sementes de algodão resistentes às pragas foram introduzidas em 1996, de acordo com o National Center for Food and Agricultural Policy (junho de 1999).

• Adaptabilidade às condições severas de crescimento, tais como seca, solo com alto teor de sal e temperaturas extremas. Por exemplo, modificando a produção de ácido linoleico de uma planta, ela pode resistir melhor a temperaturas frias e ao congelamento. .

• Tolerância aos herbicidas seguros do ambiente que desfavorecem as ervas daninhas, mas deixam com que a planta desejada fique sem ser afetada. A tolerância aos herbicidas permitem com que as plantações cresçam com menos ou nenhum preparo do solo, desse modo conservando o solo, o combustível e a água. Pode também reduzir o número de herbicidas que os fazendeiros precisam utilizar para controlar todas as ervas daninhas em suas plantações. Por exemplo, a soja herbicida-resistente pode ser mantida livre de pragas com apenas metade da quantidade de herbicida normalmente aplicada. .

• Características funcionais desejáveis, como redução da alergenicidade ou toxicidade, retardo no amadurecimento, aumento do conteúdo de amido, ou uma durabilidade maior. Por exemplo, batatas modificadas pelo rDNA para terem um conteúdo maior de amido absorverão menos óleo quando fritas, resultando em batatas fritas com menos gordura. Tomates modificados para retardar o amadurecimento pode permanecer no tomateiro por mais tempo, resultando em um sabor e uma cor melhor antes de serem colhidos e enviados para o mercado. .

• Características nutricionais desejáveis, como alteração do conteúdo de proteína ou gordura e aumento do conteúdo de nutrientes ou fitoquímicos. Problemas mundiais de desnutrição -- como deficiência em vitamina A, ferro, iodo e zinco -- podem ser alvejados pelo uso da tecnologia do rDNA introduzindo ou concentrando estes nutrientes nas plantas. Por exemplo, o arroz tem sido geneticamente modificado para conter beta caroteno e mais ferro para ajudar a superar deficiências destes nutrientes em países onde o arroz é o alimento principal. Alimentos enriquecidos nutricionalmente podem até mesmo ajudar a prevenir doenças crônicas, não apenas deficiências, por conterem níveis ótimos de nutrientes chaves. .

De acordo com a National Academy of Sciences, transferências genéticas entre organismos não relacionados não trazem perigos ou riscos diferentes daqueles encontrados pela seleção

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