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ESTUDO DO TEXTO NARRATIVO

Por:   •  4/10/2018  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.749 Palavras (7 Páginas)  •  2.042 Visualizações

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ESTUDO DO TEXTO NARRATIVO

OS TRÊS GRÃOS DE MILHO

Um rapaz, que fora muito mimado em criança. Perdeu os pais muito cedo. Em herança, recebeu muitas terras e um enorme celeiro cheio de milho.

Pensava que a riqueza não acabava, não trabalhava. Não saia de casa e passava a vida a comer e a dormir. Para se manter, ia vendendo o milho aos poucos.

Certo dia estava o preguiçoso a balançar-se na sua rede, quando um pobre homem passou e lhe pediu uma esmola. Era um infeliz que apenas possuía uma choça e uns palmos de terra.

Ouvindo a voz do pobre, o herdeiro atirou-lhe com desprezo três grãos de milho. O pobre recolheu essas sementes e seguiu o seu caminho.

Correram os tempos. Fiado sempre no celeiro de milho, o herdeiro continuou a viver despreocupadamente. Mas, um dia ao pretender negociar mais uma carga do produto, verificou que o celeiro se havia esgotado. Só então compreendeu que estava na miséria, pois as plantações que ele havia abandonado, já nada produziam.

Sem ânimo para se atirar ao trabalho, o rapaz não fazia senão lamentar-se. Foi quando viu chegar, num bonito cavalo, um homem de boa aparência e bem disposto que, ao dar com ele naquele estado, perguntou:

- Que tem o senhor?... Por que lamenta assim?

- Estou na miséria – soluçou o infeliz. – Tinha uma fazenda e o mato tomou conta dela. Tinha um grande celeiro de milho que acabou.

- A culpa é sua – disse o cavaleiro. – Julgando que a herança nunca mais acabava, o senhor abandonou as terras. Pois se não está com coragem para cuidar delas, venda-mas. Terei muito gosto em comprá-las.

Combinaram o negócio e fizeram as escrituras no notório. Ao fazer o pagamento, o comprador perguntou:

- Sabe o senhor com que dinheiro lhe pago? Com o que, à custa do trabalho, obtive dos três grãos de milho que, com desprezo, um dia o senhor me atirou à cara. Levei-os comigo e semeei-os. Com as espigas que deram, fiz uma sementeira maior. Depois, sementeiras ainda maiores. Hoje possuo uma boa fazenda, gado e máquinas de lavrar a terra.

Saiba que o ouro foge entre os dedos como a água. Mas a terra trabalhada é cofre seguro e maravilhoso, que restitui o que se lhe dá, multiplicando mil vezes.

E, sem mais dizer, o homem partiu.                                                                           

COELHO NETO, Apólogos

  1. O texto em análise quanto ao género é uma narrativa porque narra os factos no tempo e no espaço.
  2. Categorias da narrativa
  • Acção principal do texto – “ o homem preguiçoso que confiava a riqueza dos pais.”
  • Acçao secundária -----------“ O tal jovem acabou vendendo tudo o que tinha porque pela preguiça que mostrava já não trabalhava mais as terras e cada dia que passava a riqueza

desaparecia.”

  1. Relação das acções na narrativa

As acções na narrativa ocorrem em encadeamento, pois não há especificação clara dos dias em que decorreram, vejamos nas seguintes passagens textuais: “Certo dia estava o preguiçoso a balançar-se na sua rede, quando um pobre homem passou e lhe pediu uma esmola”; “Correram os tempos. Fiado sempre no celeiro de milho, o herdeiro continuou a viver despreocupadamente”; “Mas, um dia ao pretender negociar mais uma carga do produto, verificou que o celeiro se havia esgotado.”

  1. Momento das acções
  • Introdução – começa “Um rapaz, que fora muito mimado em criança”. E termina “para se manter, ia vendendo o milho aos poucos.”
  • Desenvolvimento - começa “Certo dia estava o preguiçoso a balançar-se na sua rede…” e termina “Hoje possuo uma boa fazenda, gado e máquinas de lavrar a terra.”
  • Conclusão – começa “Saiba que o ouro foge entre os dedos como a água.” E termina “E, sem mais dizer, o homem partiu.”                                                                           

  1. Quanto ao desenlace a narrativa é aberta porque não conhecemos o fim da história.
  2. No concernente ao tempo cronológico a história foi contada em dias.  
  3. Quanto ao tempo da narrativa não é susceptível de medição rigorosa, pois só poderá avaliar-se pelo tempo gasto na leitura.
  • Analepse -  é o recuo do tempo para evocar factos passados, no texto em análise temos a seguinte passagem: “- Sabe o senhor com que dinheiro lhe pago? Com o que, à custa do trabalho, obtive dos três grãos de milho que, com desprezo, um dia o senhor me atirou à cara.”

  • Resumo/ sumário

1. Criança mimada e que não gostava de trabalhar;

2. Atira com desprezo três grãos de milho ao pobre;

3. Lamentação do herdeiro por não ter mais produto de vender;

4. O Cavaleiro critica o herdeiro por ter abandonado as terras e disse que a riqueza que está tendo é devido os três grãos de milho que lhe atirou com desprezo.

  1. Tempo psicológico é o tempo medido pela estimativa de alguém. No texto em estudo temos como tempo psicológico o seguinte: “Mas, um dia ao pretender negociar mais uma carga do produto, verificou que o celeiro se havia esgotado. Só então compreendeu que estava na miséria, pois as plantações que ele havia abandonado, já nada produziam.”

9. Espaço

  • Espaço físico - as acções foram desenvolvidas em casa como se pode notar a seguinte passagem textual: “Não saia de casa e passava a vida a comer e a dormir.”

10. Classificação das personagens

a)  Quanto ao relevo  

  • Principais – Herdeiro e Cavaleiro
  • Aludidas  - os pais.
  • Individuais – são as já mencionadas anteriormente.

b) Quanto a composição

As personagens do texto em estudo quanto a composição são planas ou tipo, pois não mudam de comportamento ao longo da Intriga/ história.

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